Jornal Estado de Minas

ATO NA PRAÇA DA LIBERDADE

Em BH, 'Mães com Lula' reforçam apoio à família

Sem a tradicional cor vermelha dos atos em apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as mães que fizeram parte do movimento “Mães com Lula” se reuniram na Praça da Liberdade no domingo (23/10), em vestes brancas, para reforçar, a uma semana do segundo turno das eleições, o apoio ao petista e também para quebrar alguns estigmas que acompanham a esquerda política, em prol de angariar os votos dos indecisos. 




 
“A gente quer mostrar que quem apoia o Lula também apoia a família. Porque a sensação que temos é que esse conceito de família foi apropriado e que quem defende a família é quem apoia o outro candidato, que tem políticas totalmente contrárias ao apoio da família”, disse Kássia Marinho, mãe, geóloga e uma das idealizadoras do movimento, que ainda ressaltou que a escolha de realizar o ato com as roupas brancas, é para acompanhar a sugestão que a senadora Simone Tebet (MDB) deu aos atos de campanha à favor de Lula, para ampliar o alcance do petista nas diferentes camadas da sociedade.
 
Vestes brancas foram inspiradas por sugestão de Simone Tebet à campanha de Lula, para atrair eleitores que votaram em outras candidaturas (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
 
A organizadora do evento também afirmou que se as mães se unirem, será possível passar uma mensagem que quebre estigmas que os apoiadores da esquerda sofrem. Kássia afirmou que muitas mentiras ainda confundem os eleitores indecisos. 
 
“Nós pegamos esse movimento para mostrar que se a gente se unir, a gente pode conseguir passar a nossa mensagem, mostrar nossa força e chegar até as pessoas que, porventura, pensem: "Nossa, será que se eu sou família, que se eu apoio o candidato Lula, eu apoio aborto? Mas eu sou contra o aborto”, refutou.



‘Mães com Lula’ apoiam o aborto?


Uma das polêmicas que cercam a esquerda política e, consequentemente, eleitores do Lula, é a questão da legalização do aborto. E esse foi um dos temas discutidos no ato. Mães, que estavam lá com suas crianças, deram o parecer sobre o assunto e, em sua maioria, afirmaram que o aborto é menos uma questão de opinião e mais uma questão de saúde pública. 
 
“É o estado que nos nega o direito à maternidade. E ele não nega somente quando ele não assegura aborto legal e seguro para as mulheres não morrerem. O estado nos nega o direito à maternidade quando ele não assegura condições e políticas públicas para as mulheres que desejam ser mães. Defender o aborto é defender a saúde pública em nosso país. Como você defende a vida, se você olha para uma criança de periferia e fala que ele será um futuro bandido, sendo que o estado não garante educação, saúde, lazer e cultura para essas crianças?”, indagou Indira Xavier (UP), ex-candidata ao governo de Minas Gerais, no pleito deste ano, que esteve presente no ato. 
 
Indira Xavier, ex-candidata ao governo de Minas Gerais, esteve presente no evento pró-Lula (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
 
 
“Eu apoio aborto porque o corpo da mulher é dela. É um direito dela de controle do próprio corpo. E existem vários casos de uma vida que cresce ali e que é indesejada, por exemplo, por estupro. Isso é muito sério. Então a gente precisa repensar essas questões. Nós defendemos a família. O que a gente não quer ver é aborto clandestino. O aborto clandestino mata, principalmente, mulheres pobres, mulheres negras. Por isso que a gente luta”, disse Gláucia Barbosa, que estava com a filha de um ano e meio no ato. 



 
A uma semana do segundo turno das eleições, mães levaram seus filhos para manifestar à favor da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
 
 
“Não é porque eu apoio Lula, que eu apoio aborto. Eu acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Entendo como uma questão de saúde pública, no sentido de se legalizar. Porque a lei fala muito claramente as condições que o aborto é permitido. Se tiver risco para mulher, se tiver risco para o feto, se tiver estupro, que é o caso a gente mais vê escandalosamente aí de algumas formas de julgar essa mulher que aborta. Mas é uma questão que perpassa por várias facetas. Não é tão simples quanto as pessoas colocam”, disse Rafaela Pataro, funcionária pública, que estava com os dois filhos pequenos. 

Mais atos pró-Lula

'PedaLula' foi outro ato pró-Lula que aconteceu neste domingo (23/10) (foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
 

 

Um ato chamado "PedaLula" também aconteceu neste domingo. O evento reuniu ciclistas que realizaram uma pedalada em apoio a candidatura de Lula.

O trajeto se iniciou na Praça do Ciclista, no Bairro Funcionários, ao lado do Colégio Arnaldo, e seguiu na direção da Avenida Afonso Pena. O grupo, ainda, atravessou a Feira Hippie. O ato foi unificado e aconteceu, também, em outras cidades pelo Brasil.