Coral Vozes das Gerais celebra seus 25 anos em três atos:

Coral Vozes das Gerais celebra seus 25 anos em três atos: "A voz e o mundo", "A voz e o Brasil" e "A voz e o Brasil negro"

crédito: Robson Lopes/Acervo Pessoal

Em comemoração de seus 25 anos, o Coral Vozes das Gerais, formado por servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Receita Federal, se apresenta gratuitamente na noite desta sexta-feira (24/11), na Fundação de Educação Artística (FEA).

 

Com o mote “Uma voz, muitas cores”, o grupo pretende mostrar como o canto pode ser um vetor cultural, que transporta as pessoas para diferentes mundos e culturas. “Isso ocorre por meio das músicas de outros povos, de outros gêneros e de outros ritmos. Através delas, é possível fazer uma rica viagem e aprender muito sobre outros hábitos, costumes e estéticas”, diz o regente do coral, Robson Lopes.

 

Além disso, continua ele, “a voz também acaba se tornando um vetor histórico, porque ela carrega toda a nossa carga ancestral”.

 

 

Foi, portanto, pensando nisso – aliado ao fato de também se comemorar em novembro o dia de Zumbi dos Palmares, personagem fundamental para entender a ancestralidade quilombola brasileira – que o maestro, junto ao coral, desenvolveu repertório dividido em três atos, que termina dando ênfase ao que ele chamou de “Brasil negro”.

 

O concerto desta noite, portanto, é divido em: “A voz e o mundo”, “A voz e o Brasil” e “A voz e o Brasil negro”, cada etapa com músicas que dialogam com a temática proposta.

 
MADONNA

 

Em “A voz e o mundo”, por exemplo, explica Lopes, serão apresentadas canções sacras do século 20, música popular do Japão e da Itália, trilha de cinema e pop rock. Até Madonna entra no setlist desse primeiro ato. “A gente encerra essa parte com ‘Like a prayer’”, adianta Lopes.

 

Já na segunda etapa, em “A voz e o Brasil”, o repertório é basicamente composto por hits da MPB. Estão lá Djavan, 14 Bis, Milton Nascimento, Os Tribalistas e Anavitória, entre outros.

 

Por fim, em “A voz e o Brasil negro” estão canções mais próximas do universo da umbanda, como "Lamento as águas", “Cordeiro de Nanã” e "Deixa a gira girar", de Os Tincoãs. Há ainda sambas que remetem a questões da negritude, como “Canto das três raças”, de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, que foi imortalizado na voz de Clara Nunes.

 

Para cantar as músicas de terreiro, o coral convidou os músicos da Casa do Divino Espírito Santo das Almas e a cantora lírica Sílvia Neves.

 

“Nossa proposta é fazer um concerto bem leve, que não seja muito formal”, diz o regente. “Por isso, escolhemos peças dos mais diferentes artistas. Tem desde o Milton Nascimento, que, podemos dizer, é mais sério, até ‘Vagalumes’, da banda Pollo, algo mais jovem e popular”, emenda.

 

Criado despretensiosamente em 1998, o Vozes das Gerais conta atualmente com 38 integrantes. Para a apresentação desta sexta-feira, no entanto, haverá desfalques. “Devem se apresentar 33 ou 34 pessoas. Não vamos conseguir reunir todos por questões de saúde. Algumas pessoas, infelizmente, adoeceram”, explica Lopes.

 
“CONCERTO 25 ANOS VOZES DA GERAIS”
Apresentação do Coral Vozes das Gerais, na Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários). Convidados: Sílvia Neves e músicos da Casa do Divino Espírito Santo das Almas. Nesta sexta-feira (24/11), às 20h. Entrada gratuita. Informações: (31) 3226-6866.