Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

Uma geração perdida, odiosa e sem cultura

Não gosto do comportamento de Abel nas coletivas, mas é inadmissível que, por uma eliminação, um campeão seja tão ultrajado

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O futebol, no passado lazer, emoção, mas sempre com a razão acima de tudo, virou motivo de ódio, brigas e mortes. Estamos vivendo uma fase de falta de princípios morais, valores de vida e descaso completo e absoluto em todos os segmentos. E como sempre digo que o futebol é um mundo à parte somente na questão financeira, com salários fora da realidade do Brasil, no mais está inserido no contexto citado. Peguem como exemplo o técnico Abel Ferreira, vencedor nato, com títulos e mais títulos nacionais e internacionais. O Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil, pelo Corinthians, no Allianz Parque. A “torcida”, ou “bandidos travestidos de torcedores”, cantaram: ‘Ei, Abel, vai tomar caju”, num desrespeito total ao ser humano e ao próprio treinador. Não gosto do comportamento de Abel nas coletivas, principalmente quando perde, pois destrata jornalistas e se acha o dono do mundo, mas é inadmissível que, por uma eliminação, um campeão seja tão ultrajado.

E o que dizer de Leila Pereira, presidente do clube, vencedora, ética, correta, que não dá ingresso para facções organizadas nem privilégios para marmanjos desocupados. A melhor presidente de clubes do país, que também foi xingada por gente ingrata, que não entende que o esporte é feito de vitórias e derrotas, e que, nas derrotas, a gente aprende para voltar a vencer. Leila está na história do Palmeiras como a presidente que mais venceu, que deixou o clube superavitário, que tornou o Palmeiras esse gigante em conquistas. Mas bastou uma eliminação para ser achincalhada por esses odiosos, mal-amados, gente que não tem berço, nem educação. O Palmeiras é um dos gigantes do futebol brasileiro e ainda está na disputa das duas mais importantes competições da América do Sul: Libertadores e Brasileiro. Leila e Abel merecem mais respeito, mais carinho e mais compreensão. Porém, pedir isso para esse bando de desocupados é demais. A gente pode pedir isso para o torcedor do bem, aquele que paga ingresso, que não pertence a nenhuma facção e que não pede nada ao clube. Torce realmente pela paixão, mas usando sempre a razão.

Pseudos jornalistas vivem pegando trechos de posts e vídeos nossos, editando, e usando para incentivar o ódio dessa gente. Eu e meu amigo e grande jornalista Mauro Cezar Pereira somos vítimas desses haters. Uma vergonha o que acontece na internet, onde gente despreparada tem canal de Youtube para agredir e achincalhar profissionais formados e reconhecidos, nacional e internacionalmente. Não aceitam o fato de cada um de nós torcer por outra camisa. Teve um aí que pegou a camisa do Flamengo, pôs numa vassoura e passou como pano de chão. Isso é jornalista ??? Aliás, já tive informações de que o Flamengo vai processá-lo. Que ódio é esse, minha gente ??? Esses caras não são jornalistas e depõem contra a profissão. Um bando de recalcados, sem o menor preparo linguístico, sem noção entre o bem e o mal. Incitam a violência nas arquibancadas e fora delas. Por isso, tenho processado alguns desses canalhas, que, diante da Justiça, viram cordeirinhos, mas, atrás de um teclado, são lobos. Bandidos, travestidos de torcedores, invadindo CTs, onde os jogadores trabalham, para cobrar, agredir e ameaçar, alguns, diante da polícia, que apenas observa e não os prende. Realmente, o futebol virou caso de polícia. Pior é ver dirigentes, que deveriam ter responsabilidade, nos expondo e nos jogando contra a torcida. Eles esquecem que têm filhos também e que, amanhã, pode acontecer com eles.

Enfim, “vivemos um mundo doente”, como escreveu o gênio e poeta Renato Russo, ainda na década de 1980. “As redes sociais dão voz e espaço a uma legião de imbecis, que antes discutiam os assuntos numa mesa de bar, tomando um vinho, e hoje querem ocupar o espaço de um Prêmio Nobel” (Umberto Eco, poeta e escritor italiano). E, para fechar, a velha frase que nunca tirei da cabeça desde a final da Copa de 1994, quando entrevistamos Arrigo Sachi, técnico da Itália, derrotada pelo Brasil, nas penalidades: “o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida”. É isso minha gente, menos ódio, mais amor, mais educação e mais sobriedade nas análises e comemorações. Uma geração que me parece perdida, que não respeita os mais velhos, que agride, que desrespeita, que mata, tudo em nome de um pseudo “amor ao clube”. Quem ama de verdade não agride, nem mata, só os covardes e canalhas seguem o caminho do ódio onde deveria haver amor. Que haja, sim, uma regulação na internet e redes sociais. As pessoas não podem agredir e achincalhar sem que haja punição. Censura, jamais, porém, regular aquilo que tem feito mal à sociedade de bem é fundamental.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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