(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Dia das Crianças: infância tecnológica é o contraponto da juventude dos pais


postado em 10/10/2013 15:00 / atualizado em 10/10/2013 13:20


O servidor público Fabiano Alcântara, 30 anos, amava brincar de carrinho, jogar bola e circular de bicicleta. Roberta Moreira, professora, 35, brincava no quintal de casa e tinha como hábito ouvir músicas no toca-discos do pai. Essa era a tranquila infância dos que nasceram em meados da década de 1980 e hoje são pais de uma geração totalmente ligada a aparelhos eletrônicos, com acesso à internet, às redes sociais e a uma infinidade de conteúdo.

O filho de Fabiano e Roberta, Tiago Moreira, 3 anos, é o exemplo desta geração, que já nasce ligada e aprende desde cedo, com muita facilidade, como mexer em smartphones, tablets e computadores. A geração tecnológica tem exemplos surpreendentes: Tiago tinha 2 anos quando ligou para o trabalho do pai apenas vendo sua foto no smartphone. Quando ele consegue acessar sem dificuldade o YouTube, apenas para ver um vídeo da Galinha Pintadinha, provoca reações como a de Roberta: “Tem horas que a gente nem consegue explicar”. Além do caçula, o casal tem mais dois filhos: Raquel, 8, e Filipe, 10. Ambos, por também estarem ligados aos aparelhos eletrônicos da atualidade, influenciaram no aprendizado de Tiago desde cedo, segundo Fabiano. O pai comenta: “Eles já vivem na tecnologia. O Tiago já nasceu nesse meio. Na cabeça dele, isso deve ser a coisa mais comum do mundo”.

O garoto já consegue destravar qualquer iPad, adora mexer no Samsung Galaxy S3 do pai e no Galaxy Tab da mãe. De acordo com eles, Tiago arrisca tocar bateria e teclado em aplicativos e também sabe como se virar em joguinhos sem precisar de ajuda. “É mais um brinquedo para ele”, diz Roberta, que também não deixa de se preocupar com a frequência com que o filho mexe nos dispositivos. “Tem hora de usar. É importante ver o tipo de conteúdo que estão consumindo. Estamos sempre presentes nas atividades deles. Nossa preocupação é que não seja a única coisa que eles façam”, complementa a mãe.

PRÓS E CONTRAS

A especialista Fátima Guerra põe em questão a importância do convívio da criança fora das telas de toque e da interação com outros indivíduos. “O tablet é ela com ela mesma, e um dos requisitos para a gente se desenvolver é o contato com o outro. Assim, vamos aprendendo e brincando junto. O outro não pode ser o que está distante na tela”, argumenta. Como benefício, ela cita o desenvolvimento para a aprendizagem: “É uma ferramenta a mais que vai mediar a atividade da criança”. Para fugir do isolamento com o mundo fora dos dispositivos eletrônicos, os pais de Tiago incentivam outras atividades para a família. “Procuramos andar de bicicleta e ir ao clube. Entendemos que estamos na era tecnológica, mas o que eu e Fabiano gostamos é que usem os aparelhos saudavelmente”, detalha Roberta.

“Para eles, é uma brincadeira, que é muito importante para o eixo do desenvolvimento. É a forma com que ela vai descobrindo como funciona o mundo adulto”, comenta a especialista. Na visão de Guerra, a tecnologia tem dois lados, e cabe aos pais decidir se o uso será bom ou ruim para os filhos. Como conclusão, ela dá uma dica para os casais que têm pequenos em casa. “É aconselhável usar os aparelhos, mas não se pode deixar a criança sozinha. Elas precisam sempre ser acompanhadas. Também é preciso ter a consciência de que os aparelhos eletrônicos são instrumentos muito bons, e, como tudo na educação, deve haver um equilíbrio.”

DE OLHO

O padrão é facilmente reconhecido: design pequeno e colorido para se adequar às mãos menores e chamar a atenção. Pouca capacidade interna (geralmente 4GB), preferindo dar espaço a um acervo enorme de aplicativos de jogos, livros, programas de desenhar e de colorir e apps educacionais. Alguns modelos vêm acompanhados por uma caneta específica para superfícies touchscreen. O preço é mais acessível do que o dos tablets convencionais, variando entre R$ 300 e R$ 600. Essa é a descrição dos aparelhos que vêm se tornando cada vez mais presentes no mercado de tablets e pretendem cair no gosto dos pequenos que já sabem usar dispositivos digitais pouco depois dos 2 anos de idade.

Essas são as principais características dos modelos de tablets infantis que vão encher as prateleiras de lojas de brinquedos e eletrônicos neste Dia das Crianças. Um estudo de intenção de compras da loja on-line MercadoLivre dá motivos para o êxtase dos baixinhos na data destinada a eles. De acordo com o levantamento, a procura por dispositivos digitais será tão grande quanto a de brinquedos tradicionais e educativos, atingindo 35,5% das intenções. No carrinho digital, estarão inclusos smartphones, tablets, videogames, tocadores de música, televisões e notebooks. Segundo 60% dos pais entrevistados, o valor que será gasto por eles varia de R$ 50 a R$ 200.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)