A chinesa CMOC Group fechou acordo para comprar por até US$ 1,015 bilhão as quatro minas de ouro da Equinox Gold no Brasil, com conclusão prevista para o 1º trimestre de 2026. O pacote – Aurizona (MA), Fazenda Brasileiro e Santa Luz (Complexo Bahia) e Riacho dos Machados/RDM (MG) – deve somar 250 mil a 270 mil onças de produção em 2025.

O pagamento prevê US$ 900 milhões à vista no fechamento e até US$ 115 milhões um ano depois, conforme desempenho das operações. Pelo mecanismo de “earn-out”, se a produção ficar entre 200 mil e 280 mil onças, a CMOC paga 12,5% da receita; acima desse patamar, entra o valor máximo estipulado. Para a CMOC, o negócio reforça a estratégia de consolidar o portfólio em cobre e ouro, com o Brasil ganhando peso na sua tese de materiais estratégicos.

Nos ativos, Aurizona produziu 71,6 mil onças em 2024 (AISC US$ 2.233/oz) e projeta 70–90 mil onças em 2025 (AISC US$ 1.855–1.955/oz). O Complexo Bahia mira 125–145 mil onças em 2025 (AISC US$ 1.845–1.945/oz) e a RDM projeta 50–60 mil onças (AISC US$ 1.880–1.980/oz). A CMOC estima adicionar cerca de 8 toneladas/ano de ouro ao portfólio, enquanto a Equinox usa a venda para simplificar o portfólio e concentrar capital em operações de menor risco e maior retorno na América do Norte. Com informações de Notícias de Mineração.

Capitalização entra no radar da ANM como garantia em leilões de áreas

Os títulos de capitalização podem virar uma nova forma de garantia financeira nos certames do setor mineral. A minuta do edital da 9ª Rodada de Disponibilidade de Áreas da ANM já prevê o instrumento – ao lado das modalidades tradicionais – e a agência deve confirmar a inclusão no edital previsto para 22 de dezembro.

Na nota técnica, a ANM sustenta que a medida busca ampliar alternativas, reforçar a segurança jurídica e mitigar o risco de inadimplência no cumprimento de obrigações contratuais. Pelo desenho proposto, o título seria contratado com pagamento único, emitido por Sociedade de Capitalização, com resgate pelo valor total ao final, caso não haja descumprimento.

A novidade chega junto a uma rodada robusta: já está aberta a fase de oferta pública para cerca de 7 mil áreas, com encerramento em 12 de janeiro; o leilão de proposta fechada ocorre de 13 a 29 de janeiro, e será a primeira vez conduzido pela B3. A lógica é destravar especialmente empresas menores – para as quais garantias são um gargalo histórico – e aproximar a mineração de práticas já adotadas em concessões de infraestrutura, onde contratos longos e investimentos elevados exigem instrumentos mais flexíveis e previsíveis.

Com informações de CNN.

R$ 1,9 bilhão

foi o valor do acordo anunciado no mês passado de negócio
envolvendo a aquisição da participação da Nippon Steel
na Usiminas, aprovada pelo Cade essa semana

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" “A mineração brasileira atravessa ciclos definidos – do ouro, que legou as cidades históricas (especialmente mineiras), ao ferro, que impulsionou a industrialização – e seguirá decisiva na transição energética, levando ao mundo os metais e minerais que ajudam a melhorar a qualidade ambiental do planeta”"
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José Fernando Coura
Conselheiro da Petrobras e presidente licenciado do Conselho do Sindiextra

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