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Estado de Minas

Morte anunciada

Equipamentos feitos para durar pouco tempo e incentivo à constante troca por produtos atualizados são responsáveis, cada vez mais, pelo acúmulo do lixo eletrônico no planeta


postado em 09/02/2012 11:01 / atualizado em 09/02/2012 11:53

Você sabe por que os aparelhos eletrônicos estragam com tanta frequência, sendo que muitas vezes o preço de um conserto é praticamente o mesmo de um novo? Ou por que as atualizações de produtos e softwares são feitas com tanta frequência? Consegue entender a razão de tantos lançamentos em prazos tão curtos de tempo e por que, com tanta tecnologia disponível, não se consegue fabricar equipamentos ou componentes mais resistentes?

A resposta é simples: porque não interessa à indústria produzir bens que sejam realmente duráveis. Afinal, quanto mais for a necessidade de trocas, maior será a possibilidade de consumo. Ou seja, mais vendas, mais receitas, mais lucro. Isso é o que se chama de obsolescência programada, algo que a gente sabe que existe, que a indústria não admite abertamente e que ajuda em muito a girar a economia. Só que a um custo que vem ficando cada vez mais pesado para a sustentabilidade do planeta, uma vez que montanhas de lixo eletrônico são produzidas por tais práticas.

Tudo pelo consumo
“Os equipamentos de hoje têm muita tecnologia e pouca durabilidade”, atesta o técnico em eletrônica Marco Aurélio Pinto de Faria, que conserta equipamentos há 16 anos. Exemplificando, ele informa que a vida útil de uma TV fabricada nas décadas de 1980 e 1990 era de 20 a 30 anos. “Hoje, em média, é de cinco.” Para Roberto Francisco de Souza, vice-presidente de Sustentabilidade da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu-MG), atualmente os produtos podem ser fabricados com o tempo de validade que se quiser. “Na China, um desenvolvedor, ao encomendar algo ao fabricante, pode escolher o nível de qualidade que deseja. Assim, é possível fazer aparelhos similares que podem durar mais ou menos tempo, de acordo com a qualidade e durabilidade dos componentes escolhidos”, informa.

Essa prática teve início nos anos de 1920, quando um cartel definiu que as lâmpadas iriam ter duração máxima de 1.000 horas, de modo que as empresas pudessem controlar a produção e o consumo, como ocorre até hoje. O assunto já mereceu destaque até em documentário da cineasta espanhola Cosima Dannoritzer, tentando mostrar o lado sombrio de tais ações. E o Informátic@ mostra nesta edição como professores, técnicos e executivos enxergam o tema.


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