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Estado de Minas

Diagnóstico da fibromialgia ainda é considerado complexo

Mulheres são as principais afetadas


postado em 08/05/2011 11:16

A reclamação surge, mas não se sabe a origem da dor. Os músculos, os ossos, tendões e nervos doem. É uma dor difusa, que se espalha por todo o corpo com sensações de cãibra, dormência e formigamento. Alterações no sono e humor, cansaço, fadiga matinal, depressão e nervosismo são os principais sintomas. Não há uma causa específica, não existe um exame que garanta diagnóstico. Enfim, são multifatores: essa é a fibromialgia, uma doença crônica, que não tem cura, mas pode ser controlada.

Na próxima quinta-feira é o Dia Mundial da Fibromialgia. "A importância dessa data é justamente chamar a atenção da sociedade sobre a doença, que é muito frequente. Apesar de não ser grave, gera um transtorno grande para o paciente e sua família, que adoece junto", explica o presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Rafael de Oliveira Fraga.

Ela acomete, em sua maioria, o sexo feminino, o correspondente a nove mulheres para cada homem, afetando normalmente pessoas dos 30 aos 50 anos, mas a incidência pode ocorrer antes ou depois dessa idade, inclusive em crianças. A predisposição genética é possível, mas nem todas as pessoas que têm pais ou avós doentes necessariamente terão a doença.

Geralmente, o perfil de predisposição para a doença inclui pessoas muito organizadas, extremamente perfeccionistas e que não conseguem dizer não para os outros. "São pacientes muito competentes, sobrecarregados, que assumem problemas e compromissos que não são deles e fazem muitas coisas ao mesmo tempo", explica o reumatologista.

O principal medo dos pacientes diagnosticados com fibromialgia são as doenças mais graves, como câncer, osteoporose ou deformidades. Até a década de 1990 a fibromialgia não era diagnosticada, por não haver inflamações, e os pacientes tomavam medicamentos que não surtiam efeito. "Eles não compreendiam a síndrome e muitas vezes tinham dores em caráter acentuado."

Até hoje não existe exame capaz de detectar a fibromialgia. A avaliação é clínica, a partir dos sintomas. Porém, exames são realizados para descartar a possibilidade de diagnóstico de outras doenças. "O mais importante é o médico conversar e orientar esse paciente, pois 70% dos diagnósticos de fibromialgia são feitos pelos especialistas, já que não existe um exame específico", comenta Rafael.

Apesar de não existir cura, os pacientes podem viver bem com a doença. A qualidade de vida, alterada com as sensações de dores por todo o corpo, pode melhorar com hábitos saudáveis. Segundo o médico, o tratamento não pode ser realizado apenas pelo reumatologista. "Envolve o médico, o fisioterapeuta, o psicólogo. Não é só tomar o remédio, é preciso mudar o comportamento de vida. Quanto mais tempo o paciente demora para iniciar o tratamento adequado, pior é a resposta."

Para melhorar o humor, o sono e consequentemente diminuir a dor, a orientação do médico é que os músculos sedentários precisam de atividade física, como natação e caminhada. A terapia também é importante, porque cria uma barreira entre o paciente e os problemas. Ele fica mais equilibrado e aprende técnicas de autocontrole e relaxamento, além do uso de analgésicos convencionais e antidepressivos tricíclicos. Atividades como fisioterapia, reeducação postural global (RPG) e Pilates, em conjunto, também desencadeiam resultados positivos.

Números
70% dos casos de fibromialgia são diagnosticados pelo médico, já que não existem exames específicos.

Nove mulheres para cada homem são acometidas pela doença.

Definição
As dores são difusas, atingindo todo o corpo, os músculos, tendões, ossos e nervos. Os pacientes podem sentir cãibras, dormência e formigamento. Alteram o sono, o humor e acarretam cansaço, fadiga matinal, depressão e nervosismo.

Faixa etária
Geralmente, a doença afeta pessoas entre 30 e 50 anos, mas isso não é uma regra, podendo atingir inclusive crianças.

Prevenção
Não há como prevenir a fibromialgia, porém, hábitos de vida saudáveis, como praticar exercício físico regularmente e ter uma vida mais tranquila, sem muita sobrecarga de trabalho e compromissos, ajuda a evitar o problema.

Tratamento
O tratamento envolve médicos, fisioterapeutas e psicólogos e é feito à base de analgésicos convencionais, antidepressivos tricíclicos e atividades físicas, como natação, caminhada, reeducação postural, pilates, entre outros, existindo uma mudança nos hábitos do paciente.

Perfil dos pacientes
São pessoas muito organizadas
Extremamente perfeccionistas
Não conseguem dizer não aos outros
São pacientes muito competentes e sobrecarregados
Assumem problemas e compromissos que não são deles
Realizam muitas atividades ao mesmo tempo

 

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