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Estado de Minas ESTUDOS ESPACIAIS NO BRASIL

São José dos Campos (SP) sedia em 2013 o programa itinerante da Universidade Internacional do Espaço

Curso é aberto a qualquer cidadão que tenha formação universitária e fluência em inglês


postado em 30/05/2011 10:36

O foco do Departamento de Ciências da Vida é a medicina espacial, que avalia o funcionamento do corpo no ambiente de microgravidade. Em política e lei, o conteúdo é voltado para a legislação que envolve a área espacial, tratados internacionais, frequência e banda de satélites. Já o Departamento de Ciências Físicas transita pela astrofísica. Em aplicações de satélites, como o nome bem diz, serão debatidos os benefícios do uso das imagens de satélite, como a identificação de áreas de desmatamento, previsão do tempo e o acompanhamento, por exemplo, do crescimento de uma cidade. Não, isso não integra a grade curricular de formação de astronautas em missões espaciais. É um curso aberto a qualquer cidadão brasileiro que tenha formação universitária e fluência em inglês (idioma do curso).

É que o Brasil foi escolhido para receber a 13ª edição do Programa de Estudos Espaciais (Space Studies Program - SSP13), programa de treinamento itinerante da Universidade Internacional do Espaço (International Space University - ISU), sediada na cidade francesa de Estrasburgo. O responsável por trazer o programa para o país em 2013 é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Todo ano, 120 alunos de diversas regiões do mundo e de várias áreas do conhecimento participam do programa: advogados, médicos, administradores, jornalistas, químicos, engenheiros, arquitetos, físicos. Isso assegura um importante princípio seguido pela ISU, que é a criação de um ambiente denominado 3 Is, Internacional, Intercultural e Interdisciplinar", explica Yukio Ueta, assessor técnico do Inpe que chefia o comitê local para organização do evento.

Segundo ele, o objetivo do programa é proporcionar uma visão completa da área espacial. "O curso foi uma oportunidade que tive para conhecer diferentes áreas que demoraria muito para ter acesso, mesmo trabalhando no instituto. Inclusive a parte de missões tripuladas, que não existe aqui no Brasil", conta Ueta, que participou do SSP em 2007.

Na primeira fase do programa, todos os alunos estudam juntos. No fim de um mês é aplicada uma avaliação. Quem se der bem segue para a fase seguinte, quando o participante opta por uma das sete áreas disponíveis. "Quando participei, optei pelo Departamento de Aplicação de Satélites. Era um grupo de 30 pessoas tendo aulas em conjunto. Desenvolvi um projeto em que as imagens de satélite eram usadas na indústria pesqueira", conta Ueta.

Quem for aprovado na seleção, feita por um comitê da ISU, deve estar preparado paras nove semanas de estudo pesado. Além das aulas durante a manhã e tarde, que às vezes são intercaladas por visitas, as noites são reservadas para atividades e workshops. E nem todos os fins de semana são livres. O Programa de Estudos Espaciais é um curso de capacitação, mas não é válido como pós-graduação. O investimento não é barato: cerca de 18 mil euros por pessoa, que compreende alojamento, alimentação, material e as passagens aéreas. Em meados do curso, ocorre o fim de semana dos ex-alunos, quando cerca de 100 pessoas de várias partes do mundo se reúnem, falam de suas experiências e o que estão fazendo.

Comunidade


O assessor técnico do Inpe destaca a importância de o Brasil receber renomados profissionais da área espacial. "Se fizermos um bom trabalho, o país vai entrar no mapa dos estudos espaciais", avalia Yukio Ueta. A comunidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde está a sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, terá a oportunidade de participar de mesas-redondas, inclusive a que reúne astronautas.O público ainda poderá assistir a uma competição de robótica, uma corrida de carros desenvolvidos pelo departamento de engenharia e a competição de foguetes, em que um pequeno foguete é projetado para alcançar médias altitudes com um ovo ou uma taça de champanhe na ponta, que devem voltar intactos para o solo.

O Inpe vai contribuir com sua estrutura física, cedendo espaço para montar a sala dos professores, biblioteca, auditório. "Mas vamos tentar melhorar nossa estrutura para receber o curso, como providenciar apoio para o uso de computadores portáteis nas cadeiras do auditório", conta Ueta. Até hoje, cerca de 30 brasileiros já participaram de cursos da ISU, a maioria sobre estudos espaciais. Este ano, o SSP será na Áustria, e em 2012, nos Estados Unidos.

O Inpe


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou suas atividade em 1961. João Braga, vice-diretor do instituto, conta que além da previsão do tempo, serviço pelo qual é mais conhecido, o órgão trabalha em outras áreas. Suas imagens de satélite ajudam no controle ambiental brasileiro e, na área da engenharia espacial, há um trabalho de construção de satélites. O desafio é o lançamento de um satélite por ano até 2020, gerando imagens para monitorar regiões como a Amazônia, fiscalizar a ocupação e uso do solo, auxiliar no planejamento urbano e a confecção de mapas. Alguns satélites serão usados para experiências científicas e estudos astronômicos. Outros vão captar informações de diversas plataformas terrestres espalhadas pelo Brasil, coletando dados como umidade, temperatura, ventos e chuvas.
No fim do ano passado, o Inpe comprou um supercomputador, batizado Tupã, com velocidade de 258 teraflops, capaz de fazer 258 trilhões de cálculos por segundo, voltado para a previsão do tempo. É o 29° computador mais rápido do mundo e o terceiro entre os dedicados à previsão do tempo. Na prática, isso se traduz em imagens com melhor resolução e maior índice de acerto nas previsões. Com essa nova máquina, que permite projetar um cenário futuro de 100 anos, o Inpe passou a atuar em um novo campo. O recém-criado Centro de Ciência do Sistema Terrestre tem como objetivo atenuar o impacto ambiental gerado pelas mudanças climáticas. Para isso, esse centro conta com profissionais de diversas áreas, como sociologia e economia. O supercomputador custou R$ 45 milhões, sendo que R$ 15 milhões foram custeados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e R$ 30 milhões pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.

Space Studies Program (SSP13)


Quando:
17 de junho a 17 de agosto de 2013
Onde:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em São José dos Campos
Investimento: 18 mil euros
Pré-requisitos:
formação universitária em qualquer área e fluência na língua inglesa
Informações e inscrições: www.isunet.edu


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