Marcílio de Moraes
Marcílio De Moraes
Jornalista formado pela PUC Minas em 1988, com passagem pelos jornais Diário do Comércio e O Tempo. Trabalhou em coberturas de leilões de privatização e em feiras internacionais
BRASIL EM FOCO

Empresas brasileiras têm dificuldades com a disrupção tecnológica

Hoje, 42% dos líderes empresariais no Brasil admitem ter dificuldades para acompanhar o ritmo de disrupção e 53% reconhecem não saber como seus setores estarão

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Com as mudanças tecnológicas ocorrendo a uma velocidade cada vez maior, empresas brasileiras ainda enfrentam dificuldades para acompanhar as transformações na era da Inteligência Artificial (IA). Hoje, 42% dos líderes empresariais no Brasil admitem ter dificuldades para acompanhar o ritmo de disrupção e 53% reconhecem não saber como seus setores estarão nos próximos três a cinco anos. Os dados são da segunda edição da pesquisa global “Catalisador da Inovação”, realizada pela Dell Technologies em parceria com a Vanson Bourne.

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O estudo, que ouviu 2.850 líderes em 40 mercados globais, revela que, apesar do otimismo com a IA Generativa, 92% das organizações enfrentam barreiras para implementá-la, sendo a falta de conhecimento das equipes o principal obstáculo. Ao mesmo tempo que enfrentam dificuldades para a absorção de novas tecnologias, 94% dos executivos brasileiros acreditam que ela transformará significativamente suas indústrias, um aumento de 4 pontos percentuais em relação a 2024.


O paradoxo é que 100% das organizações admitem que suas equipes precisam urgentemente desenvolver conhecimentos para explorar o potencial dessa tecnologia. Essa lacuna de conhecimento se manifesta como a maior barreira na prática. “À medida que a IA representa um dos pilares da inovação, as empresas precisam investir em infraestruturas modernas, escaláveis e sustentáveis,” afirma Diego Puerta, presidente da Dell Technologies Brasil. “Sem uma base tecnológica robusta e o tratamento adequado dos dados, será impossível acompanhar o ritmo de disrupção e ser competitivo no mercado”, acrescenta o executivo da Dell.


A segurança dos dados e o próprio ritmo de mudança imposto pela tecnologia aparecem como problemas, ambos citados por 37% dos executivos. Apesar dos desafios, a adoção da IA Generativa avança no país: 22% das empresas já estão em fase madura de implementação, um salto em relação aos 12% registrados em 2024. Além disso, 88% afirmam já colher ganhos significativos de ROI (retorno sobre investimento) e produtividade com o uso da tecnologia.


Integrar a IA aos objetivos de negócio é uma prioridade, sendo o segundo maior investimento de TI para 2025, citado por 62% das empresas, atrás apenas das iniciativas de segurança cibernética (67%). Contudo, a ambição esbarra na infraestrutura e na gestão de dados. A IA Generativa gera um volume exponencial de dados, e 96% das organizações planejam aumentar sua capacidade de armazenamento neste ano. Os principais desafios para essa expansão são os custos para expansão (47%), as preocupações com segurança e privacidade (46%) e a forma de gerenciar o crescente volume de dados (41%).


Com o aumento do consumo de energia impulsionado pela IA, a sustentabilidade se torna um fator crítico. A pesquisa de 2025 revela que 97% das empresas concordam que a IA é crucial para otimizar o uso de recursos e aprimorar a sustentabilidade em suas operações. Refletindo essa preocupação, 94% das organizações brasileiras estão tomando medidas para abordar as crescentes demandas de energia geradas pelos sistemas de IA Generativa. Oitenta e um por cento (81%) concordam com a preocupação sobre o impacto ambiental gerado pelo uso da tecnologia.


Outra pesquisa global, da Kyndryl e Microsoft confirma que 92% das empresas brasileiras veem alinhamento entre TI e sustentabilidade. O relatório destaca também que a tecnologia é percebida como um elemento importante para ganhos de eficiência, redução de emissões e melhoria de processos operacionais. Apesar disso, a pesquisa mostra que a adoção de inteligência artificial em iniciativas ambientais ainda é limitada. Apenas 23% das empresas utilizam a IA como componente central para apoiar suas metas de sustentabilidade, embora reconheçam seu potencial para acelerar resultados.


“No Brasil, vemos um avanço no alinhamento entre TI e sustentabilidade, mas ainda há espaço para ampliar o uso de IA como motor de decisões ambientais, já que apenas 23% das organizações utilizam IA de forma centralizada para esse fim”, disse Suelen Scorsin, líder de Cidadania Corporativa na Kyndryl Brasil. O estudo conclui que ampliar o uso estratégico da IA pode representar um passo importante para fortalecer e escalar as ações ambientais no país.


Investimentos

R$ 300 bilhões

é a cifra que os aportes em projetos de infraestrutura no Brasil devem ultrapassar em 2026, sendo R$ 250 bilhões da iniciativa privada e R$ 50 bilhões em recursos públicos, segundo dados da Abdib.

Consórcios

O cenário de Selic elevada provocou uma corrida histórica para os consórcios em 2025. Fugindo do encarecimento dos financiamentos tradicionais, o brasileiro aderiu em massa ao modelo isento de juros: foram 1,61 milhão de novas cotas vendidas apenas no primeiro quadrimestre, uma alta de 19,3% em relação a 2024. Segundo a ABAC, o setor movimentou R$ 222 bilhões no período, o melhor resultado em duas décadas.

Meio ambiente

Em uma demonstração de agilidade e rigor na defesa do meio ambiente, a Advocacia-Geral da União (AGU) alcançou um feito notável em apenas quatro dias. Entre 11 e 14 de novembro, a AGU bloqueou R$ 39,4 milhões em bens de infratores ambientais, por meio de decisões cautelares relativas a ações do Ibama. As sentenças foram proferidas nas Justiças Federais do Amazonas, Mato Grosso e Piauí e visam reparar danos em 3,6 mil hectares.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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