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Estado de Minas

Nobel de Química vai para cientistas que revolucionaram a microscopia


postado em 08/10/2014 08:28 / atualizado em 08/10/2014 10:28

Membranas de lisossoma mostradas em um microscópio convencional (esq), em microspópio de única molécula (centro) e por fim a imagem (dir) com resolução muito melhor.(foto: Image from Science 313:1642%u20131645/www.nobelprize.org/divulgação)
Membranas de lisossoma mostradas em um microscópio convencional (esq), em microspópio de única molécula (centro) e por fim a imagem (dir) com resolução muito melhor. (foto: Image from Science 313:1642%u20131645/www.nobelprize.org/divulgação)

Estocolmo, 08 - Os cientistas norte-americanos Eric Betzig e William Moerner e o alemão Stefan Hell venceram o prêmio Nobel de Química nesta quarta-feira, por desenvolverem novos métodos que permitem aos microscópios captar imagens de maior detalhamento.

Segundo a Academia Real das Ciências da Suécia, o trio atuou no desenvolvimento da microscopia de fluorescência de super-resolução e ultrapassou a nitidez máxima dos microscópios ópticos tradicionais. "Seu trabalho inovador trouxe a microscopia óptica à nanodimensão", afirma a Academia, em comunicado.

Betzig, de 54 anos, trabalha no instituto médico Howard Hughes, em Ashburn, Virginia. Hell, 51, é diretor do instituto Max Planck de Química Biofísica, em Goettingen, na Alemanha. Já Moerner, 61, é professor na Universidade de Stanford, na Califórnia.

Durante muito tempo, a qualidade dos microscópios ópticos era limitada pelo comprimento de onda da luz. Por causa disso, os cientistas acreditavam que jamais conseguiriam atingir uma resolução superior a 0,2 micrômetros.

(foto: www.nobelprize.org/divulgação)
(foto: www.nobelprize.org/divulgação)

O desenvolvimento tornou possível a Hell estudar células nervosas para compreender melhor o funcionamento das sinapses cerebrais. Moerner, por sua vez, estudou proteínas relacionadas à doença de Huntington e Betzig monitorou a divisão celular em embriões.

"Eu fiquei totalmente surpreso, não pude acreditar", disse Hell ao descobrir que havia vencido o prêmio.

"Eu estou incrivelmente entusiasmado e feliz de ser incluído (na lista de vencedores) com Eric Betzig e Stefan Hell", afirmou Moerner.

O presidente da Sociedade Americana de Química, Tom Barton, disse que o progresso dos três cientistas permitirá à Biologia estudar detalhes minúsculos de seres vivos. Isso porque, embora exista um microscópio capaz de analisar detalhes com resolução ainda maior, o equipamento não pode ser utilizado em tecidos vivos.

"Antes só poderíamos ver os contornos das bactérias, mas agora podemos olhar dentro delas e ver coisas tão pequenas quanto moléculas individuais", afirmou Claes Gustafsson, membro do comitê do prêmio Nobel.

"De repente podemos começar a estudar detalhes com os quais só poderíamos sonhar anteriormente. Isso é uma revolução, porque há 15 anos acreditávamos ser teoricamente impossível vencer essa barreira", disse Gustafsson.

No ano passado, o prêmio Nobel de Química foi entregue a três cientistas que trabalhavam nos Estados Unidos e desenvolveram modelos de computadores para compreender interações químicas complexas e criar novos medicamentos.

Nesta semana, já foram anunciados os vencedores dos prêmios Nobel de Medicina e Física. Ainda serão divulgados os ganhadores dos prêmios de Literatura (na quinta-feira), da Paz (sexta-feira) e de Economia (no dia 13 de outubro). Os prêmios serão entregues em cerimônia no dia 10 de dezembro, data em que o cientista Albert Nobel morreu, em 1896.

 

(foto: REUTERS/Bertil Ericson/TT News Agency )
(foto: REUTERS/Bertil Ericson/TT News Agency )

Conheça os 10 últimos vencedores do Prêmio Nobel de Química

 

Lista dos premiados dos últimos 10 anos com o Prêmio Nobel de Química, atribuído em 2014 ao trio formado pelos americanos Eric Betzig e William Moerner e o alemão Stefan Hell, por trabalhos para criar um microscópio de alta resolução:


2014: Eric Betzig, William Moerner (Estados Unidos) e Stefan Hell (Alemanha), por estudos que permitiram desenvolver a microscopia fluorescente de alta resolução.


2013: Martin Karplus (Estados Unidos/Áustria), Michael Levitt (Estados Unidos/Reino Unido) e Arieh Warshel (Estados Unidos/Israel), pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.


2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (Estados Unidos), por trabalhos sobre receptores que permitem às células compreender seu entorno, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.


2011: Daniel Shechtman (Israel), pela descoberta da existência de um novo tipo de material, os "quase-cristais".


2010: Richard Heck (Estados Unidos), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão), que criaram uma das ferramentas mais sofisticadas da química, que abre caminho para tratamentos contra o câncer e para produtos eletrônicos e plásticos revolucionários.


2009: Venkatraman Ramakrishnan, Thomas Steitz (Estados Unidos) e Ada Yonath (Israel), por estudos sobre os ribossomos, que permitem criar novos antibióticos.


2008: Roger Tsien, Martin Chalfie (Estados Unidos) e Osamu Shimomura (Japão), por pesquisas sobre as proteínas fluorescentes, cujas aplicações permitem detectar tumores cancerígenos.


2007: Gerhard Ertl (Alemanha), por trabalhos sobre os catalisadores utilizados em diferentes setores industriais, dos fertilizantes até os tubos de escapamento.


2006: Roger Kornberg (Estados Unidos), por pesquisas fundamentais sobre a transcrição dos genes.


2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs e Richard R. Schrock (Estados Unidos), por trabalhos sobre a metátese em síntese orgânica, que tem um enorme impacto na produção de medicamentos.

 

 


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