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Estado de Minas

Bravely default é livre, leve e padrão; confira a análise do jogo

Game apresenta mecanismos típicos do gênero de RPG e dá ao jogador total liberdade e interação com elementos da narrativa. Porém, desliza em não arriscar melhorias em características técnicas


postado em 21/03/2014 10:20 / atualizado em 21/03/2014 10:25

A competente arte gráfica leva à imersão no universo do game. Design dos personagens é um tanto quanto infantil(foto: Arquivo EM )
A competente arte gráfica leva à imersão no universo do game. Design dos personagens é um tanto quanto infantil (foto: Arquivo EM )

Uma das empresas mais ativas na atualidade, a Square Enix marcou 2013 por reanimar franquias que já não empolgavam os jogadores há um bom tempo, publicando excelentes sucessores, como a continuação da série True crime (Sleeping dogs) ou a ressurreição de Lara Croft no novo Tomb raider. Agora, a produtora de RPGs japoneses épicos em parceria com a Nintendo (responsável pela publicação na América do Norte) traz uma nova IP – a abreviação de Intellectual Property (propriedade intelectual) e é usado para se referir a uma franquia –, que consegue ser não só mais uma entre o mar de incontáveis jogos do mesmo estilo, mas cria característica que sustenta toda a experiência.

O mundo onde se passa a história é Luxendarc, uma terra equilibrada por quatro cristais elementais, responsáveis pela harmonia daquele universo. Cada um deles é guardado por uma protetora, que tem o trabalho de energizá-los com orações e assim manter a estabilidade geral. Tudo muda quando uma sombra misteriosa se apodera de todos esses elementos: as águas do mar se tornam venenosas e uma cidade inteira é engolida por um buraco. Nessa trama, entram os primeiros personagens principais: Agnés Obligé e Tiz Arrior. A missão deles é reativar as pedras preciosas a fim de trazer de volta o equilíbrio.

Se você já jogou Final fantasy, toda essa história que ocorre ao redor de cristais lhe é familiar. Na maior parte dos games da série, essas pedras são parte relevante do enredo e, em alguns títulos, até mesmo para a própria mecânica de jogo. Nesse quesito, Bravely default não se arrisca ao criar um universo próprio, o que, com o auxílio de excelentes mecanismos encontrados em RPGs, poderia resultar em uma obra ótima e completa.

A jogabilidade em Bravely default lembra claramente as mecânicas clássicas usadas nos jogos de RPG por turnos, também cravada nos primeiros games da franquia FF. O próprio produtor do título, Tomoya Asano, afirmou que o enredo foi desenvolvido com uma história ao estilo do clássico RPG japonês, para que os jogadores não tivessem muitos problemas ao entender aquele universo.

O modo com que as classes são apresentadas e a própria variedade de funções no game também relembram FF. Cada chefe é de uma profissão diferente e, quando você o derrota, aquela ordem é desbloqueada – um aspecto clássico usado nos RPGs como elemento de progressão e trilho de narrativa para sustentar dezenas de horas de história. Ainda que muitas das funções não ajudem tanto (ainda mais no início do jogo), uma ou outra se salva e faz com que seu grupo consiga avançar na história com facilidade.
Agnés Obligé tema função demanter a estabilidade de Luxendarc, terra que depende do equilíbrio de quatro cristais fundamentais
Agnés Obligé tema função demanter a estabilidade de Luxendarc, terra que depende do equilíbrio de quatro cristais fundamentais

MODOS

Tudo isso conspiraria para o game ser uma cópia descarada de FF. Felizmente, porém, uma sacada em Bravely default faz com que ele se destaque de todos os outros e seja uma excelente opção de diversão para ter no seu Nintendo 3DS: a liberdade mecânica que o jogo proporciona e, consequentemente, uma motivação para evoluir os personagens rapidamente.

E isso combina muito bem com o principal diferencial mecânico do jogo: os modos Brave e Default. O primeiro é de ataque. Basta selecioná-lo que o personagem tem uma ação a mais no turno, o que é ótimo para matar rapidamente inimigos de nível médio e subir de fase rapidamente. Já no Default, o jogador fica em instância defensiva, reduz o dano cometido e acumula um ponto bônus para se movimentar nos turnos seguintes sem ter de esperar para agir.

A partir daí, nada o impede de colocar todos os personagens na opção Brave, por exemplo, e depois, pressionando Y, fixar os movimentos no modo automático. Há ainda a possibilidade de aumentar a velocidade da luta para até quatro vezes mais rápido (ou pausá-la). No modo de configuração, também é possível aumentar ou reduzir a frequência de monstros que aparecem durante o percurso. Essa combinação de opções é algo inovador num gênero que esteve presente desde sempre na indústria. A liberdade dada para o jogador ditar o ritmo do jogo é algo louvável e faz o que poucas obras conseguem: dar a sensação de total controle.

A arte de cenários é bela e, combinada com a composição orquestrada das músicas – aliás, muito bem encaixada em momentos específicos do game –, consegue passar facilmente as características do universo para o jogador. Já o design dos personagens é um pouco estranho, infantil, e não combina muito bem com a atmosfera do game, que se leva bastante a sério.

Mesmo não alterando muitos elementos técnicos vistos em quase todos os RPGs, Bravely default mexe no cerne: a mecânica. E é justamente ela que permite o ofício do jogador estabelecer o próprio andamento do game. De tão bem estabelecida, o conjunto da obra faz com que o game seja, aproveitando o trocadilho, corajoso.

 


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