Katiuscia Silva
Katiuscia Silva
Mestra em Sexologia pela Universidade ISEP - Madrid. Especialista em Comportamento. Analista Corporal. Mentora. Palestrante. Treinamentos para Empresas
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A vida de uma imigrante no exterior

O ponto mais valioso de sua trajetória, ela resume em três pilares: objetivo, disciplina e persistência

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Viver no exterior costuma ser descrito como liberdade, novos lugares e uma vida diferente. Mas a imigração, na prática, é bem mais difícil do que parece. Ela exige que a pessoa reaprenda o básico: pedir informações, abrir conta no banco, entender a cultura local. E, sobretudo, enfrentar um tipo particular de solidão, longe da família. Muitas vezes, o imigrante sente que não pertence àquele lugar. Para muitos, as dificuldades mais comuns não são “grandes tragédias”, mas um desgaste psicológico que, dia após dia, traz a mesma pergunta: até quando eu aguento?

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A psicóloga mineira Sol Souza, de 46 anos, conhece esse sentimento de perto. Em 2021, deixou Minas Gerais e foi a Londres para fazer um intercâmbio, com o objetivo de aprimorar o idioma e viver uma experiência internacional. No período, enfrentou desafios comuns a quem recomeça em outro país, construiu vínculos e atravessou um processo intenso de amadurecimento pessoal.

Com o tempo, novas possibilidades começaram a surgir. Depois de uma temporada em Londres, Sol passou a viver em Lisboa. A partir das experiências acumuladas e dos contatos construídos ao longo do caminho, surgiu a chance de validar sua formação em Psicologia em Portugal. O processo, porém, esteve longe de ser simples: exigiu paciência, resiliência e capacidade de adaptação diante das demandas emocionais e burocráticas.

Na prática, a experiência de viver fora se revelou um teste de resistência que transformou não apenas sua trajetória profissional, mas também sua relação consigo mesma.

“As ferramentas da psicologia me ajudaram a superar os desafios. Além disso, o networking me ajudou muito. Conectar-me com as pessoas certas me levou aonde estou hoje”, disse Sol.

Ela afirma que, no início, tudo é difícil e que, sem foco, muitas pessoas acabam desistindo e voltando para casa. Para permanecer, foi necessário organização, economia e a construção de uma estratégia de sobrevivência e avanço com a disciplina de quem entende que sonho sem planejamento pode virar frustração.

Em Londres, Sol precisou lidar com a rotina em um novo país enquanto o inglês ainda estava em desenvolvimento. A comunicação limitada, o choque cultural e a solidão despertaram inseguranças, ansiedade e momentos de baixa autoestima. São sentimentos comuns a muitos imigrantes, mas que, no cotidiano, exigem força emocional para serem atravessados. A necessidade de se adaptar rapidamente a uma nova realidade transformou aquele período em um exercício profundo de resiliência e autoconhecimento.

A validação de um diploma no exterior, por sua vez, envolve etapas complexas, prazos e exigências que frequentemente testam não apenas a organização, mas também a saúde emocional de quem passa por isso. Para Sol, o processo reforçou a importância do equilíbrio psicológico diante das incertezas e das decisões que acompanham grandes mudanças.

“Em momentos assim, cuidar da saúde mental deixa de ser opcional. É ela que sustenta as escolhas, a persistência e a clareza para seguir em frente”, reflete.

O que a persistência nos ensina

Hoje, Sol vive em Lisboa. Ao longo do caminho afirma ter conhecido mais de 18 países e mais de 60 cidades na Europa, expandindo o mundo que um dia existiu apenas na imaginação. Conquistou a residência em Portugal e o título de mestra em psicologia pela Universidade do Minho.

O ponto mais valioso de sua trajetória, ela resume em três pilares: objetivo, disciplina e persistência. A sua história mostra que, com planejamento e rede de apoio, é possível atravessar processos difíceis e construir novos caminhos.

A história de Sol lembra que recomeçar é construir com foco e determinação, sem se prender à aprovação dos outros e mantendo os olhos no objetivo. E, para quem também vive uma travessia, fica o lembrete: não desista de você. 

“Se quer algo grande, mire na lua; se errar, pode acabar atingindo alguma estrela” 

Norman Vincent Peale (e vários outros autores)

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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