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Estado de Minas

Tratamento para pacientes com câncer pode causar infertilidade

Entenda mais sobre técnicas que permitem cuidar da doença sem comprometer o futuro


postado em 06/03/2013 10:58 / atualizado em 06/03/2013 19:42

Desinformados, jovens que passam pelo desafio de enfrentar um câncer costumam não saber que a radioterapia e alguns tipos de remédios quimioterápicos podem causar infertilidade. Segundo especialistas, as taxas podem variar de 50% para as mulheres a 70% para homens, sendo que os procedimentos mais agressivos são aqueles usados para tratar linfomas, leucemias e câncer de mama.

De acordo com Bruno Ferrari, especialista em oncologgia e diretor da Oncocentro, a quimioterapia afeta diretamente as células responsáveis pela fertilidade. Com isso, a inabilidade para gerar um filho pode ocorrer devido às drogas utilizadas para combater as células cancerosas, isso porque elas também são capazes de destruir as células germinativas.


Ele explica que para se submeter ao tratamento e ainda preservar a fertilidade já existem algumas técnicas cirúrgicas como a de congelamento de óvulos, de esperma e de embriões. Esses procedimentos são os mais indicados para preservar a fertilidade de quem pretende ser mãe ou pai no futuro.

Se a radioterapia é realizada no baixo abdômen a situação pode se agravar, devido aos danos causados nos ovários - que podem até ser destruídos durante as sessões, dependendo do tamanho e da localização do tumor. Isso porque a intensidade da irradiação é adaptada ao tratamento. Neste tipo de situação, uma mulher com a doença pára de produzir hormônios e pode entrar na menopausa precocemente.

Soluções da medicina

Em busca de minimizar os danos para aqueles que precisam se tratar, ainda não são pais e pretendem ter filhos, a medicina oferece a criopreservação de oócitos, criopreservação ovariana e co-tratamento com hormônio. A Criopreservação de embriões, fecundados em laboratório, é uma técnica disponível que proporciona ao casal protelar o nascimento dos filhos para depois do tratamento.

Técnicas adicionais também são oferecidos aos solteiros. Os homens podem congelar os sêmens, colhidos após a masturbação e as mulheres precisam pagar para congelar o tecido ovariano, que é retirado por meio de cirurgia. “São formas de preservar a fertilidade antes do paciente iniciar os tratamentos como quimioterapia, radioterapia ou o procedimento cirúrgico", destaca o oncologista. Os tratamentos a pacientes portadores de neoplasias malignas são iniciados imediatamente após o diagnóstico.

O início imediato também já foi um problema para médicos e pacientes, pois para a realização da criopreservação, as mulheres precisavam esperar o período menstrual e atrasavam o começo do tratamento. Hoje, já existem métodos bastante eficazes para estas situações, que favorecem o processo de estimulação ovariana, sendo possível fazer o bloqueio do ciclo em apenas três dias e iniciar a estimulação, que demora, em média, 12 dias.

Segundo João Pedro Junqueira, especialista em fertilidade da Clínica Pró-Criar, todos os esforços devem ser concentrados no diagnóstico precoce do câncer, no sentido de tratar a doença e preservar ao máximo a saúde e a capacidade de procriação da mulher. O aconselhamento sobre preservação da fertilidade deve ser oferecido para todas as pacientes com câncer que possam, em algum momento de suas vidas, querer engravidar. O objetivo principal é sempre abrir portas e facilitar os caminhos desses pacientes.

Ainda de acordo com Junqueira, a criopreservação custa em média R$ 5.000 sem medicamentos. Algumas clínicas cobram mensalidades para guardar o material a custo de R$ 80,00 a R$ 100,00.

De acordo com a Fundação de Hospitais de Minas Gerais (Fhemig) , o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece este tipo de tratamento, salvo pela fertilização in vitro, que não tem a mesma abrangência da criopreservação, uma vez que a fertilização só é válida aos pacientes que já tenham um parceiro. Isso porque a fecundação é feita na mesma época da coleta dos materiais, já que o SUS não guarda embriões para o futuro. Além disso, a demora na fila varia de 1 a 3 anos, tempo que um paciente diagnosticado com câncer não pode esperar.

Desafio para o futuro


Apesar de todos os avanços e esforços da medicina na manutenção da fertilidade para jovens com câncer, as crianças ainda não são alcançadas pelos procedimentos, já que a criopreservação só pode ser realizada após a puberdade. Mas como vantagem, na infância as pessoas apresentam melhor resistência e melhores respostas frente aos tratamentos oncológicos.


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