Obra de Sônia Assis, artista participante do

Detalhe de obra de Sônia Assis, artista participante do "Junta"

crédito: Lucas Hallel/divulgação

A feira de arte contemporânea “Junta”, que reúne cerca de 600 obras de 46 artistas de várias regiões de Minas Gerais, será aberta nesta sexta-feira (8/12), no Galpão Sérgio Machado, no Bonfim, e vai até o próximo dia 17. 

A iniciativa é de quatro artistas plásticos da cena independente. Tudo começou em 2016, quando se reuniram na casa de Raquel Bolinho os amigos Binho Barreto, Comum, Ticiano Rottenstein e Thiago Alvim. Em meio à discussão sobre a falta de representatividade da arte urbana no cenário da arte contemporânea no Brasil, nasceu o “Junta”. 

“Começamos uma conversa sobre a necessidade de criar algo para nossos trabalhos circularem fora dos espaços institucionais da arte. Assim surgiu a ideia do 'Junta', que em sua primeira edição aconteceu no ateliê do Sérgio Machado, um artista mais antigo de Belo Horizonte”, conta Comum, curador e um dos idealizadores do evento. 

“Sérgio já tinha uma iniciativa em seu ateliê, chamada Sexta Básica, que já não acontecia há algum tempo. Então, nos apropriamos um pouco daquele know how e somamos as nossas ideias”, comenta Comum.


Diálogo na rua 

Em sua 11ª edição, o evento passou por mudanças, mas mantém como pilar a democratização do acesso à arte e o compromisso de expor autores que não são agenciados por galerias. Comum, Thiago Alvim e Flaviana Lasan estão à frente do projeto como organizadores e curadores.

“Este ano, o 'Junta' vai ocupar a rua como forma de estabelecer um diálogo para além do movimento nas galerias restritas e nos espaços institucionais, que afastam um pouco o grande público que queremos atingir”, afirma Flaviana Lasan. Além de ser feira, a democratização da arte é um dos pilares do “Junta”, ressalta.

 

Foto de Afonso Pimenta mostra noiva na favela

Detalhe de foto de Afonso Pimenta, integrante do projeto Retratistas do Morro, que expõe no 'Junta'

Afonso Pimenta/divulgação

 

Organizadores esperam receber 46 artistas e cerca de 600 obras em ambiente que se desvia da formalidade das galerias e dos museus. Curadores prometem um recorte do efervescente cenário das artes visuais, a preços acessíveis. A programação contará também com bar, comidinhas e DJs.

Este ano, três pilares guiaram a curadoria. “As discussões sobre etarismo foram muito presentes, então convidamos artistas veteranos de uma geração que está sendo esquecida. Outro norteamento foi pensar em linguagens que não são contempladas em muitas exposições, como escultura, fotografia e objetos de assemblagem”, explica Flaviana Lasan.

“Por fim, queremos contrariar essa noção de mera venda de obras de arte. Estamos construindo um lugar também de troca e conhecimento”, diz ela.

À medida que obras vão sendo vendidas, chegam novas peças. A proposta de expografia viva convida o espectador a voltar outros dias para conferir outros trabalhos.

“Belo Horizonte está vivendo um momento efervescente e único no que diz respeito às artes visuais. Este ano, ocorreram mais de cinco feiras, além do 'Junta'. Mesmo sendo da esfera independente, estamos impactando o mercado. Belo Horizonte é hoje o terceiro maior mercado de arte do Brasil”, garante Flaviana Lasan.

“JUNTA”

Feira de arte contemporânea. Abertura nesta sexta-feira (8/12), das 18h às 22h. Neste sábado (9/12), domingo (10/12) e nos dias 16 e 17/12, vai funcionar das 10h às 20h. Galpão Sérgio Machado (Rua José Ildeu Gramiscelli, 365, Bonfim). Entrada franca.