A versão 2011 do Fifa impressionou os jogadores e recebeu excelentes avaliações de publicações especializadas. “Estamos muito felizes com a qualidade das versões recentes do jogo, todas com uma nota perto ou acima de 90”, declarou a EA, em comunicado enviado à reportagem.
O sucesso de crítica, porém, não significa dianteira nas vendas. Segundo dados da distribuidora NC Games, o PES 2011 é o game de futebol mais vendido. Em 2010, foram comercializadas 350 mil unidades no Brasil. A liderança de vendas do PES 2011 não é à toa. Apesar de os críticos apontarem o Fifa como um jogo mais completo, o game da Konami já gerou uma tradição entre os amantes dos jogos de futebol. Desde os anos 2000, quando se chamava Winning Eleven, o título é praticamente unanimidade entre os gamers. Prova disso são os números de venda: o PES 2010 e 2009 figuraram na lista dos cinco games mais comercializados nos últimos dois anos.
Existe uma espécie de cultura do PES entre os gamers brasileiros. Primeiro, é a adaptação a um título que já é sucesso de mercado há, pelo menos, sete anos. Em seguida, a disseminação do jogo é alta, tanto que diversos jogadores de futebol – Neymar e Ganso, por exemplo – o preferem a qualquer outro. Outro fator é a jogabilidade. Não é incomum ouvir expressões como “quadrado e xis” ou “L1 triângulo” – comandos para executar um drible e um passe aéreo. Tudo isso torna a vida do Fifa 2011 mais difícil. No entanto, os produtores da EA acharam formas de transformar o game no que ele ainda não tinha sido: um concorrente de peso. O primeiro investimento foi na qualidade gráfica do jogo, que parou de mostrar apresentações maravilhosas seguidas de partidas capengas. A atual versão traz gráficos de qualidade, retratando com fidelidade as principais estrelas do futebol mundial.
Outra sacada dos programadores da EA é a inserção do controle dos goleiros. A novidade permite ao player comandar apenas o goleiro durante as partidas. A funcionalidade, até então pouco (ou quase nada) explorada pelos games, atraiu atenção para o Fifa 2011. Uma bola fora é a eliminação da narração em português, que era um dos atrativos da série nos títulos anteriores.
Times
As licenças geraram uma outra guerra entre os games. O que elas são, afinal? Nada mais do que a autorização dada pelos clubes de futebol para que os times virtuais tenham o mesmo uniforme e nome da equipe original. Nesse fundamento, o Fifa 2011 está em vantagem. O game conta com todos os times europeus e metade dos brasileiros.
O PES 2011, por sua vez, tem a licença da Uefa Champions League, mas não garante todos os times. Alguns grandes da Europa (e do mundo) não têm o nome verdadeiro – caso do Liverpool e do Chelsea. Os jogadores dessas equipes também têm os nomes bagunçados. À primeira vista, isso pode parecer uma bobagem, mas com games cada vez mais realistas as licenças se tornaram um fator competitivo decisivo.
Outra vantagem do Fifa 2011 é a quantidade de times. Ligas desprezadas no PES 2011 – como a mexicana e a norte-americana – aparecem no título da EA. O game da Konami, por exemplo, traz apenas os times brasileiros classificados para a Taça Libertadores da América de 2010 (São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo e Internacional), enquanto o outro tem todos.