Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
EM MINAS

Nikolas não convidou Mateus Simões ao Bope

PL mineiro vive um racha. As forças de segurança do estado não aceitam a aproximação da legenda com Mateus Simões, mirando as eleições de 2026

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Não partiu do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) o convite ao vice-governador Mateus Simões (PSD) para acompanhá-lo ao Bope, na última segunda-feira, 17, onde o parlamentar inaugurou o stand de tiros do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (Bope), com a destinação de emenda parlamentar de R$ 1 milhão. Na ocasião, Mateus Simões acompanhou o ato, gravou ao lado de Nikolas Ferreira, num momento em que trabalha para atrair o PL à sua coligação na corrida pela sucessão estadual.

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Em contato com esta coluna nesta quinta-feira, 20, a assessoria de Nikolas Ferreira esclareceu: “Nikolas, em nenhum momento, convidou o vice-governador ou o governador para agenda”. Uma possibilidade é que o convite a Mateus Simões tenha partido do Alto Comando da Polícia Militar. A questão foi dirigida ao vice-governador, que ainda não se posicionou.

O PL mineiro vive um racha. As forças de segurança do estado, que estão na base de três deputados estaduais – Sargento Rodrigues, Cristiano Caporezzo e Eduardo Azevedo – não aceitam a aproximação da legenda com Mateus Simões, mirando as eleições de 2026. Se Nikolas não for candidato, gostariam de apoiar o senador Cleitinho (Republicanos).

Em decorrência da tensa relação entre as forças de segurança e o governo Zema, representantes dos policiais fizeram chegar aos movimentos da direita conservadora a insatisfação com a presença de Mateus Simões no Bope.Tais movimentos foram fundados em Minas por Nikolas Ferreira, Cabo Junio Amaral, Bruno Engler e Caporezzo. É nesse contexto que a assessoria de Nikolas Ferreira assinala que o vice-governador não teria sido convidado ao Bope pelo deputado federal.

Além das dificuldades com as forças de segurança, o PL mineiro enfrenta outros conflitos internos que no momento atravancam a aproximação com Mateus Simões. Nikolas Ferreira (PL) é o único nome da legenda que, se candidato ao governo, convergiriam os apoios de seu campo. Atualmente o parlamentar é percebido como uma força política em ascensão, que já tem vida própria e, em certo sentido, superou Jair Bolsonaro. A decisão de concorrer ao governo do estado, contudo, segundo tem dito Nikolas aos seus interlocutores, será tomada após a conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira, 21.

Até aqui a aproximação em curso do PL com Mateus Simões tem sido conduzida pelo presidente estadual da legenda, deputado federal Domingos Sávio, - que é pré-candidato ao Senado. São condições discutidas: o PL indicaria o vice na chapa de Mateus Simões e, o já filiado Alex Coelho Diniz, suplente do senador Cleitinho, seria o nome mais cotado.

Além disso, o grupo de Mateus Simões cederia a segunda vaga para o Senado à indicação do PL, já que a primeira está reservada a Marcelo Aro (PP), secretário de estado de Governo, que vem intensificando a sua campanha nos últimos três anos, desde que perdeu o pleito ao Senado em 2022. Aro é um dos principais articuladores políticos de Mateus Simões e do governador Romeu Zema (Novo).

A definição do PL de quais serão as duas candidaturas ao Senado a serem indicadas é outro ponto de conflito. Estão mais bem posicionados na disputa interna, além de Domingos Sávio, os deputados federais Eros Biondini e Maurício do Vôlei e, também o deputado estadual Caporezzo, Caporezzo assegura ter o apoio explícito de Jair Bolsonaro e dos filhos, segundo atestam diversos posts do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – que está nos Estados Unidos – e do vereador fluminense Carlos Bolsonaro (PL). É, portanto, nesse momento, que se define quem no PL sobrará, face à hipotética aliança com Mateus Simões, que também será tratada por Nikolas Ferreira com Jair Bolsonaro nesta sexta-feira. Como certa vez advertiu Max Weber: a política é uma luta por poder ou pela influência sobre a distribuição do poder. São nesses interstícios de disputa que as alianças se definem, se desfazem e são reconfiguradas.

Rombo

O eventual prejuízo que institutos de previdências que pagam aposentadorias a servidores municipais e estaduais tiverem com aplicações no Banco Master terá de ser pago por prefeituras e governos dos estados, segundo alerta a Secretaria do Regime Próprio e Complementar do Ministério da Previdência. Entre os 18 institutos que aplicaram quase R$ 1,87 bilhão, está o município de Congonhas, que investiu
R$ 14 milhões em maio de 2024. No estado do Rio de Janeiro, o Rioprevidência, que cuida da aposentadoria dos servidores estaduais, enfiou R$ 970 milhões no Banco Master, o maior valor absoluto. Segundo a prefeitura municipal, o patrimônio total do fundo é de cerca de R$ 593,9 milhões e não coloca em risco o patrimônio líquido do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS).

Arquitetura da destruição

O jornalista Bernardo Mello Franco lançará em Belo Horizonte, nesta terça, 25, às 19h, na Livraria Jenipapo, o livro “Arquitetura da Destruição: Um diário da era Bolsonaro, do palanque à condenação” (Autêntica/2025), em relato que acompanha a linha do tempo de um roteiro de tentativa de ruptura institucional. O jornalista revela como o bolsonarismo transformou o poder em arma contra o próprio estado democrático. O título do livro se inspira em uma frase dita pelo ex-presidente no início do mandato: “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa”. A historiadora Heloisa Starling apresenta a obra e irá debater com o autor, ao lado de Álvaro Câmara, dentro do projeto República Jenipapo.


Tucanato

O deputado federal Aécio Neves tomará posse na presidência nacional do PSDB no próximo 27, com a aposta de eleger uma bancada com 30 deputados federais. Ainda formalmente federado ao Cidadania – o que não irá se manter, pois o PSB e Cidadania irão formalizar nova federação para 2026 – a bancada do PSDB tem hoje 13 parlamentares.

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Verso do coração

A desembargadora federal Mônica Sifuentes, diretora da Escola da Magistratura do TRF6, convidou o artista Carlos Bracher para ser o protagonista do projeto "Direito e Arte", que será lançado, em 2026, com um grande seminário em Inhotim. Também o desembargador José Arthur Filho formalizou convite a Bracher para apresentar a sua obra na abertura da exposição de 2026 do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ambos visitaram o artista em seu Ateliê Casa Bracher, em Ouro Preto, e, na oportunidade, acompanharam em tempo real a produção de um grande painel, que narra a história de Minas em íntima conexão com a construção de Brasília: Ouro Preto, Pampulha e Brasília são retratados, tendo Juscelino Kubitschek como o fio condutor. Bracher explicou o seu processo criativo: "A pintura não é pensada, é a pintura do gesto. Ela é gestual, é um verso do coração".

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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