Olhos de mulher

Olhos de mulher

Pixabay
No verão, muito se fala sobre a prevenção ao câncer de pele, que deverá acometer mais de 220 mil brasileiros em cada ano do triênio 2023-2025, conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer (inca). No entanto, vale chamar a atenção também sobre um outro tumor cutâneo, que costuma aparecer em regiões do corpo que não necessariamente foram expostas ao sol, o melanoma.

Embora seja o menos incidente entre os cânceres de pele, com previsão de 8.980 novos casos por ano no Brasil, de acordo com o Inca, o melanoma é o mais agressivo e pode se manifestar nos olhos. O melanoma ocular surge nos melanócitos, células responsáveis pela pigmentação dos olhos, e se divide em três tipos: de corpo ciliar – parte do globo ocular que produz o líquido humor aquoso interno ao olho –, íris e coroide – membrana vascular entre a esclera e a retina.
 
Aquiles Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG) e da Santa Casa BH

Aquiles Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG) e da Santa Casa BH, avisa que não existe uma maneira de prevenir o melanoma ocular, já que a causa é desconhecida

IOMG/Divulgação
 
 

De acordo com Aquiles Gontijo, médico oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG) e da Santa Casa BH, especialista em retina cirúrgica, catarata e uveíte, “infelizmente não existe uma maneira de preveni-lo, porque sua causa é desconhecida, entretanto, manter visitas anuais ao oftalmologista é determinante para detectar e investigar possíveis lesões e garantir um diagnóstico precoce.”

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Sintomas inespecíficos

Pessoas com idade superior a 60 anos, que tem nevus de coroide (espécie de pinta no fundo de olho) ou nevo de Ota (um tipo de mancha azulada no rosto) e caucasianos de origem do norte europeu são mais propensas a desenvolver melanoma ocular. Seus sintomas são inespecíficos, como baixa visual, visão embaçada e ver flashes de luz mesmo em um ambiente completamente escuro.

O tratamento, relata Aquiles Gontijo, sempre será definido de forma individualizada, considerando o estadiamento da doença, e poderá envolver fotocoagulação a laser (feixe de luz direcionado para a região afetada), termoterapia transpupilar (técnica de radiação infravermelha), radioterapia ou ressecção do tumor, quando for apenas uma lesão focal.
Dependendo do quão avançado o quadro esteja, poderá ser necessário retirar o globo ocular e anexos. Quando as lesões são pequenas e descobertas em sua fase inicial, o prognóstico tende a ser melhor, alerta o oftalmologista.