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Estado de Minas

Convergência

Uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, a Ceatec, no Japão, mostra que as empresas voltam a apostar na integração dos produtos para bater a concorrência. A regra é: nada de fios e de complicação


postado em 16/10/2008 11:53 / atualizado em 08/01/2010 04:11

Fotos: Alexandre Botão/CB/D.A Press
O Live Wall, projeto-conceito da Panasonic para 2015, em exibição na Ceatec deste ano: a parede de casa passa a ser um centro de entretenimento
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Tóquio
— São poucos os lugares capazes de reunir um celular movido a álcool, uma motocicleta com combustível elétrico, um robô co-piloto para carros de passeio, a maior TV de alta definição do planeta e um videocassete (!?) como lançamento de última geração. Tudo bem que no caso da Ceatec 2008, uma das três maiores e mais importantes feiras de tecnologia do mundo — ao lado da Cebit, na Alemanha, e da CES, nos Estados Unidos — foram cinco galpões, num total de 3.120 metros quadrados, o que facilita a diversidade high-tech. Mas não é sempre que os gigantes da indústria se reúnem para mostrar suas armas para o próximo ano. No caso de algumas empresas, para os próximos 10 anos.

Ao contrário de edições anteriores, a Ceatec 2008, que terminou dia 4, abandonou as vedetes. Claro, estavam lá a superlativa televisão de plasma de 150 polegadas da Panasonic, e o Robotic Agent, da Nissan, que certamente é o mais ativo e falante co-piloto do mundo. Mas, desta vez, as estrelas deram lugar aos conceitos. A palavrinha da moda no mundo mais avançado da tecnologia nem é tão moderna assim: convergência.

A primeira tentativa de integrar aparelhos e tecnologias (celular e câmera de alta definição, por exemplo), no início dos anos 2000, mostrou-se bem-sucedida. Tanto que essa nova convergência deixou de ser charme para se tornar estratégia de venda. “Houve essa competição para fazer a maior TV do mundo. Depois para fazer a mais fina. Foi importante, por um tempo, mas deixou de ter lógica. A idéia agora é focar em como usar seu produto e deixar a vida mais fácil”, atestou o diretor de promoção de marca da Panasonic, Hiroshi Nakamura.

Exercício de futurologia: o projetor reflete a aula de ioga, que pode ser feita em casa

Mesmo discurso adotado pelo diretor de network digital Yoshiyuki Miyabe, um dos principais executivos da empresa: “É com essa convergência que vamos fazer diferença no mercado”, acredita. E com quantos aparelhos se faz a versão 2.0 da convergência? Bom, o número de aparelhos é indefinido, mas o de fios é certo: nenhum.

Os cinco dias de Ceatec 2008 mostraram que nunca houve uma feira tão móvel e tão wireless quanto essa. A supertelevisão de plasma, estampada na parede da sala de estar, conversa com sua irmã menor, no quarto, e com a caçula, pequenina, no banheiro. Ela está conectada também ao celular e ao visor no painel do carro. Dessa forma, se você está assistindo a um programa em casa, tem que correr para o banho, e em seguida para o carro, ou mesmo para o metrô, não perde a sua série favorita. Sua série, o filme em Blu-ray, o vídeo caseiro das férias ou a apresentação de fotos, tanto faz. Porque, claro, os demais produtos, como a filmadora e o Blu-ray player, por exemplo, também se ligam a todos eles. Tudo sem fio.

Pensando assim, causa menos estranheza um dos principais lançamentos da Sony para a Ceatec 2008, os monitores de televisão ultrafinos de 0,3mm, com apenas 11 polegadas de tela. Em princípio, eles parecem inúteis dentro de uma casa, e se adequariam melhor a ambientes corporativos. Mas já que a idéia é ter pequenas TVs espalhadas em locais não muito usuais, como banheiro e área de serviço, nada melhor do que pequenas telas que podem ser instaladas na parede como um quadro.

DISCO COM 400GB Mas, se companhias como Sony, Panasonic, Toshiba, Sharp e Hitachi, especialmente, se aprimoram cada vez mais em integrar os itens das suas recheadas cartelas de produtos, empresas mais focadas em determinado nicho também começam a convergir o que é possível. Caso da Pioneer, especializada em aparelhos de som, que levou à Ceatec seu primeiro modelo de TV LCD, produzida em parceria com a Sharp. O objetivo? Unir um poderosíssimo sistema de home-theater, mercado em que a Pioneer nada à la Michael Phelps com sua nova televisão.

E nesse aspecto, a tal convergência parece fazer bem até a estrutura das companhias. O laboratório da Pioneer desembarcou em Tóquio com dois protótipos chamativos: um disco Blu-ray de 16 camadas, capaz de armazenar impensáveis 400GB de dados, e um monitor com os primeiros testes do que pode vir a ser uma televisão em três dimensões sem a necessidade do uso de óculos especiais.

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