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Estado de Minas

Facebook e Skype permitem comunicação sem limites

Sem gastar nada, você pode matar saudades, estudar e até resolver problemas pela tela


postado em 06/10/2011 11:08 / atualizado em 06/10/2011 12:40

Se você mantém contato com alguém que foi morar no exterior, provavelmente já ouviu falar no Skype, programa gratuito lançado em 2003. Hoje de propriedade da Microsoft, é o mais conhecido software que permite comunicação por voz e vídeo via internet (VoIP). Junto a ele, vantagens – como a economia – foram surgindo com o correr dos anos para facilitar a vida de usuários domésticos e empresariais.

O programa multiplataforma (roda em sistemas operacionais Windows, Mac, Linux, nos celulares com Android, no iPhone e no tablet iPad) foi se modificando e, em julho, ganhou integração – com alardes de a grande novidade do ano – ao Facebook, a rede social queridinha dos brasileiros, que bomba no segmento mesmo com as investidas do Google Plus. Estava assinada a grande guinada – de volta – do Skype.

Altos e baixos, vendas e revendas... A vida do comunicador não estava fácil. Desde que surgiu, a Skype Technologies passou pela mão de outras empresas (como o eBay), registrou déficit, mas voltou a se movimentar em maio, quando a Microsoft pagou 8,5 bilhões de dólares para ter o comando da companhia. O valor foi bem maior do que o avaliado para a época (US$ 2,5 bilhões), o que surpreendeu o mercado. A ideia da dona do Windows, entre outras coisas, era reconquistar terreno perdido para o Google. Isso porque, mesmo deficitária, a Skype cresce entre as pequenas empresas e registra mensalmente uma cartela de 145 milhões de usuários.

No alvo
Se a mudança para a Microsoft Skype Division foi positiva, a união com o Facebook foi certeira. Mesmo com a tentativa do Google Plus – a outra rede social do Google, além do Orkut – de ultrapassá-lo, o site de Mark Zuckerberg é que comanda: são 30,9 milhões de brasileiros no Face, contra 29 milhões no Orkut, segundo dados divulgados em agosto pelo Ibope. Assim, não se sabe quem trouxe mais prestígio a quem. O Facebook ganha com a qualidade de vídeo e o Skype ganha penetração na rede social mais usada no Brasil.

A integração, que permite realizar chamadas para os contatos da rede, não é coisa nova, já que o próprio Google, com seu Gmail, já exercia função semelhante. Mas serviço de vídeo e voz com a qualidade do Skype ninguém tinha. Novidade mesmo da quinta edição do Skype lançada em julho, então, é a possibilidade de comunicação em grupo. Assim, por vídeo e voz, várias pessoas podem se comunicar entre si.

“O Facebook se torna, aos poucos, uma rede social egoísta”, afirma Franciele Parreiras, estudante de enfermagem. Para ela, aos poucos as pessoas estão deixando outras ferramentas para usar somente o Facebook. “No Face estão os amigos, as fotos, o chat e, agora, a possibilidade de fazer as chamadas por vídeo. Tudo isso facilita”, diz. Segundo ela, o MSN Messenger, tão utilizado em outras épocas, agora vai perdendo lugar na preferência. “Sempre usei o MSN para conversar com minhas amigas. Agora uso menos. Às vezes até esqueço de abri-lo”, revela.

Saiba mais - O software da Economia
A Skype Technologies, da Microsoft Skype Division, é o nome da mais famosa empresa de comunicação gratuita por voz e vídeo via internet (VoIP), em computadores, smartphones e tablets. Criado em 2003, disponível em 27 idiomas, o software permite que se façam ligações gratuitas entre computadores (pela web) ou entre celulares (desde que exista alguma rede Wi-fi disponível). A comunicação entre um Skype e um telefone fixo também é possível, desde que se comprem créditos pré-pagos, vendidos pela empresa.


Depois que aprendeu a usar a ferramenta, Leda Goncalves Zenóbio conversa quase(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Depois que aprendeu a usar a ferramenta, Leda Goncalves Zenóbio conversa quase (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Negócio (e conversas) da China
Dona Leda Goncalves Zenóbio, de 73 anos, nunca tinha se atrevido a usar um computador na vida, até que a necessidade bateu à porta. “Não sabia nada. Comprei um computador, meti a cara, fui mexendo, tentando... sofri, mas aprendi, sozinha, a usar o Skype”, conta, orgulhosa. Em seguida, veio a câmera, o microfone e o aprendizado para usar e-mails. O motivo? A filha que mora bem longe, na China. Amor de mãe justifica o sacrifício.

“Por telefone seria muito caro me comunicar com ela. Pelo Skype dá para vê-la perfeitamente, sabe? É bem diferente. Ela me mostra coisas bonitas da China, novidades, me conta das caminhadas, das amigas de lá. Ela pega a câmera e me mostra coisas do tipo se o tempo está nublado ou com sol. Isso tudo me faz sentir-me mais próxima dela.” A filha, a jornalista Andréa Zenóbio Gunneng, mora do outro lado do mundo, onde trabalha como editora de um site especializado em sustentabilidade e mudanças climáticas.

Hoje o contato entre elas é mais fácil, mas nem sempre foi assim. De saída do Brasil em 2003, com destino à Universidade de Oxford, na Inglaterra, Andréa relembra que o telefone era a única forma de comunicação com os pais, em Belo Horizonte. O preço limitava a frequência e eles conversavam sempre de forma muito rápida. No ano seguinte, já morando na Noruega, um primo a apresentou a uma ferramenta ainda desconhecida no Brasil, mas já popular na Europa: era o Skype, que mudou tudo. A relação com amigos mineiros se ampliou –“Normalmente eu combinava com uma amiga de tomarmos um vinho juntas, ela em BH e eu em Oslo” –, como também com a família, que por sinal demorou um pouco mais a se tornar comum, uma vez que os pais tinham dificuldade para utilizar o sistema, problema que não existe mais.

Fim do sofrimento
Ouvir e ver a filha com frequência só fez bem à família. Segundo Andréa, os pais deixaram de sofrer tanto com as saudades ao poderem conferir como a filha estava bem. Por morar tão distante (está há um ano na China com o marido), Andréa adota algumas técnicas para manter contato com os pais. A diferença de fuso horário, de 11 horas, faz com que eles conversem sempre pela manhã ou à noite. Quando não estão on-line, Andréa utiliza os créditos comprados do Skype para ligar para o telefone fixo da família. “Essa é uma estratégia perfeita para quem tem uma diferença de horas tão grande. E a tarifa (do Skype) que eu pago é um milésimo do que gastaria se ligasse de um telefone normal”, afirma.

... diariamente com a filha Andréa Zenóbio Gunneng, que mora do outro lado do mundo(foto: Andréa Zenóbio Gunneng/Arquivo Pessoal)
... diariamente com a filha Andréa Zenóbio Gunneng, que mora do outro lado do mundo (foto: Andréa Zenóbio Gunneng/Arquivo Pessoal)
Skype pago

O Skype é gratuito para uso de computador para computador. Ou seja, se você quer conversar com outra pessoa, em qualquer lugar do mundo, por voz e vídeo, não é necessário desembolsar nada (além, claro, de uma conexão de internet). Porém, o programa também vende créditos para um uso diferenciado. Como funciona? O Skype instalado em um computador pode originar chamadas para um telefone fixo ou celular. Para isso, é necessário comprar os créditos vendidos pela empresa. Smartphones com Android e iPhones já têm aplicativos gratuitos do Skype. Por eles, o usuário pode fazer ligações telefônicas para computadores ou outros telefones, tudo por meio da rede wireless ou do 3G do aparelho. Importante: o Skype, por não ser um telefone fixo ou celular, não faz ligações de emergência, como para a  Polícia (190).

Dados em voz
VoIP (voice over internet protocol) é a tecnologia que permite a transmissão de voz e dados por meio da mesma rede IP (protocolo de internet). O IP funciona como o RG de um computador em uma rede web, ou seja, um conjunto exclusivo de números que especifica um computador na rede. Pelo VoIP, a voz é digitalizada em pacotes de dados, trafega pela rede IP e, ao chegar ao destino, é convertida novamente em voz. Com o VoIP, uma pessoa pode levar um aparelho telefônico para uma viagem e conectá-lo à internet, de forma a receber ligações sem utilização da rede telefônica.

O que os olhos veem, o coração sente
Para Éricka Otero, de 47 anos, o Skype também foi essencial. Durante os 16 anos que trabalhou como técnica de enfermagem em um hospital do estado de Conneticut, nos Estados Unidos, a distância e a dificuldade de comunicação com a família, em Nova Lima, sempre incomodou. O Skype surgiu e facilitou tudo. “O que seria de mim se não fosse ele?”, resume. “A gente mora longe da família, passa discriminação fora do país, é uma caminhada difícil. Em muitos momentos, só a voz não é suficiente. Você quer ter aquele contato do olhar, quer ver a pessoa e a linguagem corporal”, assegura.

No Brasil há três meses, para cuidar da mãe, Éricka conta que ainda utiliza Skype para se comunicar com os amigos e o marido, que continua trabalhando nos Estados Unidos. Nos anos que o utilizou, desde o lançamento, ela conta das diferenças entre o programa usado lá fora e aqui no Brasil. “A conexão lá é muito melhor. É nítido, ele funciona perfeitamente. Aqui, talvez por causa das muitas montanhas de Nova Lima, a conexão falha muito”, afirma. (Colaborou Anderson Rocha)


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