Jornal Estado de Minas

OPERAÇÃO INSIDIOR

Preso sindicalista suspeito de ligação na morte de vereador de Funilândia

Por Bruno Nogueira*


 

A terceira fase da operação Insidior da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária contra o presidente de uma entidade sindical em Contagem, na Grande BH, nesta terça-feira (11/10). O homem é suspeito de integrar uma organização criminosa responsável por arquitetar a morte do sindicalista e ex-vereador da Funilândia, Hamilton Dias de Moura, em 2020.



As provas apuradas pela 2ª Delegacia Especializada em Homicídio (DEH) com apoio da 3ª DEH, ligam o preso ao homicídio. Documentos encontrados na cela do mandante do assassinato, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no presídio, mostram que o suspeito foi responsável pela entrega do pagamento ao executor.


Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam com o objetivo de reforçar o que já está comprovado no inquérito. Ao todo, 10 pessoas já foram presas por envolvimento no caso.

Relembre a morte do ex-vereador de Funilândia

Batista foi motivado por disputa sindical (foto: Karoline Barreto/Câmara Municipal de Belo Horizonte)

O crime ocorreu na Avenida Amazonas em frente à estação do metrô da Vila Oeste, na tarde de 23 de julho de 2020. Hamilton Moura estava dentro de seu carro quando foi alvejado. Havia várias perfurações de balas no corpo.



O assassinato havia sido encomendado pelo vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC), que foi preso na época por ter pago R$ 40 mil pelo assassinato, motivado por vingança e disputas sindicais. Hamilton era presidente do sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (Simeclodif).

Ronaldo era presidente da Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais (Fettrominas) e, até 2018, esteve à frente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTR-BH). Quando Hamilton criou um sindicato à parte, a STTR-BH foi enfraquecida e teve sua arrecadação impactada.

 

O delegado Domênico Rocha, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), explicou na época do crime que Moura também patrocinava ações judiciais contra o rival, que resultaram em bloqueios de bens no valor aproximado de R$ 6 milhões.

 

 

*Estagiário sob supervisão