Com a popularização das canetas emagrecedoras – medicamentos como liraglutida (Saxenda) e semaglutida (Ozempic/Wegovy) –, muitas pessoas têm buscado soluções rápidas para emagrecer. No entanto, o efeito temporário, o alto custo e os riscos de efeitos colaterais ainda geram dúvidas sobre a real eficácia desses tratamentos. Enquanto isso, procedimentos endoscópicos, como o balão intragástrico, oferecem uma abordagem minimamente invasiva, com resultados comprovados a médio e longo prazo. E fica a dúvida: qual método é melhor?
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“O balão intragástrico promove saciedade precoce, reduzindo naturalmente a ingestão de alimentos e, quando associado a acompanhamento multidisciplinar, permite perda de peso consistente e manutenção dos resultados”, explica Bruno Sander, especialista em saúde metabólica e emagrecimento.
Vamos às diferenças entre os métodos.
As canetas emagrecedoras, como todos sabem, são medicamentos administrados por injeção, e atuam principalmente reduzindo o apetite. O custo mensal gira em torno de R$ 4 mil, o que representa quase R$ 50 mil em um ano. Estudos mostram que muitos pacientes recuperam parte significativa do peso perdido após suspender o uso. Alguns desses medicamentos causam efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, constipação, pancreatite e necessidade de aumento progressivo da dose.
Balão intragástrico é um dispositivo inserido por endoscopia que ocupa espaço no estômago, promovendo sensação de saciedade. Pode permanecer de 6 a 12 meses, com perda média de 10% a 15% do peso corporal. O custo total do tratamento varia entre R$ 12 mil e R$ 18 mil, incluindo acompanhamento multidisciplinar. O procedimento é ambulatorial, seguro e reversível.
Como nas canetas, o balão intragástrico também tem efeitos colaterais e o principal são náuseas. Segundo Bruno Sander, o que deve definir a escolha do tratamento não é a ‘moda’ ou a rapidez da perda de peso, mas sim o perfil do paciente, seu histórico clínico e as metas de emagrecimento a longo prazo. Ele reforça que fatores como saúde metabólica, risco cardiovascular, aderência ao tratamento e estilo de vida são determinantes na hora de indicar um ou outro método.
Ambos, entretanto, exigem supervisão médica contínua. No caso do balão, complicações graves são raras e o acompanhamento multidisciplinar ajuda a garantir que o paciente mantenha os resultados obtidos. Já nas canetas, o monitoramento é essencial para evitar efeitos adversos e garantir que o uso seja seguro.
“O paciente precisa entender que não existe solução milagrosa. Seja com medicação ou balão, o que garante resultados duradouros é o acompanhamento médico, aliado à mudança de hábitos, alimentação adequada e atividade física regular”, conclui o especialista.
