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Estado de Minas

Sedução explícita


postado em 21/04/2011 11:09

Ele continua sem USB, os sites não rodam Flash, as capacidades de armazenamento ainda não são lá essas coisas. Essas expectativas de melhora nos recursos do iPad 2 começaram, na verdade, em abril do ano passado, quando a primeira versão do aparelho chegou às lojas dos Estados Unidos. O novo eletrônico da Apple, à venda nos EUA desde o mês passado, não cumpre nenhuma dessas demandas dos usuários. Apesar disso tudo, continua seduzindo com seu design ainda mais elegante, simpático e clean, impressiona com a tela em resolução melhor e sapeca duas câmeras, em frente e verso, que transformam o aparelho  de mero receptor de conteúdo em exímio produtor de vídeos para web.

Essa mudança é algo realmente significativo. A primeira versão do iPad redefiniu os padrões da computação pessoal, mesmo sem querer (ou sem assumir que queria), impactando a venda de netbooks e, em projeções de pesquisas, até de desktops. Mas tinha o grave defeito de ser realmente complicada para produzir conteúdo. Os programas de edição de fotos ainda eram muito rudimentares, o teclado virtual provocava asco em muita gente que precisasse digitar muito e a ausência de câmeras era anacronismo constrangedor.

De todos os novos recursos, a câmera de vídeo externa, que grava vídeos em HD, é o mais impressionante. Com as 9,7 polegadas da tela digna de LED, a visualização do material gravado é bem mais confortável que no iPhone 4. E a presença do iMovie, o programa para edição de vídeos do Mac (espécie de Windows Movie Maker melhorado), adaptado ao iPad, foi a grande sacada.

Editar os vídeos, deslizando os clipes com a ponta dos dedos, era experiência inédita, que pode ganhar fôlego. O programa traz séries de temas de edições, com trilhas e tipos de letreiro predefinidos, para imprimir mais estilo aos vídeos caseiros. Na esteira das últimas câmeras portáteis que já têm o recurso, o iPad 2, com o iMovie, permite compartilhar os vídeos no YouTube, no Facebook e até com o iReport, o programa de jornalismo colaborativo da CNN. O iMove custa, na AppStore, US$ 5.

A câmera frontal permite videoconferências via Skype, o mais popular desses comunicadores focados nas conversas em vídeo. O FaceTime, aplicativo nativo da Apple nesta versão do iPad, que funciona entre computadores Mac, iPhones e iPads, também é bem bacana: melhor até que o comunicador sueco, já que permite fluxo ininterrupto de conversa. No Skype, cada pessoa tem que falar à sua vez; o áudio do companheiro de conversa é cortado enquanto seu microfone está aberto.

Um dos destaques do design do novo iPad está no acessório. A capinha SmartCover foi desenhada por equipe da Apple, ao mesmo tempo em que o novo aparelho era desenvolvido. Ela interage magneticamente, ligando e desligando o brinquedinho. Dobrada, cria apoio para que o iPad 2 funcione como porta-retrato, exibindo toda a sutileza de seu design, sem bordas toscas, como na versão anterior. A SmartCover custa a partir de US$ 39 e vem em várias cores.

Ressalva significativa fica por conta das bordas arredondadas no design do tablet, tentativa de evidenciar a “perda de peso” do eletrônico (dieta esta, vale lembrar, que não cortou durabilidade de bateria, que é,  felizmente a mesma). Na contramão da evolução do iPhone (que do 3GS para o 4 transformou as curvas em retas), as novas bordas do iPad 2 são complicador para acionar o botão lateral, que trava a rotação ou silencia o alto-falante, e também para plugar o conector de 30 pinos. Para quem estava acostumado a fazer isso fácil no primeiro iPad, pode ficar a sensação de que vai quebrar o aparelho.

 

Plataforma completa
“A usabilidade do iPad 2 é ainda mais sensacional. Com mais velocidade de processamento e com as câmeras, a variedade de recursos para novos aplicativos vai levar uma boa turbinada. Com a minha primeira versão do aparelho, já tinha eliminado o uso do meu notebook, imagine quando comprar o 2. Cada vez mais, ele vira uma plataforma completa de trabalho e também de uso pessoal. Eu já sou habituado ao tecladinho virtual. Não ter USB nem rodar sites em Flash são limitações que entregam uma experiência incompleta na web. Mas é curioso como o mercado acaba se adaptando: não trabalhamos mais com Flash, só com HTML5 e JQuery (linguagens de programação). Captar os vídeos em HD e já publicá-los, no YouTube ou no Facebok, praticamente em tempo real é possibilidade que pode redefinir, até mesmo, padrões do jornalismo. O aplicativo iMovie (para editar vídeos) é impressionante para edições rápidas e simples. A renderização (processo de acabamento dos efeitos de transição e inserção de letreiros, que costuma levar horas em editores de vídeo profissional) é instantânea.”

diz, Júlio Palma, publicitário, sócio da agência Voxmídia

 

Vício assumido
“Mas a tela mudou demais. A nitidez, resolução, as cores... É parecido com aquela coisa de quem precisa de óculos: quando coloca descobre que antes não enxergava direito. Fora do trabalho, em casa, eu não uso mais computador, uso só o iPad. Mas para trabalhar com programação ainda preciso do notebook, mesmo com essa melhora no processamento do iPad 2. A experiência de multifunções do iPad também não passa perto do que eu preciso para trabalhar. Agora, os joguinhos têm tudo para ficar mais ágeis. Minha filhinha de 1ano e meio, Sophia, também fica louca com os joguinhos: a única coisa que ela não sabe é colocar a senha; ligar, desligar e manipular os games... ela tira de letra. Claro que vou comprar o 2 e, se lançarem o 3, vou comprar também. Não tem jeito, por mais que a gente saiba das restrições do aparelho, quem gosta mesmo da marca é viciado.”

diz, Diego Rodriguez, programador e sócio da agência Yap

 

Obsolescência programada
“Ele está mais fino, mais leve, e essa capinha não funciona com meu aparelho antigo. É mais uma estratégia que impele à mudança. São vários os detalhes que fazem deste novo aparelho um objeto de desejo. Com a capinha magnética (a SmartCover), ele ficou mais clean, elegante e cumpre melhor a proposta inicial de portabilidade levada às últimas consequências. Uma das grandes funções do design é antecipar tendências, e esse aparelho faz isso como nenhum outro. A câmera, de fato, poderia fazer fotos melhores, mas temos aí bem clara a questão da obsolescência programada; o iPad 3 certamente terá câmeras melhores. A lógica do descarte, na verdade, não me preocupa porque, assim que eu comprar o iPad 2, eu não vou jogar o meu primeiro no lixo. Ele vai para o meu filho. E o notebook do meu filho vai para outra pessoa, que precisa.”

diz, Camilo Belchior, designer estratégico, autor do livro iPhone, objeto de desejo

 

À espera do desbloqueio
“O iPad 2 é uma gracinha, dá para fazer muitas coisas legais com a câmera e o iMovie (programinha para edição de vídeo). A redução no peso também é muito interessante, mas, na verdade, eu fico feliz de ainda não ter comprado. Porque ainda não conseguiram fazer o jailbrake (desbloqueio) dele, o que é um complicador muito sério para mim, já que eu não conseguiria usar o aparelho com 3G aqui no Brasil. Mas fatalmente vou comprar o iPad 2, de 32GB ou 64GB; o meu primeiro iPad é de 16GB. Como já perdi muito iPod, faço sempre isto: se é novidade, compro um mais barato, com capacidade de armazenamento menor. Outra questão quanto ao desbloqueio é que eu realmente prefiro não ter que pagar pelos jogos. Não que eu vá ficar mais pobre com jogos de US$ 4,99, mas acho um absurdo já gastar US$ 500 no aparelho e depois mais US$ 300 em conteúdo que eu quero ter para ele. Eu saio dessa lógica mesmo.”

diz, Angélica de Castro, produtora musical da cantora Lu Alone

 

Para ter um
O iPad 2 custa, nos EUA, a partir de US$ 499 (o modelo mais simples tem 16GB de armazenamento e se conecta à internet via Wi-fi). Ainda não há previsão para a chegada (ou possível fabricação) do aparelho ao Brasil.

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