Injeção bilionária de dinheiro para a economia acelerar no fim do ano
Do volume total a ser pago, a maior parte foi para quem está na ativa. Os empregados formais (incluindo domésticos) ficaram com 70,4% do montante, o que equival
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Hoje, quando os 95,3 milhões de brasileiros receberam a segunda parcela do 13º salário, a economia brasileira terá recebido uma injeção da ordem de R$ 369,4 bilhões apenas em dezembro, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ao todo, esse volume de recurso corresponde a cerca de 2,9% do PIB, com os brasileiros sendo beneficiados com um rendimento médio adicional estimado em R$ 3.512,00. Essa injeção de recursos não movimenta apenas o varejo nas festas de fim de ano, mas serve também para o saneamento de dívidas das famílias.
Do volume total a ser pago, a maior parte foi para quem está na ativa. Os empregados formais (incluindo domésticos) ficaram com 70,4% do montante, o que equivale a R$ 260 bilhões. Já os aposentados e pensionistas receberam cerca de R$ 109,5 bilhões (29,6%). Ao olharmos para os setores da economia, o segmento de Serviços (incluindo administração pública) demonstra sua força, concentrando 63% do valor destinado ao mercado formal. A Indústria aparece em segundo lugar (17,4%), seguida pelo Comércio (13,2%).
O cálculo do Dieese reúne dados do Ministério do Trabalho (Rais e Novo Caged), IBGE e Previdência Social, abrangendo trabalhadores do mercado formal, empregados domésticos, aposentados e pensionistas. O estudo considera trabalhadores com carteira assinada até setembro de 2025 e beneficiários do INSS ativos em agosto. Autônomos e trabalhadores sem carteira não entram na conta, pois não há dados oficiais precisos sobre seus abonos de fim de ano.
A distribuição geográfica do benefício reflete a concentração econômica do país. A região Sudeste deve abocanhar praticamente a metade de todo o valor pago (49,6%), seguida pelo Sul (17,3%) e Nordeste (16,4%). Centro-Oeste e Norte ficam com as menores fatias, 9% e 5%, respectivamente. Um dado curioso é a disparidade no valor médio do benefício. Enquanto no Distrito Federal o 13º médio atinge o teto de R$ 5.877,00 (impulsionado pelos altos salários do funcionalismo público), no Maranhão e no Piauí a média gira em torno de R$ 2.400,00, puxada para baixo pelo salário mínimo pago a uma parcela significativa da população.
A “locomotiva” do país continua sendo São Paulo. Sozinho, o estado receberá cerca de R$ 110 bilhões, o que representa quase 30% de todo o 13º pago no Brasil e 60% do total da região Sudeste. São 24,6 milhões de paulistas beneficiados, com um valor médio de R$ 4.107,00 – acima da média nacional. Deste total, a grande massa (74,8%) vai para os trabalhadores formalizados, garantindo um fim de ano aquecido.
E esse aquecimento levou o comércio a projetar para este ano o melhor Natal em termos de vendas desde 2014. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o crescimento estimado em 2,1% nas vendas em relação ao ano passado, com faturamento acima de R$ 72 bilhões. Se a projeção se confirmar, será o melhor desempenho em 12 anos. Em 2014, o setor movimentou R$ 77,26 bilhões. Os trabalhadores da agropecuária representam a menor fatia do bolo no mercado formal, recebendo apenas 2,2% do montante total, com o menor ticket médio (R$ 2.987,00). Já cerca de 1,5 milhão de empregados domésticos com carteira assinada receberam o benefício, somando 1,5% do total de beneficiários.
Do lado do consumidor, o sentimento também é positivo. Um levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil mostra que 76% das pessoas pretendem comprar presentes. A expectativa é que 124,3 milhões de brasileiros vão às lojas, com média de quatro presentes por pessoa. Nas classes A e B, essa média sobe para cinco, com gasto médio de R$ 174 por item. É preciso lembrar, no entanto, que depois de um consumo em alta e, muitas vezes movimentado a crédito, vem um período de aumento na inadimplência, sem contar a pressão de gastos de início do ano, como os escolares e com bens móveis e imóveis.
Voando
R$ 1,8 bilhão
é o valor estimado para a ampliação, modernização e qualificação da infraestrutura aeroportuária brasileira
na nova carteira pública de projetos
em aeroportos em 2026/2027
Nos portos
A movimentação de cargas nos portos da região Sudeste alcançou 575,5 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2025, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O volume representa crescimento de 4,97% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho regional foi sustentado principalmente pelos granéis sólidos, que somaram 299,7 milhões de toneladas, com alta de 4,20% frente a 2024.
Startups
A 8ª edição do Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups mostra que as empresas de tecnologia em saúde (healthtechs, com 9,4%) ultrapassaram as de finanças (fintechs) em número, assumindo a segunda posição no ranking de verticais, atrás apenas das edtechs (educação), que lideram com 10,1%. Realizado com 3.650 startups, o levantamento aponta um amadurecimento do setor: 53,1% das empresas já estão em fase de operação
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