Imagem microscópica de célula contaminada pelo vírus da Aids.

Belo Horizonte foi uma das cidades que participou do teste de uma vacina experimental, com 117 voluntários e pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFMG

AFP PHOTO/National Institutes of Health
Um estudo para desenvolver a vacina contra o HIV foi descontinuado nesta semana, após o imunizante que estava sendo testado se mostrar ineficiente para evitar a contaminação pelo vírus. O laboratório da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UpqVac) da UFMG fez parte dos testes, realizados em oito países da América do Sul, do Norte e na Europa.

O produto não elevou o nível de proteção das pessoas que tomaram a vacina, se comparadas às que receberam um placebo, segundo os pesquisadores. Em Belo Horizonte, 117 voluntários participaram. Eles foram informados do fim do ensaio.

Foram 3,9 mil participantes ao redor do mundo. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito da Rede HVTN e financiada em colaboração com a Johnson & Johnson.

“A vacina contra o HIV continua sendo um grande desafio, mesmo depois de mais de três décadas de estudos. O Mosaico adotou os mais altos padrões científicos e tecnológicos e, certamente, contribuirá para entendermos os mecanismos que o vírus utiliza para burlar a vigilância imunológica dos seres humanos”, afirmou o professor Jorge Andrade Pinto, da Faculdade de Medicina.

O resultado aponta a importância da prevenção combinada ao HIV, com medidas biomédicas, comportamentais e estruturais, segundo o professor. Entre as ações estão a profilaxia pré-exposição (PrEP), a profilaxia pós-exposição (PEP), a redução de danos, os métodos de barreira (como os preservativos) e as políticas públicas para a área.

A diretoria executiva do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids se posicionou pela continuidade dos esforços globais de pesquisa de vacinas e de uma cura para a Aids, além de outras inovações no tratamento e prevenção. A agência destacou a meta de acabar com a doença até 2030.