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Estado de Minas ÓPIO DIGITAL

Comentários positivos nas redes sociais aumentam substância do prazer no organismo


postado em 19/05/2011 11:59 / atualizado em 19/05/2011 19:11

"A virtude da rede é encurtar os espaços e agilizar os tempos. Mas o que fazemos com essas novas noções de tempo e espaço? Isso é tudo muito novo." Júlia Ramalho Pinto, psicóloga (foto: Fotos: Renato weil/EM/D. A Press)
Você sabia que as redes sociais afetam o cérebro do internauta do mesmo jeito que a paixão? É o que revelou trabalho do pesquisador Paul J. Zak, professor da Claremont Graduate University (EUA), segundo o qual uma simples troca de informações na rede pode aumentar os índices de oxitocina no organismo. A substância é mais conhecida como “hormônio do amor”. Coincidentemente, em pesquisa do Ibope, a afirmação “fico feliz quando meus amigos curtem ou fazem comentários sobre algo que publico” teve 69% de aprovação.

“O estudo do professor Paul J. Zak ressalta que uma simples troca de tweets ou um amigo que curte nosso status no Facebook podem realmente aumentar nossos níveis de oxitocina, fato que estimula sentimentos como autoconfiança, paixão e é capaz de, até mesmo, diminuir o estresse”, informa o psicólogo clínico Douglas Amorim. É prazeroso se comunicar com pessoas, trocar experiências, falar com gente que mora tão longe com apenas um clique e a baixo custo, diz Amorim. No entanto, “apesar de interessantes, as redes sociais, quando mal usadas, podem ser alienantes e adoecedoras. Falemos, por exemplo, da tecnofilia, que é o vício em tecnologia e no uso desmedido dela. A pessoa não sabe medir o quão perigosa ela pode ser”, explica. Para ele, não é raro ver adolescentes que passam horas do dia trancados no quarto em vez de encontrar os amigos, passear em lugares interessantes, ter relações reais.

De acordo com o psicólogo, o mundo virtual, sozinho no quarto ou na sala, não consegue substituir o contato físico, o olho no olho, a expressão de sentimentos e emoções. Hoje, as pessoas discutem relacionamentos afetivos pelo MSN. “Quase sempre dá errado, porque, obviamente, a comunicação fica truncada. As redes sociais trazem prazer, nos divertem, permitem uma nova forma de contato. Mas lembremos que coisas que dão prazer e que causam vício podem ser destrutivas, da mesma forma que o uso de drogas, de álcool, comida em excesso, compras em excesso”, exemplifica. Segundo ele, não se justifica usar e abusar de alguma coisa só pelo prazer. “É importante que pensemos na situação do perigo do vício para que surfemos nas ondas das redes sociais sem nos afogarmos nelas, sem nos sentir despidos por não estarmos conectados todo o tempo.”

Personalidades fragilizadas
Apesar de alguns estudos apontarem a internet como responsável por problemas como depressão, a psicóloga Júlia Ramalho Pinto salienta que, da mesma forma como shoppings não causam necessariamente uma febre de consumo e o trabalho não faz das pessoas workaholics, a rede, por si, não provoca males. Também diretora do grupo Estação do Saber (que tem como foco a educação e a formação cultural para o desenvolvimento de pessoas), quando falamos de internet e depressão, nos referimos a pessoas que já apresentam estruturas de personalidade fragilizadas. “A depressão pode ser desencadeada ou agravada pela internet, mas não causada por ela. A rede pode produzir um excesso de informação, uma superdivulgação de ideal de sucesso etc., gerando uma cadeia de necessidades que vão sendo impostas a nós. Somos convidados a ter cada vez mais amigos, estar cada vez mais informados, mais magros e sarados, lindos e poderosos”, diz.

"As redes sociais trazem prazer, nos divertem, permitem uma nova forma de contato. Mas lembremos que coisas que dão prazer e que causam vício podem ser destrutivas." Douglas Amorim, psicólogo
Segundo ela, é nesta idealização do que devemos ser e neste excesso de coisas que devemos consumir que a depressão encontra terreno para se manifestar. A internet funciona apenas como um catalisador. “O que nos salva é saber do desejo, do que nos conecta, em vez de simplesmente perseguir ideais impostos. E isso serve para lidarmos com o mundo real e o virtual.”

Júlia afirma que a internet é apenas uma ferramenta: não é ela que define o que é bom ou ruim para cada um de nós. Ou que torna uma pessoa vulnerável à sedução de perversos, embora possa potencializar as possibilidades destas ações. “A virtude da rede é encurtar os espaços e agilizar os tempos. Mas o que fazemos com essas novas noções de tempo e espaço? Isso é tudo muito novo”, avalia. E pergunta: “Será que temos de viver uma vida cada vez mais ligada?”. Para ela, receber informações sobre uma manifestação política contra um governo ditatorial pode ser uma oportunidade para todos se organizarem e agirem. “Mas será que receber informações e imagens de um assassino agindo numa escola também é bom?”

Se a internet nos oferece mais oportunidades, não significa que temos de estar conectados a tudo e o tempo todo – cabe a nós saber o que nos move. Se muitos são engolidos pela ditadura do consumo, é claro que podem ser engolidos pela ditadura da informação e das relações digitais nas redes sociais. “Mas, podemos, de uma forma mais saudável, saber escolher a que vamos nos conectar. Mais do que conselhos óbvios a respeito de como manter a cautela sobre o excesso de horas na internet e a necessidade de convívio na vida real, seria distinguir o estar ligado o tempo todo do estar conectado. Você está conectado? A quê? O que move você? Talvez estas perguntas nos ajudem mais do que conselhos”, recomenda.

Por que acessar as redes
73% Trocar mensagens com amigos
51% Diversão
37% Informar-se
34% Ver fotos e textos de amigos
22% Jogar
16% Motivos profissionais

>> Para 60% dos usuários, as redes sociais fornecem toda informação necessária para atualização e, para 45%, elas substituem as informações dos portais de notícias

Loucos por tecnologia
Significa proximidade com o que é tecnológico. Em outros termos é o ser humano que não pode ver um equipamento de última geração que ele já acredita que precisa daquilo, ou seja, é o tipo de pessoa que não pode ver um lançamento que já vai atrás. Ele vive conectado, está sempre antenado nas inovações e vive comprando tudo o que for diferente.


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