The Us, que transita entre o shoegaze, dream pop, post punk e indie, é uma das atrações da Matriz Solidária, no próximo domingo
 -  (crédito: Jeff Sedit/divulgação)

The Us, que transita entre o shoegaze, dream pop, post punk e indie, é uma das atrações da Matriz Solidária, no próximo domingo

crédito: Jeff Sedit/divulgação

Evento beneficente que é, ao mesmo tempo, uma grande celebração da cena musical alternativa de Belo Horizonte, a Matriz Solidária realiza a edição comemorativa de seus 20 anos neste domingo (10/12), reunindo bandas, DJs e outras atrações ao longo do dia, a partir das 12h. Realizado pelo casal Edmundo Correa e Andréa Diniz, proprietários da Casa Matriz, que abriga a programação, o evento se presta a arrecadar alimentos não perecíveis e brinquedos que serão doados para instituições de caridade.

Bandas de diversos estilos e diferentes gerações estão escaladas para essa edição da Matriz Solidária. Veterana da cena, em atuação desde o início dos anos 1980, a Divergência Socialista, fundada pelo poeta Marcelo Dolabela, divide espaço com a estreante Transcendental Punk, que debuta no evento. Com influências africanas, latinas e da cultura popular brasileira, a Marimbando se harmoniza com o punk rock de Roger Pixixo & Os Românticos de Havana e com o pós-punk do The Us.

 

Correa explica que para cada edição da Matriz Solidária, realizada sempre em dezembro, são convidados grupos e artistas que, ao longo do ano, se apresentaram na Casa Matriz – nome que o espaço cultural adotou em setembro de 2022, quando se associou à Casa do Jornalista, na Avenida Álvares Cabral, um ano após ter encerrado as atividades no antigo endereço, no Terminal Turístico JK.


DIVERSIDADE MUSICAL

Ele conta que, nesta edição comemorativa, a ideia é oferecer um amplo painel da produção alternativa de Belo Horizonte.

 “Quis fazer essa mistura. Com o isolamento social, muita gente ficou em casa produzindo durante a pandemia, e esses trabalhos começaram a vir à tona. Foi quando conheci a banda Alvs e o Matheus Marotta, por exemplo. Pensei em juntar esses novos nomes a outros que estão há mais tempo na estrada, como Robert Frank, The Us e Divergência Socialista”, diz Edmundo.

A diversidade também foi levada em conta na montagem da programação, conforme aponta. “Este ano, a gente tem um convidado de fora, o grupo Ypu, do Distrito Federal, que tem influências do funk e do soul dos anos 1960 e 1970. Ao mesmo tempo, a gente tem o Robert Frank, que vai se apresentar ao piano na varanda, de frente para a rua, no fim da tarde, mostrando as coisas dele”, destaca.

A propósito da estrutura, Correa diz que todos os espaços da Casa do Jornalista serão aproveitados. Ele adianta que, além do palco principal, no salão, que vai receber os grupos com maior número de integrantes, outros três palcos estarão montados em diferentes locais, de forma a criar um circuito ao redor do casarão construído em 1965. Quando uma atração terminar sua apresentação em um palco, as cortinas de outro estarão se abrindo para o show seguinte.

CAUSA COLETIVA

Performances, leituras de poemas e sets de DJs permeiam a programação. Será realizada também, ao longo do dia, uma feira organizada pela produtora Chama Independente, com expositores que trabalham com bordados, fotografias, ilustrações e artes visuais em geral, entre outros itens, produtos e formas de expressão. Ao anoitecer, após a maratona de shows, acontece a festa “Get the balance right”, uma das primeiras da cidade dedicada aos anos 1980 e ao pós-punk, criada há 20 anos no antigo Matriz.

Correa ressalta o caráter efetivamente solidário da festa. Ele diz que só foi possível à Matriz Solidária se firmar e crescer ao longo desses 20 anos graças ao apoio das bandas e dos artistas que fizeram e fazem parte dessa história.

“O pessoal agrega é pela causa mesmo, não tem cachê nem nada. As bandas divulgam o evento em suas redes, convidam as pessoas, quer dizer, a parceria com os artistas é que faz a Matriz Solidária acontecer”, salienta. 

As instituições a que se destinam os donativos e brinquedos arrecadados nesta edição da Matriz Solidária são a Creche Dora Ribeiro (Bairro Providência), Creche Gilmara Iris (Bairro Novo Tupi), Creche Etelvina Caetano de Jesus (Bairro Primeiro de Maio) e Obras Educativas Jardim Felicidade (Bairro Jardim Felicidade). 

MATRIZ SOLIDÁRIA – FESTA DE 20 ANOS
Shows de Opioids, Gilcevi, Roger Pixixo & Os Românticos de Havana, The Us, Transcendental Punk, Persechini, Kosovo, Robert Frank, Marimbando, The Night Glamour, Divergência Socialista, Mug, Robert Frank, Ypu (DF), Alvs e Matheus Marotta. DJs Katia Flávia, Kemille Lorraine, Dani-se e Cris Foxcat. Festa “Get the balance right”, com DJ Binho. Feira Cultural da Chama Independente. Neste domingo (10/12), a partir das 12h, na Casa Matriz (Av. Álvares Cabral, 400 – Centro). Ingressos pelo Sympla a R$ 3, mais 1kg de alimento não perecível e/ou um brinquedo. Na porta, ingressos a R$ 5 mais 1kg de alimento não perecível e/ou um brinquedo ou R$ 10, sem contribuição.