Fábio Jr. conquistou o Brasil em seus 50 anos de carreira como ator e cantor -  (crédito: Marcos Hermes/divulgação)

Fábio Jr. conquistou o Brasil em seus 50 anos de carreira como ator e cantor

crédito: Marcos Hermes/divulgação

Terça-feira (21/11) será dia de festa para Fábio Jr., que completará 70 anos. A comemoração ocorrerá no palco do Tokio Marine Hall, em São Paulo, onde será dada a largada da turnê “Bem mais que meus 20 e poucos anos”, que chega a Belo Horizonte em 27 de janeiro de 2024, no Arena Hall. O aniversariante tem muito a comemorar. Quer ver só?

 

No final dos anos 1970 e meados de 1980, conquistou o público de novelas com os personagens Luís Jerônimo Vieira Pires, de “Cabocla” (1979), Marcos Mesquita, de “Água viva” (1980), e, claro, Roberto Mathias, de “Roque Santeiro” (1985), além de Jorge Tadeu, de “Pedra sobre pedra” (1992).

 

 

 

No cinema, Fábio fez pouca coisa, mas “Bye bye Brasil”, de Cacá Diegues (1979), foi marco não só de sua trajetória como da história do cinema nacional. O longa está na lista dos 100 melhores filmes do país divulgada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

 

“Fábio Jr. foi um risco calculado e bem sucedido que fiz”, diz o cineasta Cacá Diegues, referindo-se a “Bye bye Brasil”. “Ele não era propriamente um ator e já fazia planos para sua bem-sucedida carreira musical. No entanto, era uma extraordinária vocação de intérprete, sem o qual nosso filme não seria o sucesso que foi”, reconhece.

 

“Sempre trocamos ideias e informações úteis para nossa profissão e nossas vidas. E ele me ensinou muita coisa para a vida! Hoje em dia, o vejo pouco, sou apenas mais um fã de seu canto romântico, de sua doce voz”, conta Diegues.

 

Cinema foi desafio para o jovem músico

 

Fábio Jr. lembrou que, no set de “Bye bye Brasil”, chegou a agradecer o convite e reconhecer que ali não era a sua praia. “Não estava sabendo lidar com esse negócio de cinema. O time era outro comparado à televisão”, comentou ele durante coletiva on-line para divulgar a nova turnê.

 

Naquele dia, ganhou uma aula sobre cinema, atuação, humildade e gentileza. “Óbvio que acabou o papo e eu disse: Estou dentro, vamos fazer. Estava muito inseguro. Todos foram muito legais comigo, pois sabiam que estava muito inseguro, que eu era um iniciante”. E completou: “O que aprendi com o senhor Carlos Diegues... Ele é uma pessoa muito especial.”

 

Fábio fez história na música romântica. Mas no primeiro disco, de 1975, ele era Mark Davis. Cantava músicas que compunha em versão em inglês e de outros compositores. Na época, a indústria fonográfica costumava lançar brasileiros como se fossem gringos.

 

No ano seguinte, veio o LP de estreia como Fábio Jr. Mas só em 1979, no disco batizado com seu nome, foram lançadas “Pai” e “20 e poucos anos”, que inspira o nome da turnê.

 

Espanto com o celular

 

Com 70 anos de idade e 50 de carreira, o cantor reconhece que diante de todas as mudanças do mundo, as adaptações aos novos tempos não são fáceis. Ele se surpreende com avanços tecnológicos como o celular. “Você fala com o mundo inteiro. Mas tudo tem dois lados”, observa, criticando o fato de as pessoas ficarem ligadas no aparelho mesmo quando estão reunidas em uma sala conversando. “As pessoas estão se olhando menos”, lamenta.

 

A turnê deve seguir por 30 cidades. Fábio Diz que haverá surpresas, mas não revela o que vem por aí. Em São Paulo, na terça-feira, a apresentação do aniversariante contará com Luan Santana.

 

“Tenho a maior admiração por esse moleque, o jeito como conduz a carreira. Ele é um cara de bom coração, bom caráter. Estamos sempre em transformação, em movimento. Vamos agregando coisas e pessoas na vida da gente, graças a Deus”, afirmou.