Mineiro não adere a projeto presidencial de Zema
O mau desempenho de Zema em Minas, após sete anos de gestão, tem sido o maior entrave para a nacionalização do nome dele
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A três dias do início do ano eleitoral, o governador Romeu Zema (Novo) ainda não conseguiu ganhar o apoio dos mineiros para ser candidato presidencial em 2026. Pelos números atuais, ele perde em todas as regiões mineiras para o candidato à reeleição, Lula (PT). De acordo com levantamento da Doxa Pesquisa, realizado entre os dias 13 e 16 de dezembro de 2025, Zema aparece em segundo lugar no estado que governa e bem atrás do petista, que lidera com 39%. Uma diferença considerável de 24 pontos percentuais.
A vantagem do atual presidente é ampla e se mantém em todas as regiões mineiras pesquisadas. O melhor resultado do governador mineiro aparece na região Sul/Sudoeste, onde alcança 22% das intenções de voto, aproximando-se de Lula, que registra 27%. No Triângulo Mineiro, o governador alcança 10% das intenções de voto; enquanto Lula tem 32%. Já na Grande BH, Zema aparece com 17%, mantendo distância significativa do atual presidente, que lidera com 36%.
Em outras regiões do estado, o desempenho do mineiro é mais modesto. No Norte e Noroeste de Minas, ele registra 12%, enquanto Lula chega a 47%. No Vale do Rio Doce, o governador soma 17%, contra 42% do petista. O resultado mais desfavorável aparece no Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, onde Zema marca apenas 1%, enquanto Lula dispara com 62%.
O mau desempenho de Zema em Minas, após sete anos de gestão, tem sido o maior entrave para a nacionalização do nome dele. Realizada com 1.500 entrevistas presenciais em domicílios, a pesquisa da Doxa tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Lula, União e Pacheco
De olho na própria reeleição no ano que vem, o presidente Lula (PT) está fechando 2025 com muitas conversas e fazendo política. Quer o apoio estratégico, mas não direto, de partidos do centro político, como o União Brasil e o PP. Pode sair daí também a solução partidária para o senador Rodrigo Pacheco (PSD), caso esse resolva disputar as eleições para governador, como deseja o petista. Até outro dia, aliado de Mateus Simões, o União Brasil é o partido do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, um dos maiores aliados de Pacheco.
Atrás dos aliados de Pacheco
Depois de tomar o partido do senador Rodrigo Pacheco, seu possível concorrente, Mateus Simões, agora, busca o apoio dos aliados dele no PSD. Com todo o cuidado possível, Simões chama os deputados federais do partido para conversar, colocando-se à disposição caso Pacheco não dispute as eleições para governador. E oferece apoio e suporte político, estrutura e fundo partidário para a reeleição deles.
Aliado nem tanto
Além de administrar, prefeitos sabem também reclamar. Ao justificar o pouco empenho pela futura candidatura de Mateus Simões, que assumirá o governo em abril do ano que vem, eles culpam o secretário da Casa Civil e de Governo, Marcelo Aro. Segundo eles, Aro usa toda a força da máquina pública para sua futura candidatura ao Senado, mas não pede votos para
cabeça de chapa. Como o governador Zema gosta dele, o vice finge que não está sabendo.
Hospitais bons de voto
Já foram promessa dos governos tucanos de Aécio e Anastasia, depois do petista Fernando Pimentel, agora, serão do governo do Novo. Zema revelou que deixará para seu vice, Mateus Simões (PSD), e futuro candidato a governador, a missão de concluir a entrega de ao menos dois dos seis hospitais regionais prometidos durante a campanha à reeleição, em 2022.
Jarbas quer entrar no jogo
Dona Rosinha fez 89 anos no último sábado (27) e, ao reencontrar o terceiro filho, repetiu a pergunta que, por telefone, costuma fazer: já resolveu? Jarbas Soares, ex-procurador-geral de Justiça por quatro mandatos, quase 60 anos, responde negativamente para decepção dela, que sonha vê-lo na política. Dois dias depois, Soares embarcou com a esposa e filhos para uma praia do Ceará, onde vai recarregar as baterias e decidir sobre seu futuro profissional e político.
Avalia três caminhos: encerrar uma carreira vitoriosa de 35,5 anos de Ministério Público de Minas, onde poderia, se ficar, tentar um quinto mandato de procurador-geral. Aceitar convites polpudos da iniciativa privada, ou ainda, se aventurar na vida política. Tem convites de filiação para ser candidato a deputado federal, senador, vice e governador. Para ajudar na escolha, recorre a conselhos de políticos atuais e do passado. Disse-lhe o amigo Aécio Neves (PSDB), citando o avô Tancredo: “Vida pública é risco e aventura, não tem 3ª opção”. Outro amigo, o senador Rodrigo Pacheco (PSD) emendou: “Se entrar, você vai se arrepender”.
Além desses conselhos, vai ouvir o próprio Jarbas após os 13 dias de férias no litoral cearense. Mesmo sem partido e apoio político, quer se definir entre janeiro e fevereiro. Depois de dona Rosinha, prometeu revelar aqui para nossos leitores.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
