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Estado de Minas

Drogas da obediência são vendidas pela internet e usadas até para emagrecer


postado em 04/07/2012 07:42 / atualizado em 04/07/2012 11:30

Há grupos que têm usado e abusado das “drogas da obediência” sem nenhum pudor. Basta entrar na internet, para encontrar inúmeros sites vendendo Ritalina e Concerta, tendo como alvo jovens e adultos que querem se dar bem em provas de concursos, da faculdade e até emagrecer. Eles encontraram nas redes sociais, como o Orkut, comunidades que lhe incentivam. Internautas oferecem as pílulas e contam suas experiências com os comprimidos na hora das provas. “Fiz o concurso e me dei bem. Ninguém nem desconfia que você está dopado. Pode ir sem medo”, aconselha um dos internautas, da comunidade “Amigos da Ritalina”, com 3 mil usuários.

“Uso quando preciso estudar . Se antes gastava um dia para rever todo o conteúdo, com a medicação, em poucas horas dou conta de todo o recado”, conta M.C.S, de 26 anos, que diz comprar a droga com um colega de cursinho em Belo Horizonte. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) repudia o uso indiscriminado e informa que a fiscalização é feita pelas vigilâncias sanitárias de cada município. Na capital mineira, o medicamento já está em falta em algumas farmácias, mas há quem diga que ele é vendido por terceiros e sem receitas. Mesmo assim, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou fazer a fiscalização nos estabelecimentos e não ter tido, até o momento, nenhuma denúncia sobre o abuso.

Palavra de especialista - Wagner de Oliveira, pediatra
Falta diálogo entre pais e filhos


“Quando trabalhava no ambulatório do Hospital Militar de Belo Horizonte, as professores e psicólogos rotulavam muitas crianças com TDAH excessivamente. Às vezes, só porque o menino apresentava um quadro de agitação, os educadores já tinham um diagnóstico pré-estabelecido. Os pequenos chegavam para ser atendidos já diagnosticados. E os pais queriam a solução. Quase sempre há uma falta de diálogo com as crianças. Às vezes, os pais nem levam seus filhos aos pediatras, quem faz isso são as babás. Aí fica difícil nessa consulta fazer o diagnóstico de hiperatividade. Não acho que o TDAH seja uma doença comum, estão supervalorizando o problema.”

>> OS EFEITOS DO ERRO

> Os medicamentos não vão aumentar a capacidade de armazenamento de informações – eles atuam com um prazo de duração no cérebro.

> O uso sem necessidade pode causar efeitos colaterais como taquicardia, dores no peito, depressão e até perda de libido.

> Há risco de dependência psíquica e química, já que depois de algum tempo de uso, o indivíduo precisará de doses maiores para obter o efeito desejado.
> Os estimulantes são para pacientes cujos quadros clínicos apontam a carência de dopamina e noradrenalina (responsáveis pela sensação de bem-estar) no cérebro. Quem não sofre da falta desses neurotransmissores, o uso do remédio pode levar ao seu excesso. O cérebro criará estratégias de defesa para regular essa quantidade, o que pode resultar em dependência.


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