Elon Musk e Qin Gang

Musk se opõe à desvinculação econômica entre China e Estados Unidos

Reprodução/ Ministério das Relações Exteriores da China
Elon Musk, CEO da Tesla, empresa de carros elétricos, fez sua primeira visita à China em mais de três anos nesta quarta-feira (31/5). Durante a visita, Musk elogiou a vitalidade da economia chinesa e expressou total confiança no mercado de veículos elétricos do país, que é fundamental para o seu negócio. O empresário bilionário, proprietário do Twitter (indisponível na China), teve uma recepção similar à de um líder político estrangeiro, encontrando-se com diversos membros do governo chinês.

Na terça-feira, 30, Musk se reuniu com o ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, e confirmou o interesse de sua empresa em continuar a desenvolver suas atividades no país, de acordo com diplomatas chineses. No dia seguinte, ele se encontrou com o ministro do Comércio, Wang Wentao, e elogiou a vitalidade e o potencial de desenvolvimento da China. Musk afirmou estar ansioso para continuar aprofundando a cooperação mutuamente benéfica entre a Tesla e a China.

Antes dessa reunião, ele se encontrou com o ministro da Indústria, Jin Zhuanglong, e ambos discutiram o desenvolvimento de veículos movidos a energia e veículos inteligentes conectados. A Tesla não comentou sobre as reuniões.

O mercado chinês de carros elétricos e híbridos dobrou desde 2022, sendo responsável por mais de um quarto de todos os veículos vendidos no país, segundo a Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis Individuais (CPCA). Com o apoio do governo por meio de subsídios e o crescente interesse dos consumidores, as empresas chinesas têm dominado o mercado interno. A Tesla continua sendo a maior vendedora de carros elétricos do mundo, mas a popularidade das marcas chinesas, como a BYD, está crescendo rapidamente.

Em abril, a Tesla anunciou a construção de uma segunda fábrica gigante de baterias em Xangai, com capacidade inicial de 10 mil baterias Megapack por ano e previsão de início de produção no segundo trimestre de 2024, conforme informou a agência de notícias chinesa Xinhua. A nova fábrica se somará à primeira, inaugurada em 2019.

Musk se opõe à desvinculação econômica entre China e Estados Unidos, como afirmou durante seus encontros com autoridades chinesas. Ele também agradeceu à China pelo apoio e garantias à fábrica da Tesla em Xangai durante a pandemia de COVID-19. As relações econômicas de Musk com a China têm levantado questões em Washington, onde o presidente Joe Biden destacou que os laços estrangeiros do empresário merecem ser examinados. Além disso, Musk gerou polêmica ao sugerir que Taiwan deveria pertencer à China. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que empresários internacionais que promovem a cooperação mutuamente benéfica e a compreensão da China são bem-vindos.