Em depoimento à CPMI, Torres afirmou que foi o primeiro ministro do governo Bolsonaro a receber a equipe de transição e colaborar com a gestão atual.
"Fui o primeiro ministro a receber a equipe de transição. No caso, o atual ministro Flávio Dino, que seria meu sucessor. Entreguei relatórios, agi de forma transparente, sempre no sentido de facilitar. Durante a transição não foi registrado qualquer contratempo e tudo ocorreu dentro da normalidade em relação ao Ministério da Justiça", declarou Torres.
Ações da PRF
Na oitiva, Torres disse que não houve interferência do Ministério da Justiça no planejamento operacional da PRF e afirmou que a informação recebida do diretor geral era que o planejamento do segundo turno era semelhante a do primeiro turno.
"Não houve interferência do Ministério da Justiça no planejamento operacional da Polícia Rodoviária Federal. A informação recebida do diretor geral era que o planejamento do segundo turno era semelhante a do primeiro turno, e foi executado sem alterações. Ninguém deixou de votar e o próprio TSE reconheceu isso. O comparecimento no segundo turno foi superior ao registrado no primeiro turno. Eu não tinha atribuição de vetar o planejamento operacional de qualquer instituição", enfatizou.
"Todas as informações que recebi no dia 30 de outubro indicavam que tudo estava transcorrendo normalmente", completou.
Em depoimento à CPMI, no dia 20 de junho, o ex-diretor geral da PRF, Silvinei Vasques, negou que a corporação tenha atuado no segundo turno das eleições para impedir que eleitores do então candidato à Presidência da República Lula fossem votar.
Visita à Bahia antes das eleições
Torres também esclareceu as dúvidas sobre uma viagem que fez à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições. De acordo com o ex-ministro da Justiça, ele foi até o estado para visitar uma obra importante da gestão.
"Foi um convite do diretor-geral da PRF para visitar uma das obras mais importantes da nessa gestão que era a reforma da superintendência da PF na Bahia. Encontramos lá o superintendente, tivemos uma conversa com ele. Faltavam cinco dias para as eleições. Óbvio, o assunto no Brasil era eleição, nós falamos sobre a eleição", disse.
"Ele disse da dificuldade da PF estar em todos os municípios da Bahia, em razão do tamanho da Bahia. Conversamos que da mesma forma que no Rio de Janeiro circulavam vídeos pela internet onde uma suposta organização criminosa dizia que tinha o controle sobre um determinado número de eleitores. Ele também disse que estava apurando isso. Enfim, nós conversamos sobre isso e visitamos a obra", completou.