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Estado de Minas

Divulgada nos EUA lista de espécies descobertas por pesquisadores em 2014

São 219 animais e plantas que mostram que há muito o que aprender sobre a biodiversidade do planeta


postado em 24/12/2014 15:25 / atualizado em 24/12/2014 15:28

(foto: REUTERS/California Academy of Sciences/)
(foto: REUTERS/California Academy of Sciences/)

 

Em tempos de mudanças climáticas e listas de espécies ameaçadas, o planeta surpreende e mostra que a vida ainda fervilha. Nada menos que 219 espécies de plantas e animais até então desconhecidos foram descobertos este ano por pesquisadores associados à Academia Californiana de Ciências, divulgou ontem a instituição. São 110 novas formigas, 16 besouros, três aranhas, 28 peixes, 24 lesmas marinhas, nove mariscos, dois octocorais, 25 plantas, um urso-d’água (animal invertebrado muito pequeno) e um minúsculo mamífero.

Essas espécies foram descobertas nos cinco continentes e em dois oceanos, escondidas em cavernas remotas e em desertos distantes da África. Ao longo do ano, os cientistas da Academia Californiana e seus parceiros internacionais publicaram os achados em 64 artigos, que devem ajudar a entender de que forma a vida evolui e como ela persistirá.

“Cientistas da biodiversidade estimam que descobrimos menos que 10% das espécies do planeta até agora”, diz Meg Lowman, diretora de Ciência e Sustentabilidade da academia. “Os cientistas exploram incansavelmente as regiões remotas da Terra, não apenas em busca de novas espécies, mas para descobrir a importância que elas têm à saúde dos nossos sistemas naturais. As descobertas ajudam a sustentar o futuro da vida para nossos filhos e netos. Mesmo à nossa volta, novas espécies abundam”, constata.

Em um deserto longínquo da Namíbia foi encontrado o único mamífero que integra a lista. É o menor dos únicos 19 tipos de musaranhos-elefantes que compõem a ordem Macroscelidea. Quando coletavam e examinavam espécimes de Macroscelidea, a equipe de Jack Dumbacher e Galen Rathbun, da Academia Californiana de Ciências, se deparou com uma criaturinha jamais encontrada previamente. As análises genéticas mostraram importantes diferenças entre ela e seus parentes próximos. Com um time de especialistas internacionais, os pesquisadores compararam o pequeno mamífero a exemplares existentes em museus e coleções, além de espécies que vivem no meio selvagem. Foram nada menos que nove expedições à África até a confirmação que o Macroscelides micus é, de fato, uma nova espécie.

ISOLAMENTO Os musaranhos-elefantes vivem apenas no continente africano e, apesar do tamanho pequeno, são mais próximos aos elefantes do que aos verdadeiros musaranhos, daí o nome recebido. A espécie do deserto da Namíbia pode ter ficado desconhecida por tanto tempo devido à dificuldade de se fazerem expedições científicas à região, muito isolada. “Com apenas um punhado de novas espécies de mamíferos descobertas na vida selvagem anualmente, é incrível que a Academia esteja envolvida na descrição de três novos musaranhos na última década”, observa Rathbun, um dos maiores especialistas mundiais nesse mamífero. “Há novas e empolgantes coisas na biodiversidade esperando para serem descobertas, mesmo em um grupo tão familiar quanto o dos mamíferos”, afirma.

Em Madagascar, um paraíso da biodiversidade, com plantas e animais que não se encontra em nenhum outro lugar da Terra, o entomologista Brian Fisher já descreveu 110 espécies de formigas e quatro novos gêneros desse inseto, além de diversas outras que serão apresentadas no ano que vem. Uma delas recebeu um nome especial: Malagidris sofina, ou “formiga heroína”. Isso porque ela tem técnicas diferenciadas de construção de ninho e comportamentos de defesa até então inéditos. Ela vive em um ambiente bastante inóspito, quase sem oxigênio, mas luta bravamente pela vida.

Abaixo da superfície também houve grandes descobertas. Nada menos que 65 plantas e animais marinhos. Um deles, a enguia gigante Pylorobranchus hearstorum, a maior do tipo, foi capturada por acaso. O biólogo aquático John McCosker participava de uma expedição em uma região das Filipinas conhecida como Green Island Passage, quando deu de cara com o bicho, medindo 1,3m da cabeça ao rabo. “As pessoas não costumam pensar em enguias como peixes, mas elas são! Essa descoberta nos lembra que há muitas criaturas nas águas profundas a serem descobertas”, diz McCosker.

Entre os achados da coletânea da Academia Californiana de Ciências está um animal de 23 milhões de anos. Trata-se da mandíbula de um tubarão pré-histórico, escavado de um sedimento do Vale Central californiano na década de 1960 e por muito tempo esquecido na gaveta de um museu local. Nos anos 1970, os dentes do tubarão foram distribuídos por diferentes museus, mas continuaram na obscuridade. Até que, este ano, uma equipe de paleontólogos analisou cuidadosamente 67 peças preservadas em coleções da Califórnia e do Oregon e descreveram uma nova espécie: o M. applegatei. Graças a essa descoberta, eles sabem, agora, que os ancestrais dos tubarões surgiram muito tempo antes do que se imaginava previamente.


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