Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho
Coluna do Jaeci

A verdade dói e os atleticanos não admitem ouvi-la

Se quiser se tornar protagonista, o clube vai precisar caminhar com humildade, admitindo seu momento, equacionando suas dívidas e valorizando a base

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O Atlético Mineiro é uma instituição grande com um time pequeno. Depois de um ano mágico em 2021, quando ganhou o Brasileiro e a Copa do Brasil, a mania de “grandeza” imperou no clube e, de lá para cá, voltou a acumular os fracassos que acumulava ao longo de sua história, como por exemplo os 50 anos sem ganhar um Brasileirão. Sua diretoria explanou aos quatro cantos que “o Atlético estaria no patamar de Flamengo e Palmeiras, e que dali pra frente estaria brigando por todas as taças”, o que, na verdade, jamais se concretizou. Afundado em uma dívida gigantesca, com um estádio belíssimo, mas com sérios problemas, reclamados até pelos próprios torcedores, e agora com grama sintética, o clube vive mais um momento conturbado, pois virou chacota nacional ao perder a Sula para o Lanús, adversário infinitamente inferior, mesmo a gente sabendo que o Atlético tem um time medíocre, com vários “ex-jogadores em atividade”.

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Ao contratar Dudu, pensando em afrontar o Cruzeiro, o Atlético livrou o time azul de pagar quase R$ 2 milhões mensais ao atleta. Dudu teve uma história linda no Palmeiras, mas seu corpo não segue o comando do cérebro. Rony, Menino, Patrick, foram mandados embora do Palmeiras. Se não serviam lá, porquê serviriam no alvinegro? Biel é sem comentários, pois a torcida do Fluminense soltou foguete quando ele saiu. Não conseguiu jogar em time nenhum e o Atlético o contratou como solução. Bernard é outro que teve um lampejo em 2013, com R10 e Tardelli voando, e nunca mais jogou nada. Voltou ao clube, fez um golzinho na classificação de uma fase da Sula e foi ovacionado. Ele formava o ataque da Seleção que tomou de 7 a 1 da Alemanha, há 11 anos. Aliás, formava o ataque com Hulk. Sobre o ídolo Hulk eu abro um parênteses, pois é um cara que luta, que ama o clube, a torcida e que não merece fazer parte de um time tão ruim. Com ele, salvam-se o excelente Everson, que deveria estar na Seleção, e Arana, outro excelente jogador. Tem um tal Lyanco que até quis brigar com um torcedor no Defensores Del Chaco, que criticava Biel. Lyanco, o torcedor é patrimônio do clube. Você é apenas um zagueiro limitado, sem nenhuma história no Galo. Logo, logo estará vestindo outra camisa, pois você não tem bola para jogar nesse clube, e fica dando uma de valentão, principalmente nos jogos. Respeite o torcedor, pois somente ele tem o direito de protestar, xingar, desde que não agrida fisicamente. Fosse a diretoria enérgica, mandaria embora Sampaoli, Lyanco e todos os engôdos que eu citei acima. Começar o ano de 2026 com Sampaoli no comando é dizer ao torcedor que nada vai mudar.


Para o Atlético chegar perto de Flamengo e Palmeiras, precisa primeiro pagar suas dívidas, equacionar suas finanças, zerar com os credores e aí sim se estruturar para montar um time forte. Não será contratando jogadores com idade avançada que conseguirá isso. A base sempre foi o celeiro dos grandes times alvinegros. O Flamengo ficou 6 anos, de 2013 à 2018, figurando nas competições, ganhou apenas a Copa do Brasil em 2013, para pagar dívidas e voltar ao cenário como protagonista. Graças ao presidente, Bandeira de Melo, saneou suas dívidas e hoje é o time mais cobiçado da América do Sul, organizado, forte e ganhador de taças. O Atlético não tem humildade para entender que, no momento, não pode competir com o Flamengo, a quem odeia unilateralmente, já que o Flamengo não considera o Galo rival, nem tampouco com o Palmeiras, outro que se estruturou. O Flamengo fatura R$ 2 bilhões por ano, e o Palmeiras R$ 1,6 bilhão. A receita atleticana é de R$ 350 milhões anuais.


O Atlético Mineiro, se quiser se tornar protagonista, vai precisar caminhar com humildade, admitindo o seu momento, equacionando suas dívidas e valorizando suas categorias de base. Não será pagando mais de milhão a vários jogadores que não têm mais condições de atuar que chegará ao patamar que deseja. Os donos disseram que em 2026 o Atlético estaria auto suficiente, com um timaço, que seria o “Real Madrid” das Américas. Nada disso se confirmou e está longe de acontecer. A verdade tem que ser dita e até o torcedor mais apaixonado, precisa entender que as coisas não funcionam com falácias e sim com atitudes. O Atlético tem um time ruim, um grupo fraco, que não foi capaz de fazer 1 gol no péssimo Lanús, em 120 minutos de jogo. É preciso repensar o clube em todos os aspectos. Victor é um ídolo porque pegou o pênalti do Riascos, mas é um péssimo diretor de futebol. As contratações que ele fez beiram o ridículo. É preciso achar no mercado um diretor de futebol tipo Rodrigo Caetano. A saída dele foi um desastre para o Galo. Enquanto os donos pensarem com o coração e como torcedores, pois são apaixonados, nada vai evoluir. Eles podem amar o clube, mas precisam trabalhar com os pés no chão, com a razão. Fazer um planejamento a longo prazo, que permita ao torcedor alvinegro sonhar com a estabilidade a as taças. Não adianta esse discurso, quando perde, de que o atleticano não liga para títulos e que o importante é ser alvinegro. Isso não cola mais. O que faz grandeza de um clube são as taças, os troféus, e, nesse quesito, o Atlético está anos-luz, de Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, São Paulo, Grêmio. Reconhecer sua fragilidade é o começo para torná-lo aquilo que os donos desejam: um clube vencedor, estável financeiramente e que possa dar ao seu fanático e fantástico torcedor, os títulos. Não será pedindo a cabeça de jornalistas que o Atlético se tornará vencedor, podem ter certeza disso.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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