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Estado de Minas

Cães de guarda

Numa era em que a informação é vital para a sobrevivência das empresas no mercado, hackers do bem são cada vez mais requisitados para detectar vulnerabilidade nos sistemas


postado em 27/11/2008 11:58 / atualizado em 08/01/2010 04:00

Frederico Bottrel/EM/D.A Press
-->Filipe Balestra, de 25 anos, é um exemplo de hacker cobiçado por empresas. Palestrante em conferências de hackers e autor de artigos na principal revista do gênero, a Phrack Megazine, ele é especialista em segurança da informação. Como um “cão de guarda digital”, já prestou consultoria para grandes empresas do setor e deu treinamento sobre investigação em computadores para profissionais de bancos, policiais e empresas públicas e privadas. Também descobriu e identificou diversas falhas de segurança em softwares de empresas como Microsoft e Sun e em projetos de código aberto. “Sempre notificamos a empresa sobre falhas identificadas, elas corrigem e só depois publicamos as informações sobre os problemas encontrados”, salienta Balestra. “A informação se tornou algo vital para que as empresas sobrevivam no mercado competitivo de hoje, e cada vez mais elas precisam de proteção”, analisa.

Outro caso de profissional bem-sucedido (e prodígio) é o de Rodrigo Rubira Branco, de 24. “Desde pequeno tive acesso a computadores. Aos 10 anos passei a usar Linux. Quando tinha14 fui contratado para trabalhar com segurança da informação e com 17 abri minha própria empresa de segurança”, lembra o jovem, que ainda trabalhou durante dois anos na IBM e hoje é o organizador do evento Hackers to Hackers, que reúne importantes palestrantes internacionais. No entanto, ele conta que esse tipo de designação não é algo que se “ganha” de forma tão perceptível. “O reconhecimento é feito de uma forma bem sutil. Por exemplo: a gente passa a ter contribuições de projetos admitidos pela comunidade (de hackers) além de sermos aceitos em conferências”, aponta.

Para ele, há setores importantes que deveriam ter a presença estratégica de hackers para ações de cibercriminosos. “Áreas de TI de bancos, governo (Abin) e telefônicas são apenas alguns exemplos”, pontua. Filipe faz coro e corcorda com Rodrigo. “Quem tem mais conhecimento técnico para realizar certos tipos de serviços é justamente esse tipo de profissional, mas sofremos preconceitos por parte de empresas mal-informadas. Felizmente, isso está mudando e algumas empresas estão valorizando esse tipo de profissional”.

QUALIFICAÇÃO
Já há empresas que sentem a falta de pessoal qualificado para atuar na monitoração de vulnerabilidades de sistemas. “Com o crescimento da importância assumida nesse setor, está difícil contratar”, analisa Eduardo D’Antona, diretor executivo da Panda Security. “Normalmente, as empresas não declaram que contratam hackers. Mas elas procuram esse tipo de especialista que conheça o funcionamento de trojans; que consiga quebrar barreiras em sistemas, verificar e apontar falhas”, diz o presidente da empresa, Ricardo Barcheti. “E os hackers não atuam apenas na parte de monitoramento, mas também na fase inicial de desenvolvimento de sistemas para verificar inconsistências e ‘endurecer’o código de segurança”, lembra D’Antona.

“O profissional que sabe proteger os dados de uma empresa é um dos mais bem pagos do mercado. E as áreas de atuação extrapolam a programação como identificação de brechas em sistemas. Caso do setor bancário, trabalhando em antifraude, ou na perícia forense, onde o profissional deve analisar computadores apreendidos, por exemplo, pela Polícia Federal. Há funções que têm salários de até R$ 10 mil”, conta Marcelo Marques, diretor de estratégia da HackerTeen, escola com sede em São Paulo que forma a distância jovens para trabalhar com segurança.

HACKERS OU CRACKERS?

Se um dia os hackers foram vistos como um perigo à rede, hoje a coisa é diferente. A começar pela nomenclatura que separa os chamados criminosos virtuais daquelas pessoas com vasto conhecimento em informática. Em suma, os hackers e crackers são os indivíduos que têm conhecimentos avançados na área tecnológica. No entanto, enquanto o primeiro usa o que sabe para criar e fazer o bem, o cracker o faz para invadir sistemas, roubar senhas e cometer uma série de infrações na internet. A mídia é uma das culpadas pela confusão, já que em diversas ocasiões identifica os criminosos virtuais como hackers-->


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