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Estado de Minas

Game Lost Planet esquece a individualidade e cai nos clichês do gênero

Divertido e com belos visuais, game comete este erro crucial. Movimentos repetidos e batalhas demoradas enfraquecem ainda mais o título


postado em 03/10/2013 11:20 / atualizado em 03/10/2013 13:23

De todas as franquias do abrangente acervo de jogos de tiro em primeira ou terceira pessoa da geração atual, Lost planet com certeza é uma das mais inconsistentes. Entre um título e outro, é praxe alguma característica surpreendente e gráficos sublimes serem trocados por sequências infindáveis de erros grotescos e decepcionantes, deixando o jogador em uma confusão entre o deleite visual e o mau apuro técnico.

O primeiro game da série é um bom exemplo de mecânicas com algumas falhas que, no segundo, aparentam terem sido inspiração para uma jogabilidade defeituosa e design de níveis irritantes. Ambos, todavia, apresentaram cenários muito bem finalizados e ricos em texturas. O terceiro é fiel ao manter os erros do passado, e não demonstra esforço para fazer melhor.

Em uma história quase paralela à dos predecessores, Lost planet 3 traz Jim, o personagem principal, piloto e engenheiro que vai ao planeta EDN III a trabalho pela Neo-Venus Construction (Nevec), empresa responsável por extrair energia térmica e suprir a demanda da Terra, que não conta mais com as fontes de energia convencionais e passa por uma crise. Jim decide tomar essa decisão após a mulher dar à luz seu primeiro filho e motivado pelo excelente pagamento dado pela companhia. À primeira vista, a ideia é ótima, mas se complica por não cumprir com as expectativas.

A exploração dos sentimentos dos personagens em minivídeos feitos por membros da Nevec, mandando mensagens para os parentes na Terra, é destacável – principalmente quando são as que Jim envia para a mulher e vice-versa. Entretanto, por mais benfeita que seja a construção emocional, e como isso é mostrado em certas partes do jogo, a quantidade é ínfima para carregar nas costas a narrativa de um título tão arrastado e recheado de tropeços.

O aprimoramento no visual do jogo é um ponto a ser notado. Além das personalidades características de cada um (o mecânico animado e gente boa, o comandante misterioso e o doutor paranoico), o trabalho da equipe gráfica da Spark Unlimited é animador, com boa construção de características físicas dos funcionários da Nevec e ótimas texturas de ambientes, que levam o jogador ao cenário gélido de EDN III.

Dentro da inconsistência característica de um jogo da série Lost planet, o terceiro cometeu um erro capital, evidente para os fãs da franquia: esqueceu-se dos principais pontos que fizeram os títulos se destacarem no gênero. Um deles é a abolição dos robôs de ataque, antes usados como as principais armas e que, agora, são maiores, mas não fazem qualquer outra coisa a não ser explorar o território do planeta EDN III. Ou ainda a falta de variedade dos gigantescos akrids (monstros do planeta).

(foto: CAPCOM/Divulgação)
(foto: CAPCOM/Divulgação)
AMBIENTAÇÃO

Esquecido isso, o título se apoia inexplicavelmente em clichês já conhecidos por qualquer pessoa que tenha jogado Gears of war, por exemplo, e apresenta um sistema de cobertura falho, que limita a movimentação do personagem nos tiroteios. Há ainda um esquema de evento de ação rápida (quando o jogador tem de apertar determinado botão ou sequências rapidamente para executar alguma ação) sem variações e, consequentemente, desafios.

O game é tão repetitivo e sem perspectivas que, em certo momento, até o personagem principal pergunta: “Por que diabos cada estação deste planeta está sem energia ou tem portas trancadas?”. A questão é totalmente sugestiva e parece acontecer justamente para mostrar ao jogador que, da metade para o fim do jogo, é ainda mais aparente a falta de criatividade da equipe desenvolvedora.

As batalhas contra chefes também entram na vasta lista dos clichês de Lost planet 3. Com várias repetições dos movimentos, o jogador tem o trabalho de apenas decorá-los. Essas pelejas também são, por muitas vezes, demoradas e, em pouco tempo, acabam sendo entediantes.

Se há algo a ser aproveitado que não seja o excelente visual, é a diversão que proporciona. É empolgante testar os diferentes tipos de armas em monstros e explodi-los de maneiras variadas. Além disso, a trilha sonora – das músicas preferidas de Jim, enviadas pela mulher, assim que ele chega ao planeta – é variada, e as canções instrumentais vão do folk aos solos de guitarra, lembrando a ambientação musical feita em Spec ops: the line.

Infelizmente, as características positivas de Lost planet 3 não são o bastante para aquecê-lo da impiedosa nevasca de clichês e erros técnicos cometidos pela equipe desenvolvedora, o que o torna apenas mais um – irrisório – na estante dos infinitos games de tiro da atualidade.


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