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Goleada insossa

De branco, com 11 titulares %u2018europeus%u2019, sem camisa 10 no início do jogo e com clima de velório no estádio, Brasil escapa de vexame graças a Philippe Coutinho


postado em 15/06/2019 04:09

Philippe Coutinho foi o nome da noite no Morumbi, marcando dois dos três gols da centésima vitória brasileira no torneio(foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)
Philippe Coutinho foi o nome da noite no Morumbi, marcando dois dos três gols da centésima vitória brasileira no torneio (foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)

São Paulo — A estreia da Seleção Brasileira na Copa América lembrou aquele trecho da música Eduardo e Mônica do Legião Urbana. Se Renato Russo estivesse ontem, no Morumbi, cantaria com ênfase “(...) festa estranha com gente esquisita (...)”. A cerimônia de abertura teve clima de ressaca em um país que recebeu recentemente a Copa do Mundo (em 2014) e os Jogos Olímpicos do Rio (em 2016). Um recado preguiçoso ao mundo da bola de que “foi só para não dizer que não teve”.
 
Por sinal, nada mais estranho do que ver o Brasil jogando de branco pela primeira vez desde a festa do centenário da Fifa em 2004, contra a França. O público fraco de 46.342 pagantes, muito aquém da capacidade do Morumbi (72 mil), vestido predominantemente de verde-amarelo, não ornava com o uniforme exorcizado após o vice na Copa de 1950. A roupa saiu do baú na vitória de ontem, por 3 a 0 — gols de Philippe Coutinho e de Everton —, para homenagear o primeiro título do país na Copa América em 1919. A renda, no entanto, foi recorde no futebol brasileiro: R$ 22.475.630, média de quase R$ 500 por ingresso.
 
A falta de prestígio ficou evidente também no campo político. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi o único chefe de estado na abertura da Copa América. Não teve a companhia de nenhum de seus pares sul-americanos.
 
Quando o locutor anunciou a escalação da turma de Tite, a torcida deu pinta de que estava conhecendo quem entraria em campo naquele exato momento. Afinal, os 11 titulares atuam na Europa. A última vez que isso havia ocorrido numa estreia de Copa América foi em 2007, na Venezuela, na derrota por 2 a 0 para o México. O time de Dunga também era “importado”. Para completar, o Brasil entrou em campo sem camisa 10. O dono dela, Neymar, foi cortado por causa de lesão: viu o jogo de casa ao lado filho, Davi Lucca. Substituto dele, Willian começou no banco de reservas.
 
Durante a partida, o ambiente no Morumbi lembrava mais um velório do que uma partida de futebol. Houve vários momentos de silêncio “ensurdecedor”. O luto dos fracassos nos últimos dois Mundiais (2014 e 2018) e nas últimas três edições da Copa América aumentava a sensação de missa do sétimo dia na capital paulista. Em chute fraco da Bolívia, por exemplo, foi possível ouvir o som da bola batendo na placa de publicidade ao lado gol de Alisson e até gritos de um fã-clube gritando “lindo” para o camisa 1 da Seleção. Do outro lado, Lampe escutava provocações homofóbicas de “bicha” a cada tiro de meta.
 
No fim do primeiro tempo, o segundo som uníssono ouvido no estádio, depois do Hino Nacional à capela, foi o das merecidas vaias. Afinal, os lances mais perigosos foram nas cabeçadas de Firmino, defendida no reflexo por Lampe; e de Thiago Silva, para fora.

ATUAÇÃO DO VAR A caminho do vestiário, a Seleção ouviu um tímido grito de “Fora, Tite” e voltou pilhada para a etapa final. Como na estreia na Copa da Rússia, diante da Suíça, Philippe Coutinho chamou a responsabilidade para si. Abriu o caminho da vitória em cobrança de pênalti acusada pelo Árbitro de Vídeo (VAR). Praticamente no lance seguinte, Firmino cruzou da direita e Coutinho usou a cabeça para fazer o segundo dele, 12º na era Tite. Está atrás apenas de Neymar (14) e de Gabriel Jesus (16). Everton completou o placar com um belíssimo chute indefensável de fora da área. O atacante havia acabado de entrar no lugar de David Neres. Um golaço que valeu o ingresso aos 46.342 pagantes.
 
A Seleção inicia a campanha pelo nono título na liderança do Grupo A e voltará a campo na terça-feira contra a Venezuela, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A próxima adversária estreia hoje, às 18h, contra o Peru, na Arena Grêmio, em Porto Alegre.
 

Brasil 3 x Bolívia 0
Brasil
Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Casemiro, Fernandinho e Philippe Coutinho; Richarlison (Willian 37 do 2º), Roberto Firmino (Gabriel Jesus 19 do 2º) e David Neres (Everton 35 do 2º)
Técnico: Tite
Bolívia
Lampe; Diego Bejarano, Haquin, Jusino e Marvin Bejarano; Justiniano, Saucedo (Wayar 14 do 2º), Castro (Ramiro Vaca 29 do 2º) e Saavedra (Leonardo Vaca 18 do 2º) Chumacero e Marcelo Moreno
Técnico: Eduardo Villegas

1ª rodada do Grupo A da Copa América

Estádio: Morumbi
Gols: Philippe Coutinho 4 e 7 e Everton 39 do 2º
Árbitro: Néstor Pitana (ARG)
Assistentes: Hernán Maidana e Juan P. Belatti (ARG)
Cartão amarelo: Philippe Coutinho e Saucedo
Pagantes: 46.342 (47.260 presentes)
Renda: R$ 22.475.630
 
Atuações 
 
BRASIL

ALISSON (Nota 6)
Fez uma única defesa durante o jogo

DANIEL ALVES (Nota 7)
Atuou quase todo o tempo de forma ofensiva, construindo boas jogadas pelo lado direito

MARQUINHOS (Nota 7)
Sempre atento aos desarmes e aos passos de Marcelo Moreno

THIAGO SILVA (Nota 7)
Teve pouco trabalho atrás. Foi perigoso nas bolas aéreas no ataque

FILIPE LUÍS (Nota 6)
Além da habitual segurança defensiva, teve boas investidas pelo lado esquerdo

CASEMIRO (Nota 7)
Controlou bem a posse de bola e teve bom acerto nos passes

FERNANDINHO (Nota 5)
Teve atuação discreta, sem comprometer no sistema defensivo

PHILIPPE COUTINHO (Nota 8)
Depois de primeiro tempo ruim, desequilibrou no segundo com dois gols

RICHARLISON (Nota 6)
Começou de forma intensa e caiu de ritmo. WILLIAN (Nota 5) cadenciou mais a partida nos 10 minutos finais e desperdiçou boa chance no fim

FIRMINO (Nota 4)
Ficou muito preso entre os zagueiros, sem liberdade para finalizar. GABRIEL JESUS (Nota 6) deu mais dinamismo ao ataque

DAVID NERES (Nota 7)
Foi o atacante que arriscou mais, porém, não teve êxito nas jogadas. EVERTON (Nota 7) entrou e marcou um golaço de fora da área

TITE (Nota 5)
Numa partida contra um adversário sem tanta qualidade, a equipe poderia ter sido mais ousada. Além disso, ele poderia ter mudado o sistema de jogo para que fosse possível uma vitória mais elástica

BOLÍVIA
O goleiro LAMPE (Nota 6) teve desempenho de destaque e salvou seu país de goleada histórica no Morumbi

ARBITRAGEM
NESTOR PITANA (Nota 8) teve atuação consistente num jogo fácil de conduzir e com intervenção correta do VAR. Os assistentes também foram bem (Roger Dias) 



 

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