2025, o ano da volta por cima
No Cruzeiro, a chegada de Leonardo Jardim foi determinante para a boa campanha do time, que tem chance de chegar à final da Copa do Brasil
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Estamos no final da Série A do Campeonato Brasileiro. Mas o que aconteceu, principalmente com nossos times? Voltemos ao começo. A competição estava para começar e havia prognósticos. Um deles, de que o Atlético brigaria pelo título. Era um dos favoritos. O outro, que o Cruzeiro lutaria para estar no bloco intermediário. Não tinha qualquer chance. E que o melhor seria lutar para não cair, para permanecer na Série A.
Pois é. Os prognósticos estavam todos errados. Quem brigou pelo título até este último final de semana foi o Cruzeiro. O Atlético, esteve até ameaçado de cair para a Série B. Esteve ameaçado, sim. Não está mais.
No Cruzeiro, foi determinante a chegada de um novo treinador, o equatoriano de nascença e português de vida, Leonardo Jardim. A mudança foi determinante para a boa campanha do time, que apesar de estar fora da disputa do Brasileiro, tem a chance de chegar à final da Copa do Brasil e levar o Cruzeiro ao seu sétimo título.
Digo que foi determinante, porque a sua chegada foi uma mudança de pensamento, de ideologia, de forma de jogar. O técnico anterior, Fernando Diniz, não mostra metade da fama que possui. Isso mesmo. É um treinador de um só esquema. É incapaz, e mostrou isso, de enxergar um outro esquema de jogo que não o seu.
Os jogadores eram obrigados a fazer o que ele queria. Não foi capaz de ver a característica de cada um. Não foi capaz ou não quer ou não tem capacidade para isso?
Pois Léo Jardim chegou e montou um esquema de jogo respeitando a característica de cada um de seus comandados. Melhor, aproveitando, de cada um, o que cada um tem de melhor. Essa é a maior virtude do técnico.
E com ele, o Cruzeiro chegou ao final do Brasileiro na disputa pelo título. Só não briga mais pela taça porque empatou, no último sábado, com o Ceará. Mas está nas semifinais da Copa do Brasil.
E agora pode anunciar que essa é a prioridade. Vai, e deve mesmo, descansar jogadores. Reservar a força máxima para enfrentar o Corinthians. E essa decisão pode ser vantajosa, pois pode conseguir reforços para essa decisão. Aquele jogador que não tinha oportunidade a terá agora e poderá se mostrar proveitoso.
Mas com quem converso na rua, o torcedor quer entender por qual motivo o Cruzeiro fazia alguns jogos bons e outros ruins.
Taí a explicação para a perda do título. O Cruzeiro ganhou pontos em cima de times mais fortes, mas perdeu para equipes que estão e sempre estiveram no pé da classificação.
Por exemplo, empatou com o São Paulo (1 a 1), na casa do adversário. Depois, em casa, no Mineirão, ganhou do Grêmio (4 a 1), Bahia (3 a 0), Vasco (1 a 0), Flamengo (2 a 1), Palmeiras (2 a 1) e Mirassol (2 a 1). Fora de casa, venceu o Fluminense (2 a 0), Botafogo (2 a 0), Bahia (2 a 1), Grêmio (1 a 0) e Sport (4 a 0). Esses são alguns exemplos.
Mas jogando em casa, com apoio da torcida, perdeu para o Ceará (2 a 1), Santos (2 a 1) e empatou com o Sport (1 a 1). Ainda como visitante, foi derrotado pelo Internacional (3 a 0), Fortaleza (2 a 0) e Vasco (2 a 0).
Se somou pontos em cima de times que estão no topo da classificação, perdeu 16 para times que estão na parte de baixo. Foram 16, somente no que citei, mas que é mais que suficiente para garantir o título.
O certo é que uma temporada que começou quase sem esperança para o torcedor celeste, termina com conquistas. O time já está na Libertadores, um torneio que faz parte do sonho do torcedor e, claro, da história do clube, que já tem dois títulos.
E ainda permite sonhar com o futuro, pois o time está na semifinal da Copa do Brasil. Com certeza, esse foi um ano de superação, de volta por cima do Cruzeiro, para orgulho de seu torcedor.
Na próxima semana, uma análise do Atlético.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
