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Estado de Minas

BH é tech

Grupo de startups autogerenciadas querem fortalecer imagem do mercado belo-horizontino, com criação de site


postado em 25/10/2012 11:53 / atualizado em 26/10/2012 14:51

representantes de sete startups da comunidade, na sala de jogos da Samba Tech: objetivo único de colaboração(foto: Fotos: Euler Junior/EM/D.A.Press)
representantes de sete startups da comunidade, na sala de jogos da Samba Tech: objetivo único de colaboração (foto: Fotos: Euler Junior/EM/D.A.Press)
 

Uma comunidade de novas empresas, com base tecnológica e ideias inovadoras, se cria em torno do polo de uma universidade, em um ambiente de extrema incerteza. Apesar da clara semelhança, engana-se o leitor que pensou, logo de cara, no Vale do Silício (Estados Unidos). Estamos falando sobre o San Pedro Valley (sanpedrovalley.org), aqui mesmo no Brasil, em Belo Horizonte. A iniciativa é de uma comunidade de startups autogerenciadas da capital. O nome surgiu de uma brincadeira sobre o Bairro São Pedro, região onde as primeiras empresas se instalaram. As veteranas se desenvolveram dentro de núcleos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como a Akwan, adquirida pela Google em 2006. As caçulas surgiram este ano e ainda estão em fase beta de testes. Na última semana, foi lançado um site para divulgar o ecossistema empreendedor. Até o momento, 39 startups fazem parte do grupo.

Mais do que apenas espalhar a ideia, os participantes querem auxiliar uns aos outros por meio do compartilhamento do conhecimento. “Nada de passar batom no porco, ou seja, cuidar da imagem e esquecer da estrutura”. O objetivo é que cada um possa contribuir com aquilo que as outras não têm. Eu, por exemplo, sou desorganizado com finanças, e eles podem me ajudar”, destaca Matt Montenegro, da Beved (beved.com.br), organizador on-line para aulas presenciais. Para ele, o foco principal é fortalecer e amadurecer a comunidade para que ela transmita credibilidade.

Qualquer empreendedor pode participar, inclusive os que têm sua sede bem longe das esquinas do São Pedro. Não há um chefe, o San Pedro Valley é anárquico nesse sentido. O único requisito é se encaixar no perfil de uma startup. Resumidamente, é necessário ser uma empresa tecnológica, com modelo de negócio escalável, que trabalha em um ambiente de extrema incerteza e tem elementos de inovação. A novidade pode ser em âmbito regional. Segundo Tomás Duarte, da Tracksale, 12 empresas já foram barradas porque não trabalhavam nesse conceito, a exemplo de várias agências de publicidade. As startups caracterizam-se, ainda, por ter um custo linear e um crescimento exponencial, o que gera alto impacto econômico de mercado.

DIVERSIDADE As propostas de negócios alcançam os mais diversos nichos: da compra de ingressos para um show ao teste de softwares corporativos. “É o modelo mais arriscado de negócios, mas também o mais vibrante”, afirma João Pedro Resende, da Hotmart, e-commerce para conteúdos digitais. A startup dele é responsável pela fama de personagens exóticos, como um conselheiro amoroso e um psicólogo que vende cursos digitais de reconciliação de casais. Além desses, ele cita outros três exemplos de usuários, como um instrutor de auto-escola que vende aulas de como acabar com o medo do trânsito ou um blogueiro de finanças pessoais que ensina como controlar os gastos.

Não raro, os empreendedores gostam de ver de perto o funcionamento de seus serviços para atestar seu bom funcionamento. Matt Montenegro chegou à entrevista com o Informátic@ reclamando das dores após uma aula à la Gangnam Style no fim de semana. Rodrigo Cartacho, da Sympla, plataforma on-line de eventos, ficou orgulhoso ao ver uma moça atestando que os R$ 2 a mais gastos no ingresso comprado na internet garantiram a entrada sem filas em uma casa de shows da Região Leste.


PEDACINHO DO SAN PEDRO VALLEY
Por enquanto, são 39 startups na comunidade, além de uma aceleradora, quatro incubadoras, seis coworkings e três investidores. Nove empresas fizeram um demo day (apresentação em forma de pitchs) especialmente para o Informátic@:


Beved
Matt Montenegro
É um organizador on-line para aulas presenciais. Segundo Matt Montenegro, uma pesquisa em Princeton (EUA) descobriu que só  10% de tudo o que se aprende vem da vida escolar. Cerca de 70% é memorizado por  experiências reais. Assim, o Beved tem como base aprender fazendo. Em seis semanas no ar, o site já tem 1,3 mil usuários. Para Montenegro, o principal desafio é quebrar o paradigma educacional: “Não é comum dar o poder de ensinar a qualquer pessoa, e todos nós temos algo de valor para repassar”.
beved.com.br

Crowdtest
Robert Pereira e Hugo Barros
Plataforma que dá dinheiro e prêmios a internautas que encontram problemas em aplicativos web, móveis e desktop. Utilizando do conceito crowd (multidão), a startup fornece sistemas para que as pessoas encontrem erros. Se os “crowdtests” encontram, ganham prêmios. Se não, não levam a nada. Qualquer pessoa pode ser um “crowdtest” e faturar, desde que encontre um bug inédito. Até o momento, são 3, 2 mil testadores.
crowdtest.me

Everwrite
Edmar Ferreira
Os sócios sempre trabalharam com mídia e detectaram problemas na geração do conteúdo on-line. Para eles, quem produz, normalmente, não sabe o que seus leitores querem ler. Os maiores grupos de mídia fazem pesquisas para se posicionar bem no mercado, mas e os blogueiros profissionais, que vivem disso? A  ferramenta traz um complemento ao trabalho deles, com orientações de temas ou palavras-chave do momento. Para validar, a equipe testou o EverWrite no site tutorial #Comofas. Nos primeiros oito meses de teste, as visualizações chegaram a 1 milhão.
everwrite.com

Hotmart
João Pedro Resende
E-commerce para conteúdos digitais.
Divide-se em produtos baixáveis (áudio, plugins) e acessados on-line (como área restrita de um site). Resolve o problema técnico, como o das pessoas que querem vender seus e-books (monitora a distribuição da obra), e o da demanda de clientes. Normalmente, a pessoa tem capacidade de criar o produto, mas não tem acesso à audiência. O cliente recebe um link para baixar o produto de forma automatizada e transparente. Atualmente tem 30 mil usuários.
hotmart.com.br

Sympla
Rodrigo Cartacho
Plataforma on-line de eventos. Atinge desde produtores de grandes eventos ao mineiro que quer fazer um churrasco. Gera receita ficando com 10% de cada ingresso vendido. Se o evento for gratuito, não há cobrança. Com nove meses de mercado, já fez 1, 1 mil eventos. Ao todo, 227 cidades compraram ingressos via Sympla. Em Belo Horizonte, atende a casa de shows Granfinos, realizou o TEDx e o Conexão Vivo. Testa um sistema para trocar catracas eletrônicas por sistemas mobile.
sympla.com.br

Tracksale
Tomás Duarte e Luiz Fernando Carvalho   
Ferramenta on-line de pós-vendas para empresas. Comum nos Estados Unidos, a ideia é obter informações para aumentar as vendas por meio de um formulário enviado aos clientes. Na rede encontram-se muitos comentários negativos das pessoas em relação aos serviços, enquanto os retornos positivos perdem espaço. O consumidor recebe cupons de desconto em novas compras, em troca de suas respostas.  Ainda não gera receita. O desafio é fechar contratos com grandes empresas de e-commerce, como a Americanas.
tracksale.co

Samba tech
Pedro Filizzola, gerente de comunicação da Samba Tech
É a mais conceituada startup do San Pedro Valley, reconhecida internacionalmente e vencedora de diversos prêmios. Começou em 2004 com Gustavo Caetano, como revendedora de games para celular, e hoje se tornou líder em soluções de vídeos on-line na América Latina. O serviço é uma alternativa para quem não pode utilizar o YouTube, seja para proteger o conteúdo por direitos autorais ou controlar o acesso interno. A Samba Tech cuida de ponta a ponta para que o vídeo seja entregue com qualidade, na internet. Entre os clientes estão o SBT e o Boticário.  
sambatech.com


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