Depois do último dia do mais tórrido verão dos últimos tempos, chegou o outono, prometendo tempos melhores. Baixa umidade relativa do ar e queda de temperatura são características da nova estação. O ar fica mais seco e a temperatura poderá superar a média dos anos anteriores, reflexo do El Niño. Propício para a proliferação de queimadas, o clima contribui para maior concentração de poluentes no ar.

 


O resultado é o aumento de doenças respiratórias, tais como resfriado, gripe, crise de asma, bronquite, sinusite e pneumonia. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam o aumento de 30% a 40% do atendimento a pacientes com tais doenças de abril a julho, principalmente idosos. Por isso, o cuidado com o público 60+ deve ser redobrado.

 


“O clima fica propício para a disseminação dos vírus, transmitidos por gotículas, causadores de infecções que acometem as vias respiratórias superiores, como rinites e sinusites, e de doenças pulmonares, como asma, bronquite, pneumonia e COVID-19”, explica Carlos Eduardo Sampaio, geriatra e gerontólogo do Vera Cruz Hospital, de Ca1mpinas (SP).

 


“Idosos, sobretudo portadores de doenças crônicas e processos mais adiantados de fragilidade, estão entre os grupos que necessitam de maior atenção, devido ao alto grau de complicações e desfechos negativos dessas patologias”, alerta o médico.

 



 


O ideal é evitar qualquer risco que possa levar a tais problemas. “A prevenção segue como a medida de maior impacto positivo, ou seja, deve-se ter hábitos de vida saudáveis, boa alimentação, cuidar da hidratação, controlar doenças crônicas de base e fazer atividades físicas regularmente, mesmo que leves. Tudo isso contribui positivamente para o aumento da imunidade”, explica o especialista.

 


Idosos devem evitar aglomerações, manter distância de familiares ou cuidadores com sintomas gripais, permanecer em ambientes arejados e higienizar constantemente as mãos. Caso o clima esteja muito frio, deve-se usar aquecedor de ambiente associado ao umidificador, pois nosso inverno apresenta baixa umidade do ar.

 


Também é importante garantir a higienização de mantas, cobertores e edredons antes de utilizá-los. O mesmo cuidado se deve ter com roupas mais quentes, que passaram os últimos meses guardadas. É o meio adequado de eliminar poeira e microrganismos que podem desencadear quadros alérgicos.

 


A máscara de proteção deve ser adotada obrigatoriamente em locais rotineiros, como supermercados, bancos e espaços similares.

 


O médico destaca que a carteirinha de vacinação precisa estar em dia. “As medidas de imunização são mandatórias e têm impacto altamente positivo. É essencial manter o calendário vacinal atualizado para influenza, COVID-19 e pneumonia (vacinas Pneumo 13 e Pneumo 23)”, salienta.

 


“Em caso de febre persistente, tosse, falta de ar e expectoração, a orientação é procurar assistência médica, a fim de evitar evoluções desfavoráveis”, conclui o doutor Carlos Eduardo.

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