Jaeci Carvalho
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Ancelotti vê jogadores brasileiros como protagonistas

Resta a esperança de que Estêvão, que realmente empolga em seu começo no Chelsea, seja um diferencial. No mais, temos um grupo bem comum

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WASHINGTON – Conhecidos os adversários do Brasil na Copa do Mundo, pegamos um grupo bem leve, onde deveremos nos classificar em primeiro lugar, deixando Marrocos e Escócia brigarem pela segunda posição. Em sua entrevista coletiva, logo após o sorteio, no hotel em que está hospedado, perguntei ao mister Carlo Ancelotti como ele via o fato de o Brasil ter hoje apenas um protagonista em time europeu, Vini Júnior, e o próprio Ancelotti. No mais, são jogadores coadjuvantes e o Brasil ganhou cinco Mundiais com vários protagonistas nas equipes em que atuavam. Ancelotti discordou dizendo que “o Brasil tem o melhor goleiro do mundo, referindo-se a Alisson, os melhores zagueiros do mundo, meios-campistas de alto nível e jogadores de frente muito qualificados”. Eu também discordo dele. Alisson fracassou em duas Copas do Mundo, pois não faz uma defesa difícil. Os zagueiros que atuam na Europa não me inspiram confiança. Não temos laterais, o meio-campo é fraco, e resta a esperança de que Estêvão, que realmente empolga em seu começo no Chelsea, seja um diferencial. No mais, temos um grupo bem comum.

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Para vocês terem uma ideia, na última Copa que ganhamos, em 2002, o Brasil tinha cinco protagonistas: Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos. Todos geniais em seus clubes. Hoje, vejo muitos jogadores convocados apenas como coadjuvantes, como reafirmei na pergunta que fiz a ele. Está definido que o Brasil vai ficar aqui na costa Leste, muito provavelmente, baseado em Boston, Nova Iorque ou Philadelphia. O sorteio determinou assim, e somente hoje conheceremos mais detalhes, pois a Fifa não encaminhou tudo ontem. Ancelotti queria o outro lado do país, a costa Oeste, principalmente Seattle, que fica perto do Canadá, com temperaturas mais frias. O verão americano na costa Leste é muito forte. É uma pena que o Brasil não se hospede em Miami ou Orlando, pois temos uma comunidade brasileira gigantesca, mas, se ficar em Boston, receberá o carinho de outra parte dos brasileiros que vivem aqui. Vale lembrar que as distâncias nesse país são continentais, e para atravessá-lo, você gasta mais de 6 horas de voo, quase uma distância Miami-Minas Gerais. Portanto, o Brasil terá que trabalhar muito bem a logística, para não desgastar demais o grupo, com viagens pesadas.

Percebi um Ancelotti bem otimista, acreditando no time brasileiro e agora entendi, realmente, o motivo de ele ter optado pela Seleção Brasileira e não pela Itália, onde nasceu. Ele é mesmo um apaixonado pelo nosso futebol, e entende que ainda somos os melhores do mundo. Ele fez questão de frisar que os resultados dos amistosos, em março, aqui nos Estados Unidos, não pesarão em suas escolhas dos 26 jogadores, pois perder ou ganhar faz parte e que o que ele quer mesmo observar é o comportamento da equipe contra França e Croácia. “Claro que queremos sempre vencer, mas a movimentação da equipe no confronto contra os europeus é o que quero avaliar”. Ele e Rodrigo Caetano, diretor de seleções, foram taxativos ao dizer que a Seleção vai fazer parte da preparação na Granja Comary, pois não abrem mão de trazer o povo do nosso país para mais perto do time canarinho: “É impensável para nós não treinarmos na melhor concentração do Mundo, que é a Granja Comary, e talvez até com um amistoso para nos despedirmos dos nossos torcedores como eles merecem. Vamos ficar uns dias sim na Granja, em Teresópolis”, disse Rodrigo Caetano.

Enfim, o sorteio definiu os grupos, não há nenhum deles que seja da morte e as grandes seleções deverão avançar com tranquilidade. O bicho vai pegar mesmo é a partir das quartas de final, com grandes jogos. O destaque negativo da festa foi a Fifa colocar a imprensa por 2 horas numa fila insana, debaixo de neve e de 6 graus abaixo de zero, para entrar no complexo do Kennedy Center, e não ter espaço no teatro onde o sorteio foi realizado. Pela primeira vez, no meu décimo primeiro sorteio de Mundiais, tivemos todos os 900 jornalistas, que assistiram da sala de imprensa, nos monitores, uma vergonha, um descalabro, que jamais poderia acontecer num país com tantos lugares famosos e gigantescos, que poderiam ter abrigado e sorteio. Tudo isso, porque o presidente Donald Trump estava no evento e o serviço secreto verificou, minuciosamente, nossas mochilas e nossos corpos. Tudo bem até aí, concordo, mas nos deixar 2 horas numa fila desumana realmente nos preocupa sobre o que poderá acontecer no Mundial. A cada evento, a Fifa vai dizendo que nós, jornalistas, não somos importantes, esquecendo que somos nós que divulgamos os patrocinadores e que levamos a informação ao mundo.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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