O peso da sonegação e dos erros nas contas a pagar
Estima-se que um grupo de 1.200 devedores contumazes existentes no Brasil hoje representem uma evasão fiscal da ordem de R$ 250 bilhões, o que corresponde a um
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO
A aprovação do projeto de lei que estabelece regras mais rígidas para o devedor deliberado, ou contumaz, e cria programas para estimular contribuintes pessoa jurídica a seguirem normas tributárias em parceria com a Receita Federala vai estabelecer uma competição mais leal com as empresas que pagam corretamente seus impostos, que sofrem a concorrência das empresas que se utilizam da sonegação fiscal como estratégia de negócios. Estima-se que um grupo de 1.200 devedores contumazes existentes no Brasil hoje represente uma evasão fiscal da ordem de R$ 250 bilhões, o que corresponde a pouco mais de um mês de arrecadação da Receita Federal.
É preciso lembrar que a sonegação de impostos é o custo mais alto para os contribuintes regulares, uma vez que é sobre eles que incide o peso de arcar com o custo do Estado, aquele que não é associado a esse ou aquele governo, mas sim à manutenção da vida em sociedade. O Sonegômetro, site criado pelo Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) no âmbito da Campanha Nacional da Justiça Fiscal, mostra que de 1º de janeiro até as 17 horas de ontem, foram sonegados no país um total estimado em R$ 591,9 bilhões, o que representa cerca de 40% de toda a arrecadação federal de impostos, que soma R$ 2,39 trilhões de janeiro a novembro.
“O valor revelado pelo Sonegômetro é fruto de análise do sindicato baseada em pesquisas nacionais e internacionais. Os estudos indicam que a arrecadação brasileira poderia se expandir em 23% se a evasão tributária fosse interrompida no país”, informa o Sinprofaz. “O Congresso Nacional deu um recado claro: o Brasil escolheu a legalidade. Cabe agora a nós, sociedade civil e setor produtivo, trabalhar para que essa lei seja aplicada com rigor, transformando dívida criminosa em investimento social”, afirma Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL).
O setor de combustíveis é um dos mais afetados pela concorrência desleal dos sonegadores. “A medida, que já havia sido aprovada por unanimidade no Senado, cria um código de defesa do contribuinte, com regras claras para proteger o contribuinte de boa-fé e cria mecanismos para punir o devedor contumaz, representando um grande avanço legislativo e um duro golpe contra o crime organizado, que se infiltrou no setor de combustíveis para lavar dinheiro e sonegar impostos”, observa o ICL.
Dinheiro pelo ralo
E as empresas brasileiras sofrem não apenas com o peso dos impostos e a concorrência desleal de quem não recolhe os tributos. O Panorama do Contas a Pagar 2026, da Qive, plataforma líder do Contas a Pagar no Brasil, revela que as empresas podem estar deixando R$ 1,34 bilhão escorrer pelo ralo em multas por atraso em boletos apenas em 2025.
Ao cruzar a base de notas fiscais da Qive – atualmente, a empresa processa mais de R$ 3 trilhões em notas eletrônicas anualmente – com dados de inadimplência da Serasa Experian, o estudo mostra que o risco no Contas a Pagar vai muito além das fraudes óbvias: envolve custos ocultos, falhas operacionais e um passivo fiscal que inclui R$ 9,5 bilhões em notas potencialmente frias.
Ainda segundo o estudo da Serasa, 31,9% das empresas ativas no país enfrentam algum nível de inadimplência, representando 7,3 milhões de CNPJs e R$ 169,8 bilhões em dívidas. Com base nesse dado, a Qive analisou suas notas fiscais eletrônicas que indicam boleto ou duplicata mercantil como forma de pagamento nos setores de serviços, varejo e indústria, aplicando o percentual de empresas inadimplentes, a média de contas em atraso por negócio (7,3, segundo o levantamento da Serasa), o ticket médio e a multa legal de 2%.
“Inadimplência intencional faz parte do risco de crédito, mas boa parte desses atrasos nasce de problemas operacionais: boletos perdidos em caixas de e-mail, divergências entre nota e forma de pagamento, falta de centralização e falhas de comunicação entre times”, explica Isis Abbud, co-CEO e cofundadora da Qive. “São custos que não aparecem na linha de fraude, mas drenam caixa, prejudicam o relacionamento com fornecedores e fragilizam a governança financeira”, acrescenta.
Dívida
R$ 115,5 bilhões é o valor da dívida de precatórios de 17 estados e do DF ao fim do ano passado. Um salto de 117,9% em relação aos R$ 53 bilhões registrado em 2015
Hidrogênio
O hidrogênio já é realidade. Com tecnologia alemã, a Mexim Fuel Economy desenvolveu o Economexim, gerador de hidrogênio criado para melhorar o desempenho de frotas e máquinas agrícolas. O sistema injeta hidrogênio no coletor de admissão, tornando o diesel mais eficiente. Testes revelam de 25% a 40% de economia e 30% de potência extra, com ganhos como 37% de economia em ônibus urbanos e redução de 6 litros/hora em colhedoras de cana.
IA expandindo
Membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), Jéferson Campos Nobre avalia que a IA estará cada vez mais integrada ao cotidiano das pessoas em 2026, criando conteúdos originais, como textos, imagens, músicas e códigos, com a evolução dos modelos generativos. “A evolução da IA exigirá uma maior atenção para seu uso ético e consciente, particularmente quando for integrada à computação quântica”, diz o especialista.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
