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Estado de Minas

Carro sem motorista é um sonho possível


postado em 13/09/2013 10:58 / atualizado em 13/09/2013 12:44

"Minhas previsões, levando em conta o que conseguimos, é que será possível viajar em um Mercedes autônomo em 2020", antecipa Thomas Weber, chefe de pesquisas do grupo (foto: AFP PHOTO / JOHANNES EISELE )

FRANKFURT AM MAIN - Pedir ao carro que estacione sozinho ou ler o jornal ao volante são sonhos que podem virar realidade, graças a inovações apresentadas esta semana no Salão do Automóvel de Frankfurt.

A construtora alemã Daimler, fabricante dos Mercedes-Benz, se orgulha de estar na vanguarda dos chamados carros autônomos. Seu veículo experimental S500 Intelligent Drive, que ocupa um lugar de destaque em seu estande, percorreu 100 quilômetros em agosto na região de Bade-Wurtemberg (sudoeste) sem intervenção humana, encontrando pelo caminho sinais de trânsito, rotatórias, pedestres e inclusive bondes.

E tudo isso recorrendo à tecnologia que já está presente em alguns de seus modelos de série.

"Minhas previsões, levando em conta o que conseguimos, é que será possível viajar em um Mercedes autônomo em 2020", antecipou à AFP Thomas Weber, chefe de pesquisas do grupo.

A montadora de Stuttgart já propõe uma função de piloto automático em baixa velocidade em seu Classe S, que permite ao motorista se esquecer dos pedais e do volante em um engarrafamento onde o carro ande a menos de 30 km/h.

A companhia francesa de equipamentos de automóveis Valeo expôs em Frankfurt seu sistema denominado Valet Park4U. A ideia é que o motorista deixe seu carro na entrada de um estacionamento e determine, pelo smartphone, que ele procure uma vaga para estacionar. Mediante um simples comando, o carro volta, em seguida, para buscar o dono.

Esta tecnologia sobre a qual estão trabalhando outras, como a americana Ford, pode chegar ao mercado em três ou quatro anos.

Tudo é possível graças à multiplicação de radares e câmeras como os utilizados pelo sistema de detecção de 360 graus do Continental, capaz de distinguir objetos e pedestres e advertir o motorista em caso de risco de colisão ou até mesmo frear por conta própria.

Cochilo ao volante

As montadoras e os fabricantes de equipamentos para automóveis não têm o monopólio da pesquisa neste campo. Também estão pesquisando na área universidades e institutos, junto com a fabricante Volvo, no âmbito do programa europeu SRTRE, além da gigante americana da internet Google.

Todos esperam melhorar, com isso, o conforto do motorista, permitindo que aproveite um percurso ou um engarrafamento para ler, fazer ligações, navegar na internet ou cochilar.

Seu segundo argumento é a segurança. "O ser humano é responsável por 90% dos acidentes de trânsito", afirmou Wolf-Henning Scheider, porta-voz da divisão de técnica automobilística da Bosch, que apresentou no salão um carro autônomo testado em auto-estradas alemãs.

Graças aos avanços atuais na área de assistência ao motorista, a utopia do 'automóvel' está mais do que nunca ao alcance da mão. "Não falamos mais de uma ilusão, mas de uma realidade, embora ainda se encontre em um estado muito precoce", constatou Stefan Bratzel, especialista alemão do setor automotor.

"Para a indústria, trata-se de uma evolução progressiva das tecnologias, mas para o motorista é uma revolução", comentou Christian Senger, encarregado da área na empresa Continental.

A japonesa Nissan também apresenta suas ambições para 2020. Continental e Bosch também têm como meta alcançar um alto grau de automação.

O objetivo será dirigir sem as mãos na estrada, onde a direção é menos complicada do que na cidade. Em centros urbanos, o automóvel automático só aparecerá muito depois, "por volta de 2025 ou 2030", segundo Bratzel.

No entanto, ainda há muitos obstáculos no caminho do carro autônomo.

"Quem é o responsável em caso de acidente? O motorista do carro, a construtora ou a empresa que o equipou?", questiona-se Christoph Skudelny, especialista em automóveis da consultora PwC. Parece indispensável fazer previamente uma mudança na regulamentação.

A outra incógnita é a reação dos consumidores diante deste carro-robô. "Só poderá existir a partir do momento em que os usuários tenham plena confiança", observou Senger.

 


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