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Estado de Minas

Rogue Legacy exibe belos elementos gráficos, mesmo em 16 bits

Jogo é boa pedida para nostálgicos e os fãs da categoria roguelike


postado em 06/02/2014 12:00 / atualizado em 06/02/2014 11:41

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)

Basta observar os primeiros passos da indústria para perceber uma característica presente em grande parte dos títulos antigos: a dificuldade ao progredir, com fases impossíveis, inimigos que derrubavam de uma plataforma com golpes simples ou chefes imbatíveis. A década de 1980, especialmente, foi marcada pela chegada do clássico Nintendo, o console que mais abrigou jogos extremamente complicados, como Battletoads, Ninja gaiden e – o responsável por muitos joysticks jogados contra a parede – Teenage mutant ninja turtles. Com o avanço dos videogames, títulos assim passaram a não ser tão comuns como antes – e tiveram herdeiros que não deixaram o atributo morrer. Com mérito, Rogue legacy pode ser lembrado como um dos principais representantes desse legado para essa geração.



Tendo como premissa principal a ideia da legacia – como evidencia o título –, Rogue legacy é uma excelente metalinguagem. Ao mesmo tempo em que a jogabilidade gira em torno da linhagem familiar dos personagens, o game é o herdeiro de uma geração que viveu em meio a tantas fases impossíveis e chefes irritantes.Todavia, apesar de a dificuldade em Rogue legacy ser alta, ela é justificável. A começar pela subcategoria em que o jogo se encaixa: a dos roguelikes. Nela, ao explorar as fases e morrer, você assume o papel de seu filho. A partir daí, o game dá três opções de herdeiros, cada qual com habilidades e tratos diferentes – pode ser nostálgico (deixando a tela em um tom sépia enquanto você o controla), nanismo (seu guerreiro fica pequeno e ágil), dislexia (todos os textos do jogo acabam se embaralhando) e muitos mais. É aí que o título começa a mostrar o bom humor que acaba cativando o player.


A arte do jogo é outro elemento que, ao mesmo tempo, mistura nostalgia com atualidade. Misturadas aos cenários, aos chefes, aos inimigos e aos personagens em 16 bits, belas animações dão vida e personalidade ao game. O caminhar e a maneira como os cavaleiros morrem, aliás, merecem um destaque. Os herdeiros, mesmo com traços semelhantes, conseguem ser heterogêneos com apenas detalhes na elaboração gráfica – laço, barba ou bandana ninja. Os efeitos sonoros, realistas, causam um contraste curioso com a arte e as trilhas sonoras, que, apesar de poucas, são envolventes e não demoram para incluir o jogador naquele universo.


Homenagem

Diferentemente de muitos títulos que insistem em fazer referências desnecessárias a outros jogos – muitas vezes, inclusive, dispersam o player daquele universo –, Rogue legacy é singelo ao homenagear obras antigas com nomes de feitiços, como a Maldição do porco-espinho, clara referência a Sonic, quando o animal cai em espinhos ou leva um dano, perde pontos na mesma forma com que o cavaleiro em Legacy perde dinheiro.

Porém, a mais clara e genuína forma de cortesia às gerações passadas é a própria jogabilidade. Elementos RPG, como adquirir novos feitiços e equipamentos para o personagem, ou até mesmo escolher classes diferentes – magos, paladinos, ninjas –, contribuem para que, mesmo com a alta dificuldade de se manter vivo nas fases, ainda haja variedade na jogatina. A progressão da habilidade do jogador – e não do personagem – é o que conta. Às vezes, os descendentes não terão muitas habilidades, mas ainda assim serão necessários para juntar dinheiro e avançar no game.

À medida que o fim se aproxima, e o jogador vai se sentindo ainda mais habilidoso, é evidente como obras simples podem conter pensamentos produtivos para a indústria e, consequentemente, beneficiá-la. Além de boa jogabilidade e música, primorosa arte e ótimos desafios, Rogue legacy deixa como legado sua marca como o melhor jogo roguelike da atualidade.



Origem

O termo roguelike teve origem a partir de um jogo chamado Rogue, de 1980. O título apareceu inicialmente em sistemas operacionais Unix e, em meio aos elementos RPG e estratégia, inovou ao apresentar características que vieram a ditar a nova subcategoria: a renderização de fases aleatórias a cada vez que o game era iniciado, e a descoberta feita pelo jogador, sem a ajuda dos desenvolvedores. Posteriormente, outros elementos se juntaram à definição roguelike, como a morte definitiva do personagem.

 


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