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Estado de Minas LUTO

Adeus a um campeão

Morre aos 73 anos Ronaldo Drummond, um dos atacantes do Atlético no título brasileiro de 1971, bi pelo Palmeiras e '12º jogador' com o Cruzeiro pela Libertadores de 76


postado em 10/06/2020 04:00 / atualizado em 10/06/2020 00:41




Ronaldo Drummond era considerado um atleta habilidoso e inteligente: ele sofreu complicações após hemorragia gástrica(foto: ARQUIVO EM/D.A PRESS %u2013 1/1/67)
Ronaldo Drummond era considerado um atleta habilidoso e inteligente: ele sofreu complicações após hemorragia gástrica (foto: ARQUIVO EM/D.A PRESS %u2013 1/1/67)



O futebol mineiro perdeu um jogador emblemático nos anos 1970. Um dos integrantes do Atlético campeão brasileiro de 1971, Ronaldo Drummond morreu ontem, aos 73 anos. Ele teve hemorragia gástrica com complicações clínicas e estava internado no CTI do Hospital Vera Cruz há 20 dias. Além de ter sido um vencedor com o Galo, o ponta-direita foi bicampeão brasileiro pelo Palmeiras (1972/73) e campeão da Libertadores da América com o Cruzeiro (1976).

O sepultamento ocorreu no Cemitério do Bonfim, acompanhado apenas pela família, a mulher, Sandra, com quem foi casado por 48 anos, as filhas Marcela, Fabiana e Renata, com os maridos, e a irmã, Tereza.

“Ai meu Deus.” Essa foi a primeira reação do ex-atacante e artilheiro Dario ao receber a notícia. Segundo ele, Ronaldo foi um dos jogadores mais importantes da conquista de 1971. Ele se recorda especialmente de uma vitória, o 2 a 1 sobre o Vasco, no Mineirão, com Ronaldo Drummond abrindo o placar. “O Humberto Monteiro cruzou, eu escorei de cabeça pro Ronaldo, que mandou no canto”, descreve.

Humberto Ramos era o armador do grupo campeão de 71 e também tem muitas recordações. “Eu era juvenil e o Telê me puxou para o time profissional. Lembro-me de que foi o Ronaldo quem me acolheu. Eu não tinha carro e ele me pegava todos os dias pra ir pro treino. Nos tornamos grandes amigos. Até pouco tempo a gente se encontrava.”

Amauri Horta, armador, lembra que Ronaldo, antes de se tornar ponta-direita do time campeão, era o centroavante, num ataque que tinha ainda Buião, Lacy e Tião. “Éramos muito amigos. Acompanhei a doença e a internação dele com muito sofrimento. Era um companheiro excelente, tanto no clube como fora dele.”

Entre um de seus principais adversários estava Procópio. No ano em que retornou ao Atlético, em 1966, vendido pelo Palmeiras, acabou se transferindo para o Cruzeiro. Um dos motivos da passagem rápida, conta, foi ter brigado por Ronaldo. “Ele era muito bom de bola, mas o estavam deixando na re- serva. Falei com treinadores e diretores que estava tudo errado e que tinham de arrumar um lugar pra ele. Pois eu não fiquei no Atlético e fui para o Cruzeiro e tive de marcá-lo diversas vezes. Era um jogador muito inteligente.”

Ronaldo teve também relevante passagem no Cruzeiro, como relembra Nelinho. “Ele foi um cara muito importante para a conquista da Li- bertadores. Ajudava muito quando estava em campo, no sentido de orientar o time. Jogava para a equipe. Ele tinha uma voz rouca e a gente brincava muito com ele por causa disso.”

Outro companheiro no time celeste foi Dirceu Lopes. “Eu tinha uma história de afinidade e carinho com o Ronaldo. Eu conheci primeiro o irmão dele, Ricardo, que jogou comigo no juvenil do Cruzeiro. Depois, fomos adversários, eu naquele grande time do Cruzeiro, dos anos 60, e ele no Atlético. Depois, veio para o Cruzeiro e foi muito importante na conquista da Libertadores. Era uma ótima pessoa.”

A carreira de Ronaldo começou na várzea, nos times dos bairros Floresta, Santa Tereza e Horto. Logo chamou a atenção do Cruzeiro, onde foi jogar ainda juvenil. Acabou trocado com o Atlético, por Mário Jorge.

TRAJETÓRIA 


Em 1966, tornou-se titular do time profissional, formando dupla com Lacy. Jogou no Atlético até 1972, quando se transferiu para o Palmeiras, formando a chamada “Segunda Academia”, que tinha Leão; Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu Bala, Leivinha, Ronaldo e Nei. E com esse mesmo time, foi bicampeão brasileiro.

Em 1975, foi contratado pelo Cruzeiro. Foi uma das peças-chave como 12º jogador na conquista da Taça Libertadores da América de 1976. Zezé Moreira sempre utilizava Ronaldo para mudar o padrão tático do ataque.




a carreira


Atlético

66 gols
270 partidas
Campeão mineiro (1970)
Campeão Brasileiro (1971)


Palmeiras

30 gols
183 partidas
Bicampeão paulista (1972/73)
Bicampeão brasileiro (1972/73)


Cruzeiro
9 gols
34 partidas
Campeão da Libertadores (1976)

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