A abertura oficial da 30ª edição da CasaCor Minas está prevista para o dia 15 de agosto. Pelo que tudo indica, dia 12 será o brunch para a imprensa. Como já amplamente divulgado, será no prédio que ocupou, por mais de 100 anos, o Colégio Izabela Hendrix. Com a proximidade, começam a aparecer alguns posts nas redes sociais. E não tem como as lembranças não surgirem em nossa mente.

 

Na minha, então, elas estão borbulhando, por dois motivos: participo ativamente da coberta da CasaCor desde a sua primeira edição e estudei minha vida toda no Izabela, desde o jardim de infância, e minha filha também estudou lá e, inclusive, foi lá que se formou em Arquitetura e Urbanismo, considerado o melhor curso da área, no estado.


Quando a mostra começou – a primeira edição foi no prédio do Arquivo Público Mineiro – eu era diagramadora do Caderno Feminino & Masculino, e coube a mim diagramar o caderno especial dedicado à CasaCor: um tabloide de 54 páginas, se não me falha a memória.

 

Depois, passei a acompanhar as fotos com nosso repórter fotográfico, Sidney Lopes. Passávamos a madrugada fotografando os ambientes, à medida em que ficavam prontos, para que o suplemento especial fosse entregue na entrada, a todos os visitantes, na abertura do evento. E, no dia seguinte, chegava cedinho na Redação para diagramar o caderno. Nada como trabalhar com o que amamos.

As lembranças do colégio então... O restaurante será no espaço que abrigava o infantil. Lembro do dia em que entrei lá pela primeira vez. Lembro do cheiro, cheirinho de pão quente com manteiga e café com leite, que faziam para mim, porque o lanche dos coleguinhas era com chá, bebida que nunca tolerei desde bebê.

 

E como esquecer o Bené, funcionário querido, com seu macacão azul. Nunca soube o que ele fazia no Izabela, devia ser um “faz tudo”, mas cuidava dos alunos com carinho, simpatia e alegria. Só me chamava de “xará do colégio” – naquela época eram raras as Isabelas. Inesquecível.

Eu amava mesmo as atividades extraclasse, o aniversário do colégio – 5 de outubro – tinha uma festa para a qual cada sala devia preparar um número de dança. Claro que eu ficava responsável pela apresentação da nossa turma. Amava!

Ajudei a professora de história Marly Ferraz de Andrade, mãe da minha colega Liliane, a fundar o grupo de teatro do Izabela, e fui eu que dei o nome GRITE – Grupo Izabela de Teatro Experimental. E fizemos muitos e bons espetáculos.

 

E como esquecer o querido e eterno reitor, professor Ulisses Panisset, um gentleman, e lindo. Um educador como poucos. Viveu muito, comemorou o centenário do Izabela Hendrix, e depois saiu da administração. Foi casado com d. Lúcia, que era um encanto de pessoa. Foi minha professora. Nos deixou cedo.

Não esqueço dos vários professores que tive, gostava da maioria deles, mas tinha um que gostava muito de mim, professor Vinagre, de matemática. Escolhia sempre o melhor lugar da sala para mim e, nos dias mais quentes, mantinha a porta da sala aberta para fazer corrente de ar e me colocava ali, para receber a brisa.

 

Quando a aula era no período que antecedia o intervalo para o recreio, ele me chamava, me dava um dinheiro e pedia que eu fosse à cantina e comprasse um lanche para ele e um salgado para mim.

Pena que na CasaCor não haverá homenagens a tantos profissionais inesquecíveis, mas valerá muito a pena ver o espaço que fez parte da minha vida, bonito e com uma nova ocupação, porque ver aquele prédio fechado dói muito no coração. (Isabela Teixeira da Costa / Interina)

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