Uma história de grandes goleadores
Artilheiro Kaio Jorge, com 21 gols: um marco para o Cruzeiro, que, pela segunda vez na história de campeonatos nacionais, teve o maior goleador
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Chegou ao fim o Campeonato Brasileiro, um dos mais equilibrados de todos os tempos. Prova disso é que a definição das duas últimas equipes a cair para a Série B aconteceu na última rodada. E olha que com cinco times brigando contra o descenso: Vasco, Vitória, Internacional, Ceará e Fortaleza. Caíram os dois últimos.
Além disso, a briga pelo título aconteceu até a penúltima rodada, com dois clubes na disputa: Flamengo e Palmeiras. E até a antepenúltima, eram três, com o Cruzeiro no páreo.
Outro detalhe é que a competição terminou com um artilheiro de um time mineiro: Kaio Jorge. Foram 21 gols, um marco, em especial para o Cruzeiro, que, pela segunda vez na história de campeonatos nacionais, teve o maior goleador.
A primeira vez foi em 1970, com Tostão, tricampeão mundial, que marcou 12 vezes. A marca pode ser considerada baixa, aos níveis de hoje, só que naquela época eram apenas 16 equipes.
Na ocasião, o Rio de Janeiro tinha cinco representantes: América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. São Paulo, cinco: Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e São Paulo. Minas Gerais, Atlético e Cruzeiro. Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional. Do Paraná, só o Athletico. O Nordeste, dois, Bahia e Santa Cruz, este último de Pernambuco.
Isso força uma volta ao tempo. São 56 anos de competições nacionais. A primeira, a disputa da Taça Brasil, em 1959, que teve o Bahia como campeão.
De lá pra cá, apenas 10 vezes um time mineiro fez o artilheiro da competição. O Cruzeiro teve esse goleador apenas duas vezes. O Atlético, as outras oito.
O maior goleador entre os mineiros é Reinaldo. Ele marcou 28 gols no Brasileiro de 1997. O ano em que o Atlético foi vice-campeão, quando perdeu a final para o São Paulo, numa disputa de pênaltis, no Mineirão.
Essa não foi a única vez que o “Rei” foi artilheiro da competição. Repetiu o feito em 1996. Foram 16 gols, mas dividiu o posto de maior artilheiro da competição com Paulo Nunes, na época jogador do Grêmio.
Guilherme, centroavante do Galo, também marcou 28 gols numa só edição, em 1999.
A exemplo de Reinaldo, Dario, o “Dadá Peito de Aço”, foi artilheiro de duas edições jogando pelo Atlético. Em 1971 marcou 15 gols. Em 1972, 17, mas dividiu a honra de artilheiro nacional com Pedro Rocha, do São Paulo.
Em 2009, Tardelli foi o maior goleador, com 19 gols na competição, mesmo total de Adriano, do Flamengo.
Em 2021 foi a vez de Hulk ficar com a artilharia, com 19 gols. Em 2023, Paulinho, hoje atleta do Palmeiras, também com 19.
O maior goleador em uma só temporada do Brasileiro não é de time mineiro. Trata-se de Dimba, do Goiás, que marcou 31 vezes na competição de 2003. O segundo lugar nesse quesito fica com Edmundo, atuando pelo Vasco, com 29 gols em 1997.
Reinaldo e Guilherme são, assim, os terceiros colocados como artilheiros em uma só temporada.
Ah, tem mais um feito de atacante e artilheiro mineiro. Na competição não regulamentada de 1937, que teve a participação de apenas seis equipes, um experimento, com Fluminense (campeão carioca de 1936), Portuguesa de desportos (campeã paulista de 1936), Rio Branco (campeão capixaba de 1936), Aliança, (campeão campista de 1936), Liga de Sports da Marinha (convidado), além do Atlético. O artilheiro foi Paulista, atacante do Galo, com oito gols.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
