Bolsonaro e seus asseclas já ensaiam o próximo passo, a luta pela anistia -  (crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)

Bolsonaro e seus asseclas já ensaiam o próximo passo, a luta pela anistia

crédito: NELSON ALMEIDA/AFP

“O povo assistiu aquilo bestializado...” Assim parece ter nascido a República. Ao cabo desta sexta-feira, o Brasil dormiu bestificado. A trama golpista de Jair Bolsonaro (PL) foi exposta por militares que dela participaram. E por aqueles que a ela resistiram.

 

Agora fica claro para os tolos e desavisados, porque Bolsonaro e Michelle apareceram chorando em público. Fica explícita a motivação para deixar ao empresário da fé, Silas Malafaia, o papel de atacante. A política, assim como na malandragem, é sempre dividida entre dois campos.

 

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Espertos e tolos se misturam. Bolsonaro e seus asseclas já ensaiam o próximo passo, a luta pela anistia. Já os seus mais espertos golpistas, Mauro Cid e Valdemar, o primeiro já fechou delação, e o segundo ensaia fazer também.

 

Os governadores que participaram do ato de São Paulo entraram numa canoa que, sabidamente, vaza água. Lutam pelo espólio do emergente movimento ultradireitista brasileiro. O de São Paulo, que confessou que nada era, parece ter pouco aprendido. Anda arrotando violência.

 

Esquece que a bala que um dia vai, noutro volta. E no antigo centro industrial brasileiro, onde não falta é gente desocupada, nossa guerra civil ainda não declarada vai ficando mais dramática. O Haiti é aqui, dizia alguma canção.

 

Tarcísio de Freitas (Republicanos) se esquece dela e de que na internet não faltam exemplos da truculência policial. Daí para as telas de tevê é um pulo. Aliás, um salto assim liquidou um presidente dos EUA em eleição recente. O país inteiro se levantou, gritando o óbvio, “que vidas importam”.

 

Diferentemente de Tarcísio, o segundo desavisado não confessa a nulidade pretérita, prefere decantar as suas leituras atuais. Continua alardeando aquele “jeito mineiro de ser”. Acredita realmente que a população nunca irá perceber que isso não é estilo. Reis têm o péssimo hábito de demorar a se desnudar.

 

No caso de Romeu Zema (Novo), lhe falta ainda uma bandeira. A violência não cabe ao “jeito mineiro de ser”. O ultraliberalismo econômico não engana mais a ninguém. A negociação da dívida mineira, já lhe foi tomada. Entretanto, o governador tem uma virtude, a da resiliência. Na falta de algo, segue sem algo mesmo.

 

O último desavisado é o governador de Goiás, que, segundo relatos, foi diversas vezes humilhado nos bastidores do ato paulista. Este tem lastro e histórias pretéritas, quando se trata de gado. Os três governadores seguem a sua trilha, confiando que um dia herdarão a nau dos bestializados.

 

Talvez ainda não tenham reparado que aqui e acolá os ratos andam abandonando o navio. Esta sexta feira mostrou que só o almirante, talvez por vício do dever de ofício, foi o último a ficar. Os sinais são claros... saber lê-los é parte do dever de políticos.

 

Nessa onda, nem Lula e sua miopia política atual poderão salvá-los. Alexandre de Moraes e alguns no Supremo Tribunal Federal se revelam mais hábeis do que os expoentes da nossa política nacional. Distribuem a cada cabeça a sua devida marreta, digo sentença.

 

O futuro se aproxima ou será o passado?

 

O tempo para o Brasil urge e pode ter o espaço de uma eleição americana. Mas algo devemos a Bolsonaro: nossa República fardada morreu nesta-sexta-feira, pelas suas mãos. E o povo continua assistindo bestializado.

 

Desta vez, parece não estar só, nossos principais políticos os acompanham. Mas nem uma vitória do candidato da tecnopolítica no exterior garante recolocar nossos governadores nos trilhos. Ninguém ajuda a quem não se ajuda. Bolsonaro que o diga. Pois se existe uma lei eterna na vida e na política é que a cada um cabe seu devido chapéu.

 

Gasto alto

Dos R$ 1,65 bilhão de dívidas em atraso de estados brasileiros pagos pela União no acumulado de 2024, R$ 970,62 milhões são de Minas Gerais; R$ 405,8 milhões do Rio de Janeiro; R$ 152,35 milhões de Goiás; e R$ 120,59 milhões do Rio Grande do Sul. Em 2024, o governo federal ainda não arcou com dívidas em atraso de municípios.


Exploração de imagens

Filmagens de deputadas e deputados estaduais, assim como gravações de conversas particulares nas dependências da Assembleia Legislativa, com uso indevido de imagens e de áudios, estão proibidas segundo a Deliberação 2.839/2024 da Mesa Diretora.

 

Parlamentares responsáveis estarão sujeitos à suspensão de até 30 dias e perda de mandato. Também haverá punições a servidores e visitantes.

 

Em outubro de 2023, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) acusou uma assessora do deputado Caporezzo (PL) de gravá-la sem autorização, posicionando o celular em seu rosto, após uma reunião da Comissão de Direitos Humanos.

 

Ela denunciou ter tido a privacidade e imagens violadas, com a indevida exploração da gravação. As restrições não dizem respeito ao trabalho da imprensa profissional, na cobertura do processo legislativo.


No TCU

O ministro Antonio Anastasia será o relator do projeto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) do novo modelo de concessão da BR-381. Já protocolado no Tribunal de Contas da União (TCU), o prazo para o parecer jurídico sobre as alterações propostas pelo Ministério dos Transportes é de 45 dias.

 

O novo modelo retira o trecho de Belo Horizonte a Caeté da concessão. Com riscos geológicos e cerca de duas mil desapropriações, o gargalo que explica três leilões desertos, ficará sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Biometria 1

Enquanto na cidade de Piracema – de 6.700 habitantes, a 120 quilômetros de Belo Horizonte – 96,29% dos 5.695 eleitores concluíram a biometria; em Caraí, município da microrregião do Araçuaí, de 19.548 habitantes, apenas 18,1% dos 14.740 eleitores fizeram o cadastramento biométrico.

 

Em Belo Horizonte, 59,93% dos 2.006.054 eleitores coletaram biometria, segundo dados de fevereiro de 2024, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).


Biometria 2

O cadastramento biométrico em Minas Gerais começou em 2009. Do eleitorado de 16.290.870, cerca de 61% têm a impressão digital registrada. Entre os 853 municípios, em apenas 259 a revisão biométrica do eleitorado já foi concluída. Não ter a digital cadastrada, contudo, não impede o voto. Mas o eleitor que pretende votar nestas eleições de outubro com o uso da biometria, deverá fazê-lo até o dia 8 de maio.


Biometria 3

Em busca de maior adesão do eleitorado mineiro à biometria e para esclarecer sobre os prazos de fechamento do cadastro eleitoral, Roberta Rocha Fonseca, juíza auxiliar da Presidência do TRE-MG, intensificará nesta segunda-feira a divulgação de informações sobre a importância da coleta biométrica para as eleições de 2024. A coletiva será às 14h30, na Central de Atendimento ao Eleitor (CAE).