Cirurgia reparadora de fissura labial é gratuita pelo SUS

Os casos de fissura labial palatina são muito semelhantes. Mas, na verdade, há quatro tipos da deformidade: a fissura labial (pré-forame), que acomete o lábio; a fissura palatina (pós-forame), que se restringe ao palato (céu da boca); a fissura lábio palatina completa (transforame), que atinge o lábio e o céu da boca simultaneamente; e as chamadas fissuras raras, como a mediana, que atinge o meio da boca, e a macrostomia (aumenta o tamanho da boca). Para todos os casos de fissura labial palatina há tratamento, via cirurgia reparadora gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Depois de passar por avaliação de equipe multidisciplinar, o paciente é encaminhado à operação plástica, e o restante do tratamento é feito em um dos serviços de referência credenciados pelo Ministério da Saúde. Um deles é o Centro Pró-Sorriso, de Alfenas, que realiza, em média, 20 cirurgias reparadoras por mês. No ano passado, a unidade fez 163 procedimentos cirúrgicos e totalizou 5,7 mil atendimentos, recebendo pacientes das diversas regiões do país.

O coordenador do Centro Pró-Sorriso/Centrinho Julian Miranda Orsi Junior lembra que, embora pessoas de todas as idades com a deformidade congênita possam ser submetidas à cirurgia reparadora, a recuperação total somente é garantida quando o tratamento é feito em crianças. "Quanto mais cedo o paciente passar pelo procedimento, maior é a chance de sucesso da cirurgia. O recomendável é que a criança opere com, no máximo, 3 ou 4 anos de idade", afirma Orsi Junior. "É importante salientar que a deformação pode ser diagnosticada ainda no período da gestação", acrescenta o professor Hercílio Martelli Junior.

Depois da cirurgia, o processo de recuperação é lento. "O fechamento da fenda pode levar até 21 anos. A demora é decorrente do tempo de desenvolvimento ósseo da face da pessoa", explica Orsi Junior.