“O mercado ainda não acompanhou essa tendência. Hoje, há programas de desenvolvimento simultâneo para todas as plataformas existentes. Mas os clientes ainda preferem se concentrar em aplicativos para iPhone e iPad”, destaca Antônio Carlos Soares, diretor executivo da Aorta, agência que trabalha com ferramenta única desenvolvida para conceber aplicações para iOs (o sistema da Apple para iPhone e iPad), Simbian e Blackberry. “Para falar a verdade, só não conseguimos integrar ainda, nesta plataforma, o Windows Phone”, diz. Isso não significa que Soares não aposte no sistema da Microsoft: “Eles têm feito recorrentes esforços de aproximação com a comunidade de desenvolvedores e isso vai ser muito positivo no futuro, sem dúvida”.
Para o consultor de tecnologia Erik de Britto e Silva, a Microsoft tem evoluído os sistemas para aparelhos móveis, mas não tem sido nem a mais inovadora e nem o caso de sucesso que sacode o mercado. “Nota-se muito marketing, mas há um marasmo traduzido por poucos aplicativos disponíveis e poucas vendas, o que é uma indicação de haver alto custo de desenvolvimento dos aplicativos para os telefones com software Microsoft ou então uma grande dificuldade de desenvolvimento”, avalia.
A vantagem diante da Apple? A variedade de fabricantes. Nesse ponto, contudo, a concorrência esbarra no Android, sistema disponível em aparelhos da LG, da Samsung, e da Motorola, para citar alguns. Relatório da empresa alemã Research2guidance mostrou, esta semana, que apesar de demorar a engatar, o Android Maket cresce de forma acelerada e vai em breve ultrapassar a App Store. Para comparar, 28 mil novos apps Android foram carregados na loja em abril – na App Store, foram 11 mil. A previsão é de que o Android Marketplace supere a App Store em agosto, com 425 mil apps.
O espírito de software livre dita as regras. Para quem não sabe, o Android é baseado em Linux e todo o marketing é construído sobre a ideia de que a liberdade de desenvolvimento é norteadora. Ele conta que comprou o aparelho com a versão 2.1 e, se quiser, pode instalar partições não oficiais ou otimizadas de outras versões, inclusive as que não foram liberadas para esse aparelho, como a 2.3 (Gingerbread). Mas há ponderações: “O único ponto fraco é a instabilidade. O sistema trava frequentemente e às vezes resolver um problema pequeno pode dar bastante trabalho – como eu estou tendo agora para solucionar uma bobagem gigante que fiz no telefone. Mas isso é uma questão de conhecer o aparelho e o sistema, que ajuda bastante a ter um bom relacionamento com ele”.