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Estado de Minas

Museu das Telecomunicações vai passar por revitalização tecnológica

Mais do que um resultado da evolução do conhecimento, a tecnologia da informação é um poderoso ímã que envolve pessoas de todos os lugares e de todas as épocas


postado em 13/09/2012 09:51 / atualizado em 13/09/2012 12:25

Um hipermuseu. Calma, não é um elogio gastando o superlativo na sentença. O hiper se refere ao hipertexto, conceito de camadas de informações superpostas. Foi essa base que direcionou a criação do Museu das Telecomunicações, em Belo Horizonte. Inaugurado em 2007, o projeto do Oi Futuro foi um dos primeiros a apresentar ao público mineiro um espaço de integração entre história e a inovação tecnológica. Segundo Maria Arlete Gonçalves, diretora de Cultura do Oi Futuro, a ideia é que cada visitante personalize seu conteúdo. “O museu pode ser visto em cinco minutos ou cinco horas. A intenção é que a pessoa veja o que tem tempo para ver naquele momento e volte depois. É uma tendência do homem contemporâneo: a informação é tanta que ele deve decidir entre os conteúdos”, explica.

Assim que o visitante entra no universo do museu, recebe o pick up, espécie de chave ou controle remoto para abrir as janelas de informações de cada atração. Ele funciona com um sistema de raios infravermelho. Além disso, há o acesso por mouse. Passados cinco anos desde a abertura, o museu clama por novos aparelhos, que incluam telas sensíveis ao toque e comando de gestos. Maria Arlete garante que, em breve, será feita uma revitalização tecnológica das atrações.

Tablets darão lugar às placas informativas da coleção de telefonia pública, com vídeos e fotos da época. Uma mesa touchscreen apresentará, de forma interativa, dados da evolução da internet no Brasil e no mundo. A linha do tempo passará a ser digital e, por meio de um monitor, o visitante ativará por gestos a etapa das história das telecomunicações. Além disso, um painel interativo irá apresentar a trajetória da telefonia móvel: dos telefones de guerra, do início do século 20, até o iPhone.

Tudo ao mesmo tempo A diretora acredita que, no caso desses espaços culturais, o meio de comunicação é também a mensagem. “A maneira como a pessoa interage com a obra conta também uma história”, explica. Ela ressalva que, já na época da concepção do museu, a exposição foi pensada como “de longa duração” e não “permanente”. “Não é um museu de telefone como havia antigamente. Antes o aparelho transportava só voz, hoje ele filma, fotografa e se conecta à internet. O objetivo é mostrar a história da comunicação humana, em que ocorrem as maiores mudanças”, afirma. Gonçalves acredita que a tecnologia da informação e da cultura serve para aproximar o homem do seu semelhante, que ela permite ir além do objeto, mas não o substitui. “O visitante não é do século passado. É uma maneira de revolução: quanto mais você interage, maior o conteúdo”, destaca.

 Wagner Tameirão, gerente do Memorial Minas Gerais – Vale, também ressalta a importância da inovação para aumentar o contato com o público. Ele justifica que a tecnologia, por si só, não agrega, mas com conteúdo, torna-se ferramenta importante de conhecimento. “Uma sala interativa desperta mais interesse do que outra só com exposição de peças”, explica.

Favor não tocar? Nada de fita amarela com frases imperativas mandando o visitante ficar atrás e não tocar na obra. Os museus estão mudando para aproveitar todo o potencial de educação que têm. Saem do cenário de exposição e colecionismo, para alcançarem o patamar real da interação. Helena Mourão, diretora do Museu das Minas e do Metal (MMM), em Belo Horizonte, conta que a missão de atrair o público jovem foi cumprida. “Eles nos surpreendem. Nunca tinha tido experiência de crianças pedirem para voltar ao museu”, conta a diretora, lembrando de um garoto chamado Cadu. Ele chegou a ganhar um passaporte para entrar gratuitamente, depois de virar frequentador assíduo.

Coube ao designer Marcello Dantas traduzir o árido tema (minas e metais) para criar as atrações interativas. Dantas é reconhecido por diferentes trabalhos de cenografia de museus tecnológicos (veja quadro), mas diz que o trabalho representou um desafio. Para solucionar o problema, ele buscou personagens históricos, como Chica da Silva, e ilustrações lúdicas, a exemplo do homem de lata, o que tornou o espaço mais divertido. “A água, que é algo tão universal, a razão de tudo, também é um mineral. Se pegasse esse assunto, para valer, só ela já valeria um museu inteiro”, afirma Dantas sobre o desafio de retratar os minerais.

Para ele, o museu é uma experiência multidisciplinar interessante, que reúne em uma única vivência geologia, química e história. O designer acredita ser impossível pensar em uma sociedade que não tenha tecnologia hoje em dia. “Por que o museu tem que fugir disso? Ele é um templo para celebrar quem a gente é”, afirma. O designer lembra que seus projetos sempre têm humor, leveza e emoção. É o básico. Se não tiver, o esforço se perde. “O museu não pode ter nenhuma arrogância, tem que ser convidativo para que a criança se aproxime dele.”

 

Duas obras de Marcello Dantas

Museu da gente sergipana
» Aberto em 2011, é um espaço cultural voltado à interpretação da identidade do povo de Sergipe. Localizado no Centro Histórico de Aracaju, é um centro cultural dinâmico e em constante construção. Entre as atrações há o Seu Cordel, onde o visitante lê o texto escolhido como se estivesse em um karaokê, registrando a performance na internet. Personagens em projeção, como Lampião, contam a história local. E em túnel, é possível interagir com flora e fauna virtuais.
» Aberto de terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.
» Localização: Av. Ivo do Prado, nº 398, Centro, Aracaju (SE).
(79) 3218-1551
» museudagentesergipana.com.br


Museu da Língua Portuguesa
» Localizado na Estação da Luz, em São Paulo (SP), foi inaugurado em 2006. Dedica-se à valorização do idioma, apresentando o conteúdo de forma interativa. Abriga projeções simultâneas de filmes que mostram a língua portuguesa no cotidiano, totens dedicados às influências dos povos na formação do idioma, linha do tempo com recursos tecnológicos, sala com jogo etimológico, além de outras atrações. Aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada: R$ 6 (inteira)
» (11) 3326-0775
» museulinguaportuguesa.org.br

Loucos por Apps
Descubra os aplicativos que podem ajudar você a descobrir os museus e espaços culturais de outras cidades

Arte fora do museu
» O aplicativo faz parte do projeto de mesmo nome que pretende mapear as obras de arte que estão nas ruas de São Paulo (SP). Paredes, prédios e até canais de esgoto escondem trabalhos pouco reconhecidos no dia a dia. O programa oferece uma sinopse de cada obra, além de um comentário de um especialista. É possível navegar por meio de mapas, fotos ou roteiros preestabelecidos, escolhendo entre arquitetura, escultura, grafite e mural. Disponível, gratuitamente, para plataformas iOS.
» https://migre.me/aELAV

Museus da América
» Espécie de guia para os museus da América. Oferece um catálogo de museus de sete países: Canadá, Estados Unidos, México, Argentina, Brasil, Colômbia e Peru. Os brasileiros se restringem a três espaços culturais de São Paulo. Há descrição das obras e permite o zoom nas imagens. Faz falta um recurso de geolocalização. Gratuito. Disponível para plataformas Android.
» https://migre.me/aEMcT

Visite

Museu das Telecomunicações
» Aberto de terça-feira a domingo, das 11h às 17h. Entrada franca.
Localização: Av. Afonso Pena, nº 4.001, térreo, Mangabeiras.
» (31) 3229-3131
» https://bit.ly/SxBXro


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